Por Davi Pascale
Em 1996, Vinnie Vincent lançou um
EP que hoje é disputado à tapas entre seus fãs. Existem duas prensagens desse
disco. Uma com o nome de The EP. E
outra com o nome de Euphoria. O
material é o mesmo. O CD era vendido apenas por correio e servia como um
aperitivo do álbum que estava por vir, o nunca lançado Guitarmageddon.
Parece incrível que já se
passaram 21 anos desse lançamento. Lembro que na época tentei comprar o CD, que
inclusive vinha autografado pelo musico, e não consegui. O numero de telefone
do anuncio nunca atendia. Coisas de Vinnie Vincent. Quem conhece sua história,
sabe o quão enrolado esse cara é...
Musicalmente, segue a mesma
cartilha de seus dois álbuns lançados pelo Vinnie Vincent Invasion. Mesmo tipo
de som. E, inclusive, com o vocal original. As vozes desse EP foram gravadas pelo
ex-Journey, Robert Fleischman. O mesmo cara que gravou o debut de 1986. Os
solos de guitarra também seguem a mesma logica. Ou seja, os famosos shredders,
ou seja, aqueles solos extremamente técnicos e velozes.
Embora seja uma pessoa
extremamente complicada e egocêntrica, Vincent é muito respeitado por sua
musicalidade. Não apenas por sua técnica, mas também pelo lado de compositor.
Quem conhece a história do Kiss, sabe que ele teve participação direta na
criação de quase todo o repertório do álbum Lick It Up (1983).
Aqui no disco ficou responsável
pela produção do disco, pelas gravações de todas as guitarras e também da linha
de baixo. No encarte, vinha a citação de V Meister como baterista. Na verdade,
é uma piada. Esse é um termo designado para se referir à bateria eletrônica. E
é exatamente isso o que encontramos aqui. A bateria é toda programada. O que é
uma pena. Com um baterista de verdade, esse material ficaria ainda mais
destruidor. Daria mais peso.
“Euphoria” segue a linha de “Ashes
to Ashes” (All Systems Go) e é um dos grandes destaques do disco. Aqui, já ficava nítido que
Flesichman havia realizado um trabalho tão bom quanto no álbum de estreia.
Atacando a voz lá para cima o tempo todo. Haja fôlego! “Wild Child” também é extremamente empolgante. “Get
The Led Out” merecia uma atenção maior no arranjo da bateria. Achei que a
batida escolhida soou embolada nos versos. “Full Shreddd” é a típica canção de
metal oitentista (embora o disco tenha sido lançado nos anos 90, a sonoridade
da década anterior foi mantida) começando com uma introdução lenta e crescendo
depois.
Não há previsão para que o álbum
completo chegue às lojas, o que é uma pena. As musicas apresentadas aqui
demonstravam que o material seria tão forte quanto os discos anteriores. Também
não há nenhuma previsão para que Vinnie retorne à estrada. O que também é uma
pena. Embora seja uma pessoa difícil de lidar, o garoto é talentoso. A última
informação que tive é de que Vincent estaria vivendo em Nova Iorque, em um
bairro afastado, e se escondendo de tudo e todos. Espero que, em algum momento,
o rapaz coloque sua cabecinha no lugar, reformule sua banda e nos brinde com
mais alguns ótimos álbuns de heavy metal. Vinnie Vincent, estamos esperando seu
retorno.
Nota: 9,0 /
10,0
Status:
Excelente
Faixas:
01) Euphoria
02) Get The Led Out
03) Wild Child
04) Full Shredd
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