Por Davi Pascale
Grupo chega ao seu segundo álbum.
Disco mantém sua pegada old-school, apresenta maturidade nos arranjos, e marca o
fim da trajetória de Pitchu Ferraz.
As meninas do Nervosa acabam de
lançar o sucessor de Victim of Yourself.
Segundo álbum é um trabalho importante na carreira de um artista com o
histórico delas. Quando lançaram seu debut, eram apontadas como uma grande
promessa do cenário. Ou seja, é a famosa hora do ou vai ou racha.
Embora sejam jovens, a sonoridade
thrash do trio paulista é voltada para um publico mais das antigas. Apostam em
um thrash bem oitentista com bateria na velocidade da luz, palhetadas velozes e
vocais bem old school. O gutural de Fernanda Lira é um diferencial. Embora não
cante limpo (essa é a marca do gutural), é facilmente compreensível o que está
cantando.
Em comparação ao (bom) Victim of Yourself, é possível notar algumas evoluções. As letras
estão mais maduras, a qualidade de gravação está melhor e o encarte
está com um ar mais profissional. Quando entraram em estúdio para registrar o
trabalho anterior, estavam sem baterista e o instrumento acabou sendo gravado
pelo Amilcar (Torture Squad). Dessa vez, Pitchu Ferraz fez o registro. E, de
boa, não ficou nada a dever. Trabalho tão agressivo e com tanto punch quanto.
Uma pena que não tenha dado certo no conjunto.
Somente um item me incomodou. Os
poucos e curtos solos de guitarra. Prika Amaral é segura ao vivo (sim, já
assisti show delas) e é ótima para criar riffs. Fator que pode ser comprovado
tanto no primeiro CD, quanto em Agony.
Porém, no momento dos solos ainda fica a dever. Tem várias faixas que caberiam
solos mais longos, um pouco mais elaborados. Tem algumas onde nem sequer aparece. Talvez a adição de uma segunda guitarrista fizesse o conjunto conquistar vôos maiores.
Mais uma vez, criam uma faixa em
português. Dessa vez, intitulada “Guerra Santa”. A letra é uma crítica à essa
prática e à contradição envolvida em torno dela. A grande ousadia do novo
trabalho é justamente o bônus “Wayfarer”, onde fazem um arranjo misturando rock
n roll com thrash e pela primeira vez na vida, temos Fernanda Lira, cantando
com voz limpa em alguns versos. E não é que a mina manda bem?
Os arranjos, em sua maioria,
seguem a mesma linha de seu trabalho de estreia. Ou seja, aquela velha mistura
de death e thrash. A influência de Slayer, Destruction, Kreator e Sepultura
segue firme. Embora um pouco mais elaborado, o som não foi descaracterizado. O
único momento que pode causar mimimi aos puristas é realmente a canção bônus.
Feliz em ver a evolução da banda
e vê-las conquistando seu espaço mesmo depois de terem sofrido tantas críticas.
Quem curte som pesado e agressivo dê uma chance à esse álbum. Se deixar os
preconceitos de lado, tem de tudo para virar fã. Faixas de destaque: “Arrogance”, “Intolerance
Means War”, “Failed System”, “Cyberwar” e “Wayfarer”.
Nota: 8,0 /
10,0
Status:
Porrada oldschool
Faixas:
01) Arrogance
02) Theory of Conspiracy
03) Deception
04) Intolerance Means War
05) Guerra Santa
06) Failed System
07) Hostages
08)
Surrounded
By Serpents
09)
Cyberwar
10)
Hypocrisy
11)
Devastation
12)
Wayfarer (Bonus Track Brasil)