Por Davi Pascale
Em de 2 de Junho de 2015 foi
lançado o debut do Art of Anarchy. Disco foi ultimo registro do cantor do Stone
Temple Pilots e trazia o artista diante de uma sonoridade mais pesada. Quem é
fã dos anos iniciais do STP ou do Velvet Revolver vai curtir...
Pouco antes de Scott Weiland
(Stone Temple Pilots) morrer, foram lançados dois discos com o rapaz. O Scott
Weiland & The Wildabouts - que já comentei aqui – e esse Art Of Anarchy.
Scott havia causado um estardalhaço ao declarar que participou do disco, mas que
não havia nenhum envolvimento entre eles. O cantor afirmava nem saber quem eram
os músicos envolvidos e que havia gravado o material por ter sido contratado
para isso. Esse tipo de atitude realmente existe aos montes, mas acho estranho o
cara não saber quem está por trás.
De todo modo, o
trabalho foi anunciado como o mais novo supergroup. Ou seja, aquela nova banda
repleta de rostos conhecidos. Além de Scott, tínhamos aqui John Moyer do
Disturbed e Ron “Bumblefoot” Thal, do Guns n´Roses Chinese Democracy Era. Embora
não se considerasse da banda, Scott escreveu todas as letras e criou todas as
linhas vocais sozinho.
Para quem gostava dele na época
do Stone Temple Pilots, esse deve ser o projeto que mais tenha agradado. Disco
é bem mais pesado do que o Wildabouts ou o do que seus álbuns solo. Muito disso
vem graças às guitarras de Ron Thal. Com guitarra bem distorcida, criou alguns
licks que, em alguns momentos, me remeteu ao trabalho do Ozzy nos anos 80. É
dele a influência mais hard/heavy que se encontra no som do grupo. Weiland
continuava no seu estilo habitual. Linhas bem melódicas, com um ar meio psicodélico
e, em alguns momentos, meio Alice In Chains.
Disco é o ultimo registro de inéditas do cantor Scott Weiland (Stone Temple Pilots) |
Depois de uma breve introdução, o
álbum começa com a pesada “Small Batch Whiskey”, onde os versos invocam uma
pegada meia White Zombie. Outra que nos remete ao grupo de Rob Zombie, até de
maneira um pouco mais explícita, é “a boa Superstar”. Confesso que as duas
primeiras faixas - “Small Bitch Whiskey
e “Time Every Time” – não me empolgaram muito. Foi a partir de “Get On Down”
que o trabalho começou a ficar realmente interessante.
“Grande Applause” conta com bons
riffs, excelente refrão e um solo de guitarra bem desenvolvido e veloz. Não dá
para chamar o Art of Anarchy de banda de heavy metal, mas certamente os músicos
bebem na fonte. Tem uma passagem instrumental após o solo dessa musica que
remete muito ao Metallica. Outro exemplo seria a ótima balada “Til The Dust Is
Gone” que soa como uma faixa perdida do Geoff Tate, poderia estar facilmente em
um álbum do Queensryche. Sem brincadeira.
Porém, como estava dizendo,
embora sejam um grupo pesado, não são uma banda de heavy metal (sim, são
realidades diferentes). O grupo regata um pouco da sonoridade alternativa dos
anos 90. Aquela ideia de som sujo, arranjos simples, vocais bem melódicos e
refrãos bem radiofônicos. Sim, eles usam alguns efeitos modernos, uma mixagem
mais moderna, mas a essência está aqui. Há algumas baladas por aqui,
mas não aquelas baladas voz/violão que os fãs do Temple Pilots tanto gostam.
São baladas mais roqueiras. Ou seja, aquelas que começam devagar, mas logo
crescem nos arranjos e contém elementos mais pesadinhos por trás.
Os grandes destaques são
realmente as guitarras de Ron Thal e os vocais do Scott Weiland. Apesar da polemica em torno do álbum, o vocalista se despediu em grande estilo. O material é bem consistente. O grupo segue adiante com o não menos problemático Scott Stapp (Creed). Vamos
ver o que o futuro reserva para os garotos. Grupo bem interessante.
Nota: 8,0 /
10,0
Status:
Sólido
Faixas:
01) Black Rain
02) Small Batch Whiskey
03) Time Everytime
04) Get On Down
05) Grand Applause
06) Til The Dust Is Gone
07) Death Of It
08)
Superstar
09)
Aqualung
10)
Long Ago
11)
The Drift