Por Rafael Menegueti
Blind Guardian - Beyond the Red Mirror |
Se você é fã de power metal e não conhece Blind Guardian,
tem algo de errado com você. Esses alemães são considerados um dos maiores
expoentes do gênero. Com “Beyond the Red Mirror” a banda chega ao seu decimo
álbum de estúdio, sendo que já se faziam cinco anos desde o ultimo lançamento
inédito. A formula desse trabalho é a mesma já consagrada pela banda: músicas
grandiosas, com vocais épicos e uma historia fantástica, em mais um álbum conceitual
para fazer a cabeça de seus fãs.
O disco traz de volta um personagem e universo já explorados
pela banda no disco “Imaginations From the Other Side”, lançado 20 anos atrás. O
“espelho vermelho” citado no nome do álbum seria o único portal que interliga
os dois mundos da historia, precisando ser encontrado a qualquer custo. A
partir dai surge toda a fantasia e mitologia clássicas que dão forma às
historias criadas por Hansi Kürsch. Se a historia já é um atrativo bem
interessante, a música vem para complemente ainda mais a experiência dos
ouvintes do disco.
A banda sabe como usar os elementos que seu estilo propõe. “Beyond
the Red Mirror” é mais um festival de belas linhas de guitarra, corais,
elementos orquestrais aliados com melodias fortes e impactantes, com uma levada
dramática que casa perfeitamente com a aventura mostrada na historia. Na
primeira faixa a banda já mostra esse seu universo sonoro com “The Ninth Wave”,
bem viajada, com forte uso de corais na introdução e um refrão empolgante numa
canção com mais de nove minutos de duração, mas que não cansa quem ouve.
O single “Twilight of the Gods” é uma pancada, frenética e
com vocais elevados. O disco segue com a divertida “Prophecies”, onde a historia
do disco começa a ganhar mais força, com o anuncio de tempos sombrios que estão
por vir. “At the Edge of Time” já tem ritmo mais contagiante e é carregada pela
forte orquestração. “Ashes of Eternity” apresenta um andamento mais caótico,
com um peso que combina com o momento mais tenso da historia contada. “The Holy
Grail” é outra porrada, com um refrão onde os vocais se destacam em parceria
com os corais. “The Throne” é uma das melhores canções do álbum, com uma sonoridade
épica, onde novamente os solos de guitarra e a orquestração se destacam ao
longo de seus sete minutos.
O disco e a historia vão caminhando para sua conclusão e,
quando entra “Sacred Mind”, temos um momento mais cadenciado, que logo progride
para um ritmo acelerado e alucinante. “Miracle Machine” vem em seguida como a
faixa mais calma do disco, levada por piano e mais da habilidade vocal de Hansi
Kürsch aliada ao coral (meio ao estilo Queen até). Pra encerrar, vem o momento
decisivo da historia com uma faixa a altura, “Grand Parade”, outra grande composição
que corre por nove minutos intocável, sem deixar você pensar em desistir de
ouvi-la.
É claro que “Beyond the Red Mirror” tem muito mais detalhes.
O disco é um trabalho que traz mais uma historia rica, mais uma das grandes produções
assinadas pela banda. Musicalmente ele não deixa a desejar em quase nada. Obvio
que a melhor forma da banda é insubstituível, mas o Blind Guardian ainda sabe
produzir discos grandiosos sem parecer chatos depois de tantos anos. Por isso, “Beyond
the Red Mirror” conquistou os fãs e deu nova vida ao Blind Guardian após esses
cinco anos de espera por algo novo. Resta agora esperar os shows no Brasil no
segundo semestre.
Nota: 8,5/10
Status: empolgante e épico
Faixas:
01. The Ninth Wave
02. Twilight of the Gods
03. Prophecies
04. At the Edge of Time
05. Ashes of Eternity
06. The Holy Grail
07. The Throne
08. Sacred Mind
09. Miracle Machine
10. Grand Parade