quarta-feira, 11 de março de 2015

Blind Guardian – Beyond the Red Mirror (2015)

Por Rafael Menegueti

Blind Guardian - Beyond the Red Mirror
Se você é fã de power metal e não conhece Blind Guardian, tem algo de errado com você. Esses alemães são considerados um dos maiores expoentes do gênero. Com “Beyond the Red Mirror” a banda chega ao seu decimo álbum de estúdio, sendo que já se faziam cinco anos desde o ultimo lançamento inédito. A formula desse trabalho é a mesma já consagrada pela banda: músicas grandiosas, com vocais épicos e uma historia fantástica, em mais um álbum conceitual para fazer a cabeça de seus fãs.

O disco traz de volta um personagem e universo já explorados pela banda no disco “Imaginations From the Other Side”, lançado 20 anos atrás. O “espelho vermelho” citado no nome do álbum seria o único portal que interliga os dois mundos da historia, precisando ser encontrado a qualquer custo. A partir dai surge toda a fantasia e mitologia clássicas que dão forma às historias criadas por Hansi Kürsch. Se a historia já é um atrativo bem interessante, a música vem para complemente ainda mais a experiência dos ouvintes do disco.


A banda sabe como usar os elementos que seu estilo propõe. “Beyond the Red Mirror” é mais um festival de belas linhas de guitarra, corais, elementos orquestrais aliados com melodias fortes e impactantes, com uma levada dramática que casa perfeitamente com a aventura mostrada na historia. Na primeira faixa a banda já mostra esse seu universo sonoro com “The Ninth Wave”, bem viajada, com forte uso de corais na introdução e um refrão empolgante numa canção com mais de nove minutos de duração, mas que não cansa quem ouve.

O single “Twilight of the Gods” é uma pancada, frenética e com vocais elevados. O disco segue com a divertida “Prophecies”, onde a historia do disco começa a ganhar mais força, com o anuncio de tempos sombrios que estão por vir. “At the Edge of Time” já tem ritmo mais contagiante e é carregada pela forte orquestração. “Ashes of Eternity” apresenta um andamento mais caótico, com um peso que combina com o momento mais tenso da historia contada. “The Holy Grail” é outra porrada, com um refrão onde os vocais se destacam em parceria com os corais. “The Throne” é uma das melhores canções do álbum, com uma sonoridade épica, onde novamente os solos de guitarra e a orquestração se destacam ao longo de seus sete minutos.

O disco e a historia vão caminhando para sua conclusão e, quando entra “Sacred Mind”, temos um momento mais cadenciado, que logo progride para um ritmo acelerado e alucinante. “Miracle Machine” vem em seguida como a faixa mais calma do disco, levada por piano e mais da habilidade vocal de Hansi Kürsch aliada ao coral (meio ao estilo Queen até). Pra encerrar, vem o momento decisivo da historia com uma faixa a altura, “Grand Parade”, outra grande composição que corre por nove minutos intocável, sem deixar você pensar em desistir de ouvi-la.

É claro que “Beyond the Red Mirror” tem muito mais detalhes. O disco é um trabalho que traz mais uma historia rica, mais uma das grandes produções assinadas pela banda. Musicalmente ele não deixa a desejar em quase nada. Obvio que a melhor forma da banda é insubstituível, mas o Blind Guardian ainda sabe produzir discos grandiosos sem parecer chatos depois de tantos anos. Por isso, “Beyond the Red Mirror” conquistou os fãs e deu nova vida ao Blind Guardian após esses cinco anos de espera por algo novo. Resta agora esperar os shows no Brasil no segundo semestre.


Nota: 8,5/10
Status: empolgante e épico

Faixas:
01. The Ninth Wave
02. Twilight of the Gods
03. Prophecies
04. At the Edge of Time
05. Ashes of Eternity
06. The Holy Grail
07. The Throne
08. Sacred Mind
09. Miracle Machine
10. Grand Parade