Por Davi Pascale
Enquanto o disco de inéditas não
vem, o Metrô relança seu álbum mais famoso repleto de bônus. Montado com
gravações da época e ótimo trabalho gráfico, material emociona quem viveu o sucesso
do grupo e se torna item definitivo na coleção de seus admiradores.
Nos anos 80, tivemos vários
grupos de rock dominando as paradas brasileiras. Alguns sobreviveram,
conseguiram atravessar gerações e se mantiveram no mercado. Caso do Capital
Inicial, do Paralamas do Sucesso, do Lulu Santos... Outros, tiveram um grande
destaque na época, mas não tiveram a mesma sorte. Seja porque brigaram e
separaram, porque não conseguiram continuar criando hits ou qualquer outro
motivo. Uma dessas bandas que é lembrada com carinho entre as pessoas da época,
mas que a garotada talvez não saiba muito sobre é o Metrô.
O grupo Metrô surgiu a partir de
um outro grupo: o Gota Suspensa. Embora tenham registrado um (bom) LP com esse
nome e tenham criado uma admiração no circuito underground da época, eles só
caíram na boca do povo depois que alteraram seu nome e deixaram seu som mais
comercial.
A referência principal aqui é a
new wave. É possível pegarmos referências claras de artistas como Blondie, Roxy
Music, B-52´s. O fato de ter uma cantora de frente e ter essa pegada em seu
trabalho fez com que muitos começassem a compara-los com o Kid Abelha. Outra
banda que estava em enorme destaque na ocasião. Mas o som deles era um pouco
diferente, com mais ênfase nos teclados e nas batidas eletrônicas. Embora
também apostassem em melodias fáceis e acento pop.
Em 1985, chegou ao mercado o LP Olhar. Com produção de Luiz Carlos
Maluly (o mesmo que produziu o emblemático Revoluções
Por Minuto do RPM), o disco se tornou um marco da época com faixas que se
tornaram grandes hits nas rádios, entraram em trilha de filmes e foram
executadas em novelas da Rede Globo. “Cenas Obscenas”, “Johnny Love”, “Sândalo
de Dândi”, “Tudo Pode Mudar”, “Olhar” certamente estão no inconsciente de quem
pertenceu àquela geração.
Além do famoso LP, foram
adicionadas as músicas que saíram em compactos – caso dos hits “Ti Ti Ti” e “Beat
Acelerado” – a versão de “Johnny Love” criada para o filme Rock Estrela – contando com a participação de Léo Jaime, um dos
protagonistas do longa – remixes, demo e versões ao vivo da época. Os registros
de shows são muito bacanas, pois mostram uma banda bem afiada, que tocava com
garra, mas também mostra um pouco da inocência da época.
Nas demos, temos “Tudo Pode Mudar”
em uma versão bem próxima à original (uma execução um pouco mais crua, mas o
arranjo já bem próximo da versão final), “Sândalo de Dândi” ainda contando
apenas com a voz guia e a inédita “Eu Digo Stop”. Música bem bacaninha por
sinal.
Atualmente, os músicos estão
fazendo shows Brasil afora com a mesma formação que gravou esse disco e
prometem material inédito para breve. Enquanto não vem, vamos juntos relembrar
esse ótimo período da música popular brasileira. Ítem essencial entre os
admiradores da cena BRock.
Nota: 10,0 / 10,0
Status: Histórico
Faixas:
CD 1:
01)
Olhar
02)
Cenas Obscenas
03)
Johnny Love
04)
Sândalo de Dândi
05)
Melodix
06)
Beat Acelerado II
07)
Tudo Pode Mudar
08)
Hawaii-Bombay
09)
Solução
10)
Stabilo
11)
Que Loucura!
12)
Ti Ti Ti
13)
Beat Acelerado (Bônus)
14)
Ti Ti Ti – Dance Mix (Bônus)
15)
Johnny Love – Trilha Rock Estrela (Bônus)
16)
Beat Acelerado – Remix Por DJ Zé Pedro (Bônus)
CD 2:
01)
Tudo Pode Mudar – Ao Vivo Em Cruzeiro
02)
Beat Acelerado – Ao Vivo Em Jaú
03)
Sândalo de Dândi – Ao Vivo Em Jaú
04)
Olhar – Ao Vivo Em Cornélio Procópio
05)
Johnny Love – Ao Vivo Em Recife
06)
Cenas Obscenas – Ao vivo Em Tupã
07)
Stabilo – Ao Vivo Em Tupã
08)
Melodix – Ao Vivo Em Recife
09)
Tudo Pode Mudar – Demo 1984 (Bônus)
10)
Sândalo de Dândi – Demo 1984 (Bônus)
11)
Eu Digo Stop – Demo 1984 (Bônus)