Por Davi Pascale
Motley Crue lança novo material
ao vivo para celebrar fim de sua trajetória. Repertório é focado nos clássicos
e emociona os antigos fãs.
Esse não é o primeiro álbum ao
vivo do Motley Crue. Se não me engano, é o terceiro. Mesmo assim, esse ítem é
indispensável na coleção dos seus seguidores. Afinal, trata-se do show de
despedida dos garotos. Algo que é sempre marcante para aqueles que acompanharam
o conjunto durante tanto tempo.
O repertório não é tão extenso
quanto do DVD anterior, é mais enxuto. Entretanto, aquelas músicas que marcaram
a carreira deles, estão quase todas aqui. O set foca no período clássico. Ou seja,
entre 81-89, para ser mais específico do debut Too Fast For Love ao clássico Dr.
Feelgood. Não há músicas inéditas, nem nenhuma música do trabalho que
gravaram ao lado do John Corabi.
Para quem viveu os anos 80, a
escolha não poderia ser melhor. Do início com “Girls, Girls, Girls” até o final
com “Home Sweet Home” são vários flashes, várias lembranças. Absolutamente
nostálgico!
A qualidade de gravação é ótima.
Tanto a qualidade de som quanto a qualidade de imagem estão excelentes. Há
algumas correções de estúdio, mas não chega a ser algo tão descarado. Os
músicos optaram por deixar alguns erros. Em uma audição mais atenta, pegamos
algumas atravessadas de Tommy Lee. Também fica claro a dificuldade de Vince
Neil em cantar algumas músicas como “Shout At The Devil”, mas nada que tire o
encanto ou que frustre.
Banda foca nos clássicos |
Para aqueles que, assim como eu,
tiveram a oportunidade de conferir a apresentação da banda no Rock in Rio, o DVD é uma recordação e
tanto. Embora a performance seja a de Los Angeles, terra natal dos músicos, o
repertório é bem similar. O show é bem parecido. Inclusive, com a participação
das dançarinas. Aliás, muito bacana ver o Tommy Lee citando o show do Rio de Janeiro como um de seus momentos favoritos na turnê.
A ideia de colocar um trecho de “Mas
Tequila” dentro de “Smokin´ In The Boys Room” foi genial e funcionou
incrivelmente bem. Nikki Sixx e Tommy Lee ainda demonstram uma energia fora do
comum. Honestamente, acho que eles ainda tinham gás para seguirem por mais
alguns anos. Contudo, temos que respeitar a posição dos músicos. Na entrevista me pareceram meio desiludidos, meio cansados com a ideia de tocar as mesmas musicas toda turnê.
O CD traz o show quase que na
integra. Somente os números solos foram deixados de fora. Realmente, na
necessidade de ter que arrancar alguma música, essa acaba sendo a mais sensata.
Não há dúvidas de que é mais divertido assistir um número solo do que ouví-lo. Principalmente, o solo de Tommy Lee com a bateria acoplada em uma montanha russa. Simplesmente animal!
Clássicos como “Wildside”, “Same
Ol´ Situation”, “Looks That Kill”, “Kickstart My Heart”, “Primal Scream” e “Live
Wire” soam absolutamente explosivas. Claro que há alguns momentos em que sentimos
o peso da idade, principalmente nos vocais de Vince Neil, mas estão longe
de soarem uma banda sem gás, decadente, em estágio final. Pelo contrário, estão com uma ótima energia. O final com "Home Sweet Home" sendo executada em um palco no meio da galera é, no mínimo, emocionante.
The End – Live In Los Angeles é um trabalho essencial não somente
na coleção dos fãs de Motley Crue, mas na coleção dos fãs de hard rock em
geral. Divertido, nostálgico, para cima, em uma expressão: rock n roll.
Indispensável!
Nota: 10,0 / 10,0
Status: Espetacular
Faixas:
01)
Girls, Girls, Girls
02)
Wildside
03)
Primal Scream
04)
Same Ol´ Situation
05)
Don´t Go Away Mad
06)
Rock n Roll Party II / Smokin´ In The Boys Room
07)
Looks That Kill
08)
Mutherf***** Of The Year
09)
In The Beginning / Shout At The Devil
10)
Louder Than Hell
11)
Drum Solo*
12)
Guitar Solo*
13)
Saints Of Los Angeles
14)
Live Wire
15)
T.N.T / Dr. Feelgood
16)
Kickstart My Heart
17)
Home Sweet Home
18)
Interviews With Motley Crue*
19)
Nikki´s Flamethrower Bass*
20)
Tommy´s Drum Rig*
*Material presente somente no
vídeo