Por Davi Pascale
Cantor britânico chega à seu 33º
álbum. Wonderful Crazy Night leva o
ouvinte de volta aos anos 70 e deve agradar seus fiéis seguidores.
Elton John segue firme e forte.
Para a alegria de muitos e ódios de outros tantos, vários rockers dos anos 60 e
70 seguem na ativa cheio de vitalidade. Esses artistas podem não ter mais a
exposição na mídia que tinham décadas atrás, não possuem novos hits, mas graças
ao talento e ao legado construído, seguem arrastando milhares de pessoas para suas apresentações. Esses caras, se assim desejassem, poderiam viver do
passado, mas isso parece não lhes agradar. Melhor para nós...
O novo trabalho de Reginald
Kenneth Dwight nos leva de volta aos seus anos dourados. Mais uma vez contando
com a produção de T Bone Burnett, que já havia trabalhado com ele em The Union e The Diving Board, o músico resgata a vitalidade do início de sua
carreira. Sim, suas baladas continuam marcando presença. “Blue Wonderful”, “A
Good Heart” e “The Open Chord” contemplam o lado romântico do cantor, mas sem
dúvidas, esse álbum traz mais similaridades com sua fase Honkey Chateau do que com sua fase The One.
Não gostei do nome escolhido. Wonderful Crazy Night pode vender a
falsa ideia de mais um álbum ao vivo. A capa também poderia ser mais bacana, mais
bem trabalhada. Agora, para nosso deleite, a dupla Elton John & Bernie
Taupin continua afiada no quesito composição. Ainda bem...
Musico resgata sonoridade 70´s em novo álbum |
“In The Name of You” traz uma
introdução que nos remete à “That´s All” (Genesis), mas logo cai no rock cheio
de alegria de Elton. “Claw Hammer” traz uma pegada meia folk, com influência de
Byrds. “I´ve Got to Wings” aposta um acento meio country, nos remete um pouco à
sua fase Tumbleweed Connection. “Looking
Up” e “Wonderful Crazy Night” trazem aquele rock meio swingado, com uma pegada
meio “Honky Cat”. A faixa-título nos remete um pouquinho ao Caribou, para ser mais preciso. “Guilty Pleasure” é a música
perfeita para levantar o público nas apresentações.
Para que conseguisse reproduzir
seu velho som, o músico retomou antigas parcerias. A banda que o acompanha no
disco é a mesma banda que o acompanha nos palcos, trazendo de volta às
gravações seu baterista original Nigel Olsson e seu velho camarada Davey Johnstone.
Ou seja, pessoas que conhecem muito bem a personalidade de Elton John e a musicalidade
de Elton John. Já devem estar meio que no automático. Como não poderia deixar
de ser, o cantor continua se destacando tanto na voz quanto no piano.
O disco não é muito longo e as
faixas são excelentes. Claro, por ser um disco do Elton John, não se deve
esperar um trabalho pesado. Muito pelo contrário. O músico sempre deixou claro
sua aproximação com o universo pop. Tantos nas baladas, quanto nas músicas mais
animadas. Se isso não é um problema para você, vá em frente. Disco extremamente
bem feito e honesto.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Roots
Faixas:
01)
Wonderful Crazy Night
02)
In The Name Of You
03)
Claw Hammer
04)
Blue Wonderful
05)
I´ve Got 2 Wings
06)
A Good Heart
07)
Looking Up
08)
Guilty Pleasure
09)
Tambourine
10)
The Open Chord