quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Stratovarius – Eternal (2015)

Por Rafael Menegueti

Stratovarius - Eternal
Mais um dos grandes nomes do metal finlandês, o Stratovarius foi outra banda que lançou disco novo nesse ano. “Eternal” é o décimo quinto álbum do grupo e, como era de se esperar, mostra um trabalho com a marca da banda ao longo de sua carreira. O estilo melódico que a banda ajudou a criar é de fato o grande trunfo em sua sonoridade. Depois dos lançamentos mais recentes mostrarem uma banda que ainda buscava se reencontrar aos poucos após a saída de Timo Tolkki, parece claro que em “Eternal” eles estão mais confiantes naquilo que querem.

É claro que para quem conhece e admira a banda há anos, nada do que o Stratovarius faz é uma grande novidade. Mas eles são competentes o suficiente para trazer algo muito válido em meio a sua formula já repetida inúmeras vezes em seus 30 anos de estrada. Levadas cadenciadas, riffs velozes, algumas orquestrações feitas no teclado, composições que enfatizam as qualidades melódicas e técnicas de seus músicos e uma fidelidade ao que o estilo pede que, embora previsível, é aquilo que segue dando identidade à banda.

“Eternal” é uma boa sequencia ao que a banda vinha mostrando em “Nemesis”. O disco abre com uma faixa que te fisga rapidamente, “My Eternal Dream”, com solos rápidos e uma sonoridade envolvente e épica. Em seguida o single “Shine In the Dark” se mostra uma boa composição, um pouco mais intensa e pegajosa. Um pouco mais acelerada, mas sem perder a empolgação típica o refrão, “Rise Above It” é outra que segue em bom nível. Já a mais cadenciada “Lost Without a Trace” é destaque pela melodia mais marcante ao longo dos versos e refrão.

Os membros do Stratovarius
“Feeding the Fire” e “Few Are Those” são outras faixas onde o refrão tem um papel especial em segurar a canção, enquanto o riff e andamento de “In My Line of Work” são suas grandes virtudes. Em “Man In The Mirror” chega a hora de brilhar da sessão rítmica da banda, com uma linha de bateria excelente e um riff de guitarra muito bom, incrementado ainda pelo arranjo e solos de teclado. Uma das melhores do disco. Ainda vale destacar a balada obrigatória power metal em “Fire In Your Eyes”, que leva ao encerramento com a longa e épica “The Lost Saga”, uma ambiciosa e típica fantasia nórdica ao melhor estilo que o power metal pode proporcionar. Essa faixa empolgante e épica é o resultado de quatro noites de pesquisa e trabalho do vocalista Timo Kotipelto, que firmou ter sido o seu trabalho mais difícil de composição, e dá um boom necessário para encerrar o disco com excelência.

Grande parte das composições surgiram da parceria entre Timo e Jani Liimatainen (ex-Sonata Arctica), seu também parceiro no Cain’s Offering. E é bem perceptível o dedo de Jani em alguns dos elementos na sonoridade desse álbum. “Eternal” acerta por ser um disco direto e sincero. Bem elaborado e com os músicos mostrando boa técnica e coesão impares. Timo ainda é um vocalista marcante no que faz, e uma prova disso é o fato de que mesmo com um amplo coral sendo usado na formação dos backing vocals, é a voz dele que se destaca em todos os momentos. O Stratovarius pode não ser uma banda mais inovadora, mas no que eles apresentam aqui os seus fãs podem confiar sem medo.


Nota: 8/10
Status: Competente e sincero

Faixas:
01 - My Eternal Dream
02 - Shine In The Dark
03 - Rise Above It
04 - Lost Without A Trace
05 - Feeding The Fire
06 - In My Line Of Work
07 - Man In The Mirror
08 - Few Are Those
09 - Fire In Your Eyes
10 - The Lost Saga