Por Davi Pascale
A galera do Foo Fighters acaba de
soltar um novo álbum de inéditas. O primeiro desde Sonic Highways (2014). Como era de se esperar, a expectativa
é enorme. Pelo menos, de minha parte. Considero esses caras uma das melhores
bandas que temos atualmente. Não no quesito técnica (embora considere Taylor
Hawkins fera), mas no quesito composição.
Algo que sinto falta nas bandas
atuais é ter aquela musica que fique na sua cabeça, que do nada você se pega
cantando pelos corredores de sua casa. Bandas como Foo Fighters e Pearl Jam têm
isso. Dave Grohl pode não ter a melhor voz do planeta Terra, mas é um belo
compositor.
Concrete And Gold é um álbum meio que diferente. No álbum anterior,
eles receberam algumas críticas onde diziam que o fato de terem gravado o
trabalho em diferentes cidades não havia alterado o som da banda. Isso
realmente não me incomoda – tanto que adoro bandas como AC/DC, Motorhead e
Ramones que atravessaram décadas apostando na mesma fórmula – mas não dá para
afirmar a mesma coisa aqui. Sim, algumas faixas vão remeter trabalhos
anteriores, mas essa não é a tônica do álbum.
Disco traz participação discreta de Paul McCartney |
A parte inicial do álbum conta
com uma pegada de rock opera, com faixas interligadas, arranjos mais
trabalhados, transbordando influências de Queen, Zeppelin e Beatles. As faixas
com a cara mais tradicional do Foo Fighters estão no meio do disco (“La Dee Da”,
“Dirty Water” e “Arrows”) e, para ser honesto, são as que menos me empolgaram.
Não por serem mais do mesmo – já disse que não me incomodo com isso – mas por
serem menos inspiradas mesmo.
O principal diferencial desse CD
são os backings. O trabalho de harmonia vocal remete claramente aos 4 rapazes
de Liverpool. Não apenas em uma faixa, mas em várias. “Happy Ever After”, “The
Sky Is a Neighbourhood” e “Sunday Rain” são grandes exemplos. Essa última, não
por acaso, conta com a presença de Paul McCartney na bateria. Realmente muito
bacana, mas teria usado o rapaz no contrabaixo – onde ele é mestre – e deixaria
ele cantar alguns versos, ao menos. Quem não ler o encarte, corre o risco de
não sacar a participação. Esse é um problema das participações desse disco como
um todo. Muito foi comentado da participação de Justin Timberlake em “Make It
Right”, mas ele só fez um backing vocal. Poderiam terem explorado um pouco mais
os convidados, já que se tratam de nomes tão fortes.
De um modo geral, o disco é muito
bacana. Como de se esperar, o álbum traz várias faixas muito legais. Ele não se
iguala, muito menos supera, álbuns como Wasting
Light (2011) ou There Is Nothing
Left To Lose (1999), mas também não decepciona. Cumpre a risca de entregar
um rock n roll bem feito, empolgante, repleto momentos contagiantes. Quem é fã, pode
ir sem medo.
Nota: 8,0 / 10,0
Faixas:
01)
T-Shirt
02)
Run
03)
Make It Right
04)
The Sky Is a Neighbourhood
05)
La Dee Da
06)
Dirty Water
07)
Arrows
08)
Happy Ever After (Zero Hour)
09)
Sunday Rain
10)
The Line
11)
Concrete And Gold