quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Foo Fighters – Concrete And Gold (2017):



Por Davi Pascale

A galera do Foo Fighters acaba de soltar um novo álbum de inéditas. O primeiro desde Sonic Highways (2014). Como era de se esperar, a expectativa é enorme. Pelo menos, de minha parte. Considero esses caras uma das melhores bandas que temos atualmente. Não no quesito técnica (embora considere Taylor Hawkins fera), mas no quesito composição.

Algo que sinto falta nas bandas atuais é ter aquela musica que fique na sua cabeça, que do nada você se pega cantando pelos corredores de sua casa. Bandas como Foo Fighters e Pearl Jam têm isso. Dave Grohl pode não ter a melhor voz do planeta Terra, mas é um belo compositor.

Concrete And Gold é um álbum meio que diferente. No álbum anterior, eles receberam algumas críticas onde diziam que o fato de terem gravado o trabalho em diferentes cidades não havia alterado o som da banda. Isso realmente não me incomoda – tanto que adoro bandas como AC/DC, Motorhead e Ramones que atravessaram décadas apostando na mesma fórmula – mas não dá para afirmar a mesma coisa aqui. Sim, algumas faixas vão remeter trabalhos anteriores, mas essa não é a tônica do álbum.

Disco traz participação discreta de Paul McCartney

A parte inicial do álbum conta com uma pegada de rock opera, com faixas interligadas, arranjos mais trabalhados, transbordando influências de Queen, Zeppelin e Beatles. As faixas com a cara mais tradicional do Foo Fighters estão no meio do disco (“La Dee Da”, “Dirty Water” e “Arrows”) e, para ser honesto, são as que menos me empolgaram. Não por serem mais do mesmo – já disse que não me incomodo com isso – mas por serem menos inspiradas mesmo.

O principal diferencial desse CD são os backings. O trabalho de harmonia vocal remete claramente aos 4 rapazes de Liverpool. Não apenas em uma faixa, mas em várias. “Happy Ever After”, “The Sky Is a Neighbourhood” e “Sunday Rain” são grandes exemplos. Essa última, não por acaso, conta com a presença de Paul McCartney na bateria. Realmente muito bacana, mas teria usado o rapaz no contrabaixo – onde ele é mestre – e deixaria ele cantar alguns versos, ao menos. Quem não ler o encarte, corre o risco de não sacar a participação. Esse é um problema das participações desse disco como um todo. Muito foi comentado da participação de Justin Timberlake em “Make It Right”, mas ele só fez um backing vocal. Poderiam terem explorado um pouco mais os convidados, já que se tratam de nomes tão fortes.

De um modo geral, o disco é muito bacana. Como de se esperar, o álbum traz várias faixas muito legais. Ele não se iguala, muito menos supera, álbuns como Wasting Light (2011) ou There Is Nothing Left To Lose (1999), mas também não decepciona. Cumpre a risca de entregar um rock n roll bem feito, empolgante, repleto momentos contagiantes. Quem é fã, pode ir sem medo.

Nota: 8,0 / 10,0
Faixas:

     01)   T-Shirt  
     02)   Run
     03)   Make It Right
     04)   The Sky Is a Neighbourhood
     05)   La Dee Da
     06)   Dirty Water 
     07)   Arrows
     08)   Happy Ever After (Zero Hour)
     09)   Sunday Rain
     10)   The Line
     11)   Concrete And Gold