terça-feira, 29 de março de 2016

Megadeth – Dystopia (2016):



Por Davi Pascale

Dave Mustaine ataca novamente! Com nova formação, o Megadeth chega à seu décimo-quinto álbum e entrega trabalho honesto e bem resolvido.

Que o Megadeth é um dos pilares do thrash metal ninguém tem dúvidas. Só o que eles fizeram em álbuns como Peace Sells... But Who´s Buying  e Rust In Peace já é mais do que suficiente para colocá-los como um dos principais nomes do gênero. Muitos fãs gostam de ficar comparando-os ao Metallica, já que seu líder fez parte da primeira formação dos caras, mas a verdade é que hoje são 2 bandas distintas. Metallica gosta de ousar mais, de experimentar mais, não ficam mais presos ao rótulo de thrash. Megadeth por outro lado, teve suas experimentações aqui e ali, mas está cada vez mais voltado ao gênero e Dystopia é uma prova disso.

Para o bem ou para o mal, o que temos aqui é um álbum de thrash metal. Sendo assim, tem de tudo para agradar os admiradores do grupo. Claro que não dá para compará-lo à um So Far So Good So What, nem à um Youthanasia, mas o trabalho apresentado aqui é bem acima da média. Os riffs são fortes, o trabalho de bateria é matador e Kiko Loureiro está arrebentando no disco. Diria que é o melhor disco deles desde The System Has Failed.

Há algumas novidades, como uma orquestração na arrastada “Poisonous Shadows” ou a instrumental “Conquer Or Die”, onde temos Kiko demonstrando sua influência de violão clássico no início da música. Muitas qualidades, contudo, foram mantidas. O lado político de Dave Mustaine volta a aparecer em “Post American World”, “The Emperor” e “Dystopia”. A velha influência punk também volta a dar as caras. Essa não é a primeira vez que gravam algo do gênero. Já haviam registrado uma versão explosiva de “Anarchy In The Uk” em seu trabalho de 1987 e “Problems” em seu EP de 1995. Dessa vez, contudo, a escolhida não foi uma faixa dos Sex Pistols. Foi uma faixa da banda Fear. No caso, “Foreign Policy”. Ótima versão, por sinal.

Kiko Loureiro se destaca em novo disco da banda

Dystopia é um álbum típico do Megadeth. Pesado, arrastado, com várias faixas cadenciadas, com vários arranjos em mid-tempo. Dave continua cantando no seu estilo habitual. Pouca coisa mais mole, é verdade, mas nada que frustre ou espante. Faixas como “Death Fom Within”, “The Threat Is Real”, “Bullet To The Brain” e “Melt The Ice Away” já nascem clássicas e devem enlouquecer os fãs nos shows. 

Existe um boato de que Dave Mustaine havia ficado de olho no Pepeu Gomes e chegou à fazer um convite para o rapaz integrar a banda. Isso lá pelo final dos anos 80, início dos anos 90. Muitos questionavam a veracidade do fato. A realidade é que um brasileiro finalmente assumiu o posto de guitarrista do Megadeth. Não foi o rapaz dos Novos Baianos que ficou com a vaga, foi o do Angra.

Embora tenha criado seu nome na cena do heavy metal, Kiko Loureiro também vinha de uma escola diferente. Não era um nome que se imaginava quando se falava de thrash metal. Bom, essa história deve mudar daqui em diante. Kiko brilha nos solos de “The Emperor”, “Poisonous Shadows” e “Fatal Illusion”. Nunca imaginaria que iria dizer isso, mas o cara deu uma revigorada na banda. Pelo visto, a nova formação do Megadeth deu mais do que certo. Agora é ficar na torcida para que esse lineup dure e que venham mais discos como esse em um futuro próximo.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Honesto e inspirado

Faixas:
      01)  The Threat Is Real
      02)   Dystopia
      03)   Fatal Illusion
      04)   Death From Within
      05)   Bullet To The Brain
      06)   Post American World
      07)   Poisonous Shadows
      08)   Conquer Or Die
      09)   Lying In The State
      10)   The Emperor
      11)   Foreign Policy 
      12)   Melt The Ice Away