segunda-feira, 1 de junho de 2015

Discografia Comentada – Bullet for My Valentine

Por Rafael Menegueti


Os galeses do Bullet for My Valentine estão de novo em evidência por conta do lançamento de seu novo disco, “Venom”, que acontecerá em agosto. Muito se espera desse álbum que, segundo a própria banda, pode ser um dos melhores do ano (será?). O que se sabe é que, apesar de certo preconceito que eles sofrem pelo fato de ser uma banda mais comercial de metalcore, o quarteto tem capacidade e já mostrou talento em seus trabalhos antecessores. Por isso hoje falarei um pouco mais da trajetória deles através de seus lançamentos anteriores.

Bullet for My Valentine e Hand of Blood EPs (2004/2005)


Após a banda mudar do nome Jeff Killed Joe (sob o qual eles chegaram a lançar algumas demos) para o atual, o grupo lançou um EP homônimo no final de 2004. O lançamento tinha cinco faixas e era restrito ao Reino Unido e Japão, onde a faixa “4 Words (to Choke Upon)” aparecia como bônus. Quase um ano depois essas mesmas faixas seriam lançadas nos EUA com o nome “Hand of Blood EP”. Três músicas desse lançamento aparceriam mais tarde no primeiro álbum da banda. Destaques: Hand of Blood, Just Another Star.


The Poison (2005)


Em outubro de 2005 a banda lançava seu já aguardado disco de estreia. Isso porque eles já eram uma banda conhecida entre os fãs do estilo no Reino Unido. “The Poison” conseguiu tornar a banda um sucesso mundial com faixas pesadas a ácidas. Abusando dos vocais gritados de Matt Tuck, dos riffs explosivos de Michael Padge e algumas melodias radiofônicas com temas como violência e desencontros amorosos, o disco conseguia agradar pela forte identificação com o metalcore. No entanto, por esse mesmo motivo ele parecia limitando aos fãs do estilo, não agradando fãs de outras vertentes. Destaques: Tears Don’t Fall, The Poison, The End.


Scream Aim Fire (2008)


Após o bem sucedido “The Poison” a banda voltou em 2008 com um disco um pouco diferente mas muito potente. “Scream Aim Fire” chama a atenção por uma maior proximidade com uma das principais influências da banda, o thrash metal. A inspiração em bandas como Metallica, Megadeth e Pantera e muito clara, e as faixas tem menos vocais vocais gritados e instrumental caótico e mais riffs e solos. A temática da banda seguia a mesma, mas dessa vez o disco parece mais maduro que seu antecessor. Destaques: Scream Aim Fire, Waking the Demon, Take It Out On Me.


Fever (2010)


Em Fever, de 2010, a banda consegue achar uma boa dosagem entre suas principais influências. A proximidade do thrash metal continua forte, mas a banda volta a criar faixas mais radiofônicas, convidativas e próximas do metal tradicional. O álbum chega a dividir os fãs que esperavam algo mais parecido com “The Poison”, mas as composições são bem feitas e os vocais de Matt Tuck parecem mais amadurecidos. Além de que as guitarras dele e Padge formam um entrosamento excelente. As letras continuam falando sobre relacionamentos conturbados, brigas e temperamento explosivo, o que nesse sentido se assemelha muito a “The Poison”. Destaques: Your Betrayal, Alone e Bittersweet Memories.


Temper Temper (2013)


Se “Fever” era um disco com composições marcantes, o mesmo não dá pra se dizer de “Temper Temper”. Apesar do peso e influência do thrash seguirem sendo elementos principais, o disco peca em ter poucas faixas memoráveis, parecendo um genérico de si mesmo. Não que o álbum seja ruim, ele apenas não apresentou uma evolução ou identificação com o estilo como seus antecessores. Algumas faixas se sobressaem positivamente, mas é possível dizer que esse seja um disco do qual a banda precise se distanciar no seu próximo trabalho se quiser agradar os fãs, algo que eles vem prometendo para “Venom”. O primeiro single, “No Way Out”, já causou reações positivas e foi bem recebido entre os fãs, resta saber se o resto do disco corresponderá às expectativas. Destaques: Riot e Breaking Point.