Por Rafael Menegueti
Kontrust - Explositive |
A banda austríaca de metal crossover Kontrust lançou seu
quarto disco de estúdio em novembro passado. No ano passado eu havia resenhado
o antecessor “Second Hand Wonderland”, de 2012, e agora, comentando sobre o
novo disco, devo dizer que pouco mudou. A proposta do som do sexteto é a
mistura de metal com vários estilos de diversas origens, como a polka, ritmos
latinos, um pouco de reggae e ska, muita percussão e levadas cheias de groove e
funkeadas.
Em “Explositive” a banda explora ainda mais essa sua
sonoridade, com uma pegada pesada e ao mesmo tempo dançante. A faixa “Dance”
abre o disco bem nesse estilo. Os vocais da polonesa Agata Jarosz e Stefan
Lichtenberger são versáteis e empolgantes. Na faixa “Why”, eles fazem um bom
dueto, em uma faixa que bem poderia ter surgido de uma banda dos anos 80 e com
um refrão simples mas grudento. O primeiro single do disco, “Just Propaganda”
vem em seguida com um riff bacana e uma letra bem crítica. O que é outro ponto interessante
da música da banda. Mesmo com essa sonoridade irreverente e animada, as letras
mostram uma banda engajada em apontar pontos em que a sociedade precisa ser
melhorada.
Os membros do inusitado Kontrust |
O álbum segue com a faixa “I Freak On”, bem inusitada, com
presença de guitarras e teclado formando um som consistente, e mais um refrão
pra ficar na cabeça por uns 12 dias, algo em que a banda parece ser
especialista. Essa formula poderia fazer do Kontrust uma banda previsível, mas
não. Cada canção parece uma surpresa diferente. “Shut Up” já tem outra pegada,
convidando o ouvinte a pular com o refrão. Não da nem tempo de respirar,
tamanha a frequência com que os andamentos mudam, as músicas ganham peso e
novos elementos são inseridos.
“Cosmic Girl” é outra faixa diferente, começado com um banjo
e uma guitarra abafada e a voz de Agata, logo mudando com os vocais Stefan e
ganhando mais energia. “Vienna” é uma das melhores do álbum, onde predominam os
riffs de guitarra e a melodia nos vocais de Agata. “Bulldozer” também não deixa
a desejar, com uma levada pesada e bem hard rock. “Play!” é outro momento bem
grooveado, com destaque para o baixo de Gregor Kutschera, e um refrão mais
alternative rock.
Chegando a parte final do disco, temos a animada e cheia de
ritmo “This Is My Show”, uma das mais dançantes do disco. “Bad Time” tem um
andamento mais lento, mas ainda é bem empolgada. “Ladies” é mais uma sonora
pancada, rápida e com outro refrão daqueles. O disco encerra com a funkeada e
bacana “Lucky Bastards”, que deixa o ouvinte querendo mais. Um trabalho
divertido, abrangente, rico em boas referências e influências. O que poderia
ter ficado repetitivo e previsível se mostrou um trabalho renovado e convidativo.
Muito bom para uma banda que deve continuar crescendo na cena do rock e metal
moderno.
Nota: 8,5/10
Status: Animado e variado
Faixas:
1. Dance
2. Why
3. Just Propaganda
4. I Freak On
5. Shut Up
6. Cosmic Girls
7. Vienna
8. Bulldozer
9. Play!
10. This is My Show
11. Bad Time
12. Ladies
13. Lucky Bastard
13. Lucky Bastard