Por Davi Pascale
E a Frontiers ataca novamente! O selo italiano é campeão em convencer músicos
renomados a participarem de supergrupos e/ou projetos idealizados por eles. Formado
a partir de uma conversa entre Serafino Perugino e Joe Lynn Turner, o disco
empolga nas composições, mas frustra na produção.
Uma das razões que me levaram à adquirir o disco é justamente a
participação de Joe Lynn Turner. Sempre gostei do seu trabalho. Turner é um
daqueles vocalistas que cantam incrivelmente bem, mas que nunca ninguém deu a
devida importância, assim como ocorre com Tony Martin (Black Sabbath). Acredito
que a razão disso seja o fato dele sempre estar envolvido em verdadeiras
bombas. Não no sentido de pegar trabalhos ruins, mas no sentido de ter que substituir grandes cantores, o que é um trabalho sempre difícil. Seus trabalhos mais famosos são ao lado do Rainbow (onde teve que
substituir Ronnie James Dio), Deep Purple (onde teve que substituir Ian Gillan
e David Coverdale) e Yngwie Malmsteen (onde teve que substituir Mark Boals). Vamos combinar que não são tarefas fáceis. Outra razão que acredito que o pessoal torça o nariz para ele é que sempre que entra
em um grupo desses, o som dá uma suavizada. Espero que um dia conquiste o tão
merecido respeito.
Completam o time; o baixista Tony Franklin (The Firm, Blue Murder), o
guitarrista Karl Cochran (Joe Lynn Turner, Ace Frehley) e o lendário baterista
Carmine Appice (Vanilla Fudge, King Kobra). Infelizmente, o que iniciou com a
melhor das intenções (fazer um álbum de hard rock), terminou em uma situação um
tanto trágica. Em Abril, o guitarrista Karl Cochran sofreu um derrame e encontra-se
em coma desde então. As músicas “Our Love Is Not Over”, “Peace of Mind” e “Maybe
Tonight” não foram gravadas pelo rapaz. O responsável pelo registro das seis
cordas nessas faixas foi Nikolo Kotzev (Brazen Abbot). Há ainda a
participação especial do músico italiano Alessandro Del Vecchio nos teclados e
backing vocals.
Guitarrista se encontra entre a vida e a morte |
O disco conta com uma cara bem oitentista. “Get
Back My Crown”, “I Don´t Cry Anymore” e “On The Way To Paradise” nos remetem ao
Rainbow naquela fase Straight Between The Eyes. “Maybe Tonight” é uma balada no melhor estilo AOR que poderia ter sido
parte do projeto Sunstorm. Há vários momentos também que nos
remetem ao Blue Murder. Banda incendiaria que contava com o guitarrista John
Sykes, além do baterista Carmine Appice. Acho que já deu para sacar que o time escolhido faz sentido, certo?
As faixas são muito boas. Contam com ótimos riffs, boas linhas vocais,
bons refrões. Joe Lynn Turner ainda está mandando bem no gogó. Carmine Appice
ainda segura a bronca legal, mesmo já estando perto dos 70 anos. O único senão
é a produção do disco. A sonoridade está sem brilho. O som de bateria está
incrivelmente magro. A caixa está com som de lata velha e os pratos estão sem
definição nenhuma. Realmente uma pena. Ainda mais se tratando de um projeto que
tem Appice por trás. Infelizmente, a fraca produção tira um pouco do brilho do
álbum. Tinha de tudo para ser um dos melhores álbuns do ano...
Nota: 7,5 / 10,0
Status: Nostálgico
Faixas:
01)
Get Back
My Crown
02)
This Is
Who I Am
03)
Fire And Ice
04)
I Don´t Cry No More
05)
Lhasa
06)
Devil In Disguise
07)
You Are The Music
08)
Peace of Mind
09)
Maybe Tonight
10)
On The Way To Paradise
11)
Our Love Is Not Over
12)
Stranger In Us All