segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Rated X – Rated X (2014):



Por Davi Pascale

E a Frontiers ataca novamente! O selo italiano é campeão em convencer músicos renomados a participarem de supergrupos e/ou projetos idealizados por eles. Formado a partir de uma conversa entre Serafino Perugino e Joe Lynn Turner, o disco empolga nas composições, mas frustra na produção.

Uma das razões que me levaram à adquirir o disco é justamente a participação de Joe Lynn Turner. Sempre gostei do seu trabalho. Turner é um daqueles vocalistas que cantam incrivelmente bem, mas que nunca ninguém deu a devida importância, assim como ocorre com Tony Martin (Black Sabbath). Acredito que a razão disso seja o fato dele sempre estar envolvido em verdadeiras bombas. Não no sentido de pegar trabalhos ruins, mas no sentido de ter que substituir grandes cantores, o que é um trabalho sempre difícil. Seus trabalhos mais famosos são ao lado do Rainbow (onde teve que substituir Ronnie James Dio), Deep Purple (onde teve que substituir Ian Gillan e David Coverdale) e Yngwie Malmsteen (onde teve que substituir Mark Boals). Vamos combinar que não são tarefas fáceis. Outra razão que acredito que o pessoal torça o nariz para ele é que sempre que entra em um grupo desses, o som dá uma suavizada. Espero que um dia conquiste o tão merecido respeito.

Completam o time; o baixista Tony Franklin (The Firm, Blue Murder), o guitarrista Karl Cochran (Joe Lynn Turner, Ace Frehley) e o lendário baterista Carmine Appice (Vanilla Fudge, King Kobra). Infelizmente, o que iniciou com a melhor das intenções (fazer um álbum de hard rock), terminou em uma situação um tanto trágica. Em Abril, o guitarrista Karl Cochran sofreu um derrame e encontra-se em coma desde então. As músicas “Our Love Is Not Over”, “Peace of Mind” e “Maybe Tonight” não foram gravadas pelo rapaz. O responsável pelo registro das seis cordas nessas faixas foi Nikolo Kotzev (Brazen Abbot). Há ainda a participação especial do músico italiano Alessandro Del Vecchio nos teclados e backing vocals.

Guitarrista se encontra entre a vida e a morte

O disco conta com uma cara bem oitentista. “Get Back My Crown”, “I Don´t Cry Anymore” e “On The Way To Paradise” nos remetem ao Rainbow naquela fase Straight Between The Eyes. “Maybe Tonight” é uma balada no melhor estilo AOR que poderia ter sido parte do projeto Sunstorm. Há vários momentos também que nos remetem ao Blue Murder. Banda incendiaria que contava com o guitarrista John Sykes, além do baterista Carmine Appice. Acho que já deu para sacar que o time escolhido faz sentido, certo?

As faixas são muito boas. Contam com ótimos riffs, boas linhas vocais, bons refrões. Joe Lynn Turner ainda está mandando bem no gogó. Carmine Appice ainda segura a bronca legal, mesmo já estando perto dos 70 anos. O único senão é a produção do disco. A sonoridade está sem brilho. O som de bateria está incrivelmente magro. A caixa está com som de lata velha e os pratos estão sem definição nenhuma. Realmente uma pena. Ainda mais se tratando de um projeto que tem Appice por trás. Infelizmente, a fraca produção tira um pouco do brilho do álbum. Tinha de tudo para ser um dos melhores álbuns do ano...

Nota: 7,5 / 10,0
Status: Nostálgico

Faixas:
      01)   Get Back My Crown
      02)   This Is Who I Am
      03)   Fire And Ice
      04)   I Don´t Cry No More
      05)   Lhasa
      06)   Devil In Disguise
      07)   You Are The Music
      08)   Peace of Mind
      09)   Maybe Tonight
      10)   On The Way To Paradise
      11)   Our Love Is Not Over
      12)   Stranger In Us All

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