Por Davi Pascale
Fotos: Davi Pascale
Lendário baterista apresentou
espetáculo com repertório que misturava músicas de sua trajetória com clássicos
do rock. Contando com ótimos músicos de apoio, o rapaz empolgou aqueles que
compareceram à casa.
Nada é mais legal do que assistir
um showzinho de perto, confortável e com um som bacana, certo? Por isso
gosto tanto de assistir shows nessa casa. Boa acústica. Não é muito grande, então qualquer lugar que fique, tem boa visão. Não cobram caro os ingressos. E o mais legal de tudo: abrem espaço para
artistas de rock e heavy metal se apresentarem. Ontem, tive a oportunidade de
conferir de perto um showzaço do Paulo Zinner.
Para quem não conhece sua trajetória...
Paulo Zinner chamou a atenção dos roqueiros ao integrar, nos anos 80, um grupo
de hard rock chamado Golpe de Estado. Só que sua carreira vai além disso. Pelo
fato de ter uma técnica apurada, acabou sendo convidado para acompanhar
diversos artistas nesse meio tempo. Tanto nas gravações, quanto nos shows.
Desde o progressivo do Quantum, passando pelo blues do André Christovam, até a
roqueira Rita Lee, com quem esteve ao lado por mais de dez anos. Esses são apenas alguns dos artistas em que imprimiu sua marca.
Justamente por contar com um
legado desses, era esperado que subisse ao palco com músicos de primeiro
calibre. E o cara não decepcionou. Trouxe um lineup com músicos não muito famosos entre a grande
massa, mas extremamente competentes. Os
teclados ficaram a cargo de Daniel LaTorre, Rodrigo Mantovani ficou responsável
pelas quatro cordas, enquanto Fernando Piu ficou com o cargo de guitarrista.
Esse é manjado entre os headbangers por ter participado do Virus e da cultuada
coletânea SP Metal. Os vocais
ficaram a cargo de Marcelo Saracino (Heaven and Hell), Kiko Muller (Golpe de
Estado) e Claudia Lamberti .
Os tempos de Golpe não foram esquecidos |
A primeira parte do show foi
focada nas bandas que influenciaram Zinner. A maior parte do set foi concentrado em
sons do Deep Purple (Ian Paice é, sem duvidas, uma de suas maiores influências).
Também rolaram várias músicas relacionadas ao Ronnie James Dio (Dio, Black
Sabbath, Rainbow). Provavelmente, para explorar a voz de Marcelo que é
conhecido por fazer cover do baixinho. Canções como “Highway Star”, “Hush”, “Speed King”, “Long Live Rock n
Roll”, “Rainbow In The Dark” e “School´s Out”, empolgaram os presentes. Fernando
Piu se destacou com solos inspiradíssimos e uma pegada Ritchie Blackmore.
Marcelo Saracino também chamou a atenção com sua voz extremamente potente.
Paulo Zinner é um show à parte. O rapaz meteu sua
Ludwig na frente do palco e, com sua pegada única, roubou a atenção do público com diversas
quebradas de tempo e viradas inspiradas. Sem duvidas, um dos melhores bateristas de rock do Brasil.
Depois, veio a parte que diz
respeito à sua trajetória. Claudia subiu ao palco para interpretar 2
canções da tia Rita: um clássico da época do Fruto Proibido e “Todas As Mulheres do
Mundo”, uma das canções que o musico gravou ao lado da ex-Mutante. Seu parceiro
de longa data Kiko Muller surgiu na sequencia para relembrar alguns clássicos
da época do Golpe: “Noite de Balada” (Forçando
a Barra), “Zumbi” (Zumbi) e “Sanguessugas”
(Quarto Golpe) foram as
escolhidas. Os músicos ainda aproveitaram que estavam no ABC para relembrar uma
vinheta que o Golpe havia criado para a rádio 97FM décadas atrás. Foi, no
mínimo, curioso ouvir isso ao vivo. Após pouco mais de 100 minutos de rock n
roll, os músicos se despediram da plateia ao som de “Burn” (Deep Purple) deixando um gostinho de 'quero mais'.
Quem curte rock n roll dos anos 70, não tem do que reclamar. Os músicos fizeram um show com o som no talo, repleto de improvisos, seguindo a máxima ‘pouca fala, muito som’. E com um entrosamento invejável. Noite muito bacana. Mesmo!
Quem curte rock n roll dos anos 70, não tem do que reclamar. Os músicos fizeram um show com o som no talo, repleto de improvisos, seguindo a máxima ‘pouca fala, muito som’. E com um entrosamento invejável. Noite muito bacana. Mesmo!