domingo, 15 de novembro de 2015

Paulo Zinner Rockestra – Sesc Santo André (14/11/2015):



Por Davi Pascale
Fotos: Davi Pascale

Lendário baterista apresentou espetáculo com repertório que misturava músicas de sua trajetória com clássicos do rock. Contando com ótimos músicos de apoio, o rapaz empolgou aqueles que compareceram à casa.

Nada é mais legal do que assistir um showzinho de perto, confortável e com um som bacana, certo? Por isso gosto tanto de assistir shows nessa casa. Boa acústica. Não é muito grande, então qualquer lugar que fique, tem boa visão.  Não cobram caro os ingressos. E o mais legal de tudo: abrem espaço para artistas de rock e heavy metal se apresentarem. Ontem, tive a oportunidade de conferir de perto um showzaço do Paulo Zinner.

Para quem não conhece sua trajetória... Paulo Zinner chamou a atenção dos roqueiros ao integrar, nos anos 80, um grupo de hard rock chamado Golpe de Estado. Só que sua carreira vai além disso. Pelo fato de ter uma técnica apurada, acabou sendo convidado para acompanhar diversos artistas nesse meio tempo. Tanto nas gravações, quanto nos shows. Desde o progressivo do Quantum, passando pelo blues do André Christovam, até a roqueira Rita Lee, com quem esteve ao lado por mais de dez anos. Esses são apenas alguns dos artistas em que imprimiu sua marca.

Justamente por contar com um legado desses, era esperado que subisse ao palco com músicos de primeiro calibre. E o cara não decepcionou. Trouxe um lineup com músicos não muito famosos entre a grande massa, mas extremamente competentes. Os teclados ficaram a cargo de Daniel LaTorre, Rodrigo Mantovani ficou responsável pelas quatro cordas, enquanto Fernando Piu ficou com o cargo de guitarrista. Esse é manjado entre os headbangers por ter participado do Virus e da cultuada coletânea SP Metal. Os vocais ficaram a cargo de Marcelo Saracino (Heaven and Hell), Kiko Muller (Golpe de Estado) e Claudia Lamberti .


Os tempos de Golpe não foram esquecidos

A primeira parte do show foi focada nas bandas que influenciaram Zinner. A maior parte do set foi concentrado em sons do Deep Purple (Ian Paice é, sem duvidas, uma de suas maiores influências). Também rolaram várias músicas relacionadas ao Ronnie James Dio (Dio, Black Sabbath, Rainbow). Provavelmente, para explorar a voz de Marcelo que é conhecido por fazer cover do baixinho. Canções como “Highway Star”, “Hush”, “Speed King”, “Long Live Rock n Roll”, “Rainbow In The Dark” e “School´s Out”, empolgaram os presentes. Fernando Piu se destacou com solos inspiradíssimos e uma pegada Ritchie Blackmore. Marcelo Saracino também chamou a atenção com sua voz extremamente potente. Paulo Zinner é um show à parte. O rapaz meteu sua Ludwig na frente do palco e, com sua pegada única, roubou a atenção do público com diversas quebradas de tempo e viradas inspiradas. Sem duvidas, um dos melhores bateristas de rock do Brasil.

Depois, veio a parte que diz respeito à sua trajetória. Claudia subiu ao palco para interpretar 2 canções da tia Rita: um clássico da época do Fruto Proibido e “Todas As Mulheres do Mundo”, uma das canções que o musico gravou ao lado da ex-Mutante. Seu parceiro de longa data Kiko Muller surgiu na sequencia para relembrar alguns clássicos da época do Golpe: “Noite de Balada” (Forçando a Barra), “Zumbi” (Zumbi) e “Sanguessugas” (Quarto Golpe) foram as escolhidas. Os músicos ainda aproveitaram que estavam no ABC para relembrar uma vinheta que o Golpe havia criado para a rádio 97FM décadas atrás. Foi, no mínimo, curioso ouvir isso ao vivo. Após pouco mais de 100 minutos de rock n roll, os músicos se despediram da plateia ao som de “Burn” (Deep Purple) deixando um gostinho de 'quero mais'.

Quem curte rock n roll dos anos 70, não tem do que reclamar. Os músicos fizeram um show com o som no talo, repleto de improvisos, seguindo a máxima ‘pouca fala, muito som’. E com um entrosamento invejável. Noite muito bacana. Mesmo!