terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

Adrenaline Mob – Covertá (2013)



Por Davi Pascale

Adrenaline Mob é mais um dos supergroups que surgiram por aí. Dessa vez, formado apenas por artistas de cena metálica, os rapazes lançaram em 2013, um EP somente com covers que vale a pena conferir. Esse foi o ultimo trabalho realizado ao lado do baterista Mike Portnoy. Completavam o time, Russell Allen (Symphony X), Mike Orlando e John Moyer (Disturbed).

Quem conhece a carreira do Mike Portnoy sabe que não é nenhuma surpresa ele se aventurar em um trabalho de covers. Ao lado do Dream Theater, grupo que o tornou famoso, fez inúmeras redenções, seja regravando álbuns de seus ídolos na íntegra (Dark Side Of The Moon, Master of Puppets...) ou resgatando canções avulsas (Deep Purple, Kansas, U2). Fora isso, ele sempre teve grupos covers para homenagear seus maiores heróis, que já renderam CD e DVD ao vivo.

As maiores surpresas surgem nas inovações dos arranjos. Em todos esses projetos, o músico sempre tentou se manter o mais próximo possível das gravações originais, enquanto nesse trabalho do Adrenaline Mob, várias musicas ganharam novos arranjos. “Break On Through”, clássico do The Doors, talvez seja a que sofreu a maior variação de arranjo. A música de classic  rock que, na versão original, tinha um lado totalmente swingado (dizem, inclusive, influenciados pela bossa nova) transforma-se aqui em um heavy metal moderno. Ficou interessante. “Romeo Delight”, clássico do Van Halen, ganhou novos elementos como a citação de “Whole Lotta Love” (Led Zeppelin), enquanto “Barracuda” (Heart) teve seu tempo alterado. A canção ficou um pouco mais rápida e pesada.

EP de covers foi o ultimo trabalho de Portnoy ao lado do grupo

Legal que nessas canções onde eles alteraram os arranjos, mantiveram vários elementos das canções originais. Não se trata daquelas versões irreconhecíveis que somente depois que você lê o encarte, se toca da releitura (sim, existe quem faça isso). Logo na primeira audição, você já reconhece. Logo após poucos acordes, para dizer a verdade. Simplesmente deram uma cara deles para as músicas.

Entretanto, há algumas que estão bem fieis às originais com pouquíssimas (ou nehuma) diferença. Caso de “Stand Up And Shout” (Dio), “Kill The King” (Rainbow), “Highwire” (Badlands) e “The Mob Rules” (Black Sabbath). Fiquei muito feliz, inclusive, com a lembrança do grupo de Ray Gillen. Embora tenham durado pouco, os discos eram impecáveis e Gillen foi uma das maiores vozes de sua geração. Uma pena que não seja tão lembrado por aí. Ao menos, não como mereceria. 

O trabalho de guitarra de Mike Orlando é matador, assim como o trabalho de bateria de Mike Portnoy (para mim, o melhor baterista da atualidade). Russel Allen também arregaça nos vocais. Por ter uma voz mais rasgada, as canções do Dio ficaram bem legais, mas onde ele mais me chamou a atenção mesmo foi com a interpretação de “Highwire” e “Barracuda”, onde as vozes originais são bem distintas da sua e, mesmo assim, conseguiu fazer um ótimo trabalho vocal. Disco divertidíssimo e extremamente bem feito. Para ouvir no último volume!

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante

Faixas:
      01)  High Wire
      02)  Stand Up And Shout
      03)  Break On Through
      04)  Romeo Delight
      05)  Barracuda
      06)  Kill The King
      07)  The Lemon Song
      08)  The Mob Rules