Por Davi
Pascale
Adrenaline
Mob é mais um dos supergroups que surgiram por aí. Dessa vez, formado apenas
por artistas de cena metálica, os rapazes lançaram em 2013, um EP somente com
covers que vale a pena conferir. Esse foi o ultimo trabalho realizado ao lado
do baterista Mike Portnoy. Completavam o time, Russell Allen (Symphony X), Mike
Orlando e John Moyer (Disturbed).
Quem
conhece a carreira do Mike Portnoy sabe que não é nenhuma surpresa ele se
aventurar em um trabalho de covers. Ao lado do Dream Theater, grupo que o
tornou famoso, fez inúmeras redenções, seja regravando álbuns de seus ídolos na
íntegra (Dark Side Of The Moon, Master of Puppets...) ou resgatando canções avulsas
(Deep Purple, Kansas, U2). Fora isso, ele sempre teve grupos covers para
homenagear seus maiores heróis, que já renderam CD e DVD ao vivo.
As
maiores surpresas surgem nas inovações dos arranjos. Em todos esses projetos, o
músico sempre tentou se manter o mais próximo possível das gravações originais,
enquanto nesse trabalho do Adrenaline Mob, várias musicas ganharam novos
arranjos. “Break On Through”, clássico do The Doors, talvez seja a que sofreu a
maior variação de arranjo. A música de classic
rock que, na versão original, tinha um lado totalmente swingado (dizem,
inclusive, influenciados pela bossa nova) transforma-se aqui em um heavy
metal moderno. Ficou interessante. “Romeo Delight”, clássico do Van Halen,
ganhou novos elementos como a citação de “Whole Lotta Love” (Led
Zeppelin), enquanto “Barracuda” (Heart) teve seu tempo alterado. A canção ficou
um pouco mais rápida e pesada.
EP de covers foi o ultimo trabalho de Portnoy ao lado do grupo |
Legal
que nessas canções onde eles alteraram os arranjos, mantiveram vários elementos
das canções originais. Não se trata daquelas versões irreconhecíveis que
somente depois que você lê o encarte, se toca da releitura (sim, existe
quem faça isso). Logo na primeira audição, você já reconhece. Logo após poucos
acordes, para dizer a verdade. Simplesmente deram uma cara deles para as
músicas.
Entretanto,
há algumas que estão bem fieis às originais com pouquíssimas (ou
nehuma) diferença. Caso de “Stand Up And Shout” (Dio), “Kill The King”
(Rainbow), “Highwire” (Badlands) e “The Mob Rules” (Black Sabbath). Fiquei muito feliz, inclusive,
com a lembrança do grupo de Ray Gillen. Embora tenham durado pouco, os discos
eram impecáveis e Gillen foi uma das maiores vozes de sua geração. Uma pena que
não seja tão lembrado por aí. Ao menos, não como mereceria.
O
trabalho de guitarra de Mike Orlando é matador, assim como o trabalho de
bateria de Mike Portnoy (para mim, o melhor baterista da atualidade). Russel
Allen também arregaça nos vocais. Por ter uma voz mais rasgada, as canções do
Dio ficaram bem legais, mas onde ele mais me chamou a atenção mesmo
foi com a interpretação de “Highwire” e “Barracuda”, onde as vozes originais
são bem distintas da sua e, mesmo assim, conseguiu fazer um ótimo trabalho vocal. Disco
divertidíssimo e extremamente bem feito. Para ouvir no último volume!
Nota:
9,0 / 10,0
Status: Empolgante
Faixas:
01) High Wire
02) Stand Up And Shout
03) Break On Through
04) Romeo Delight
05) Barracuda
06) Kill The King
07) The Lemon Song
08) The Mob Rules