Por
Rafael Menegueti
Sirenia - The Seventh Life Path |
Desde que Morten Veland fundou o Sirenia após se desligar
do Tristania, a quase quinze anos, ele vem tentando encontrar a fórmula
perfeita para os seus discos. Foram quatro vozes femininas diferentes nos
primeiros trabalhos até encontrar Ailyn e enfim conseguir moldar aquilo que os fãs
encaram como a melhor fase da banda desde a sua concepção. Após muitas
mudanças, o Sirenia chega a seu sétimo disco de estúdio finalmente com o que
parece uma formação consolidada. E curiosamente o disco se chama “The Seventh
Life Path”.
O modo de trabalhar de Morten segue o mesmo. Ele grava
praticamente todos os instrumentos e divide os vocais com Ailyn. O guitarrista Jan
Erik Soltvedt e o baterista Jonathan A. Perez seguem como parte da banda, mas
ao vivo (eles não usam baixista nem tecladista nos shows). No entanto, é
notável como nos dois últimos trabalhos a banda buscou trazer de volta a
atmosfera sombria e pesada do gothic metal do princípio da banda, as aliando
ainda com a melodia que fez parte da sonoridade do grupo em determinado
momento. “Perils of the Deep Blue” já havia surpreendido ao ser bem mais
inspirado que o bom, mas monótono e constante, “The Enigma of Life”. Em “The
Seventh Life Path” a banda parece ter dado um passo a mais nesse sentido.
A atual formação do Sirenia |
Essa atmosfera que torna o som da banda mais encorpado é
criada com muitos arranjos de teclados e sintetizadores, corais, guitarras e
bateria pesadas e, claro, a boa mistura de vocais guturais com a leveza e
beleza da voz de Ailyn. A partir da introdução com a faixa "Seti", que é uma
simples composição com corais, teclado e arranjos sinfônicos, o disco exibe uma
sequência de faixas que resgatam a força das composições que Morten sempre
exibiu. “Serpent” é uma ótima mostra do que está por vir, com guitarras
potentes e vocais fortes. O single “Once My Light” oferece uma incrível atmosfera
progressiva, ao mesmo tempo que Elixir parece uma composição que poderia ter se
encaixado perfeitamente no primeiro disco da banda, “At Sixes and Sevens”.
A faixa mais longa do disco, e também uma das melhores, “Sons
of the North” tem uma melodia que em momentos é impulsionada pelos teclados bem
inseridos, e em outros pela combinação do peso das guitarras e guturais. “Earendel”
é um pouco mais melódica, enquanto “Concealed Disdain” é mais acelerada e
progressiva, com um ar meio tenebroso em certos momentos. “Insania” é outra composição
forte do disco, e a levada de guitarra é o ponto forte de “Contemptuous Quitius”.
“Silver Eye” tem um aspecto bem nórdico, algo bem típico do metal norueguês. O disco
encerra com “Tragedienne”, que, como o nome pode indicar, traz de fato uma
certa melancolia em sua levada suave, que torna a faixa uma balada muito bem
elaborada. Essa mesma faixa ganhou também uma versão em espanhol, “Tragica”,
que aparece como bônus.
No que diz respeito a performance dos músicos, me arrisco
a dizer que aqui eles apresentam a melhor forma juntos. Morten Veland parece
tão inspirado e capacitado criativamente quanto nos primeiros anos de sua
carreira. Ailyn Gimenez entregou a melhor aparição dela em disco desde sua entrada
na banda, consolidada e fazendo um belo trabalho com sua voz suave e diferenciada.
Para aqueles que achavam que o Sirenia não tinha mais nada a oferecer, “The
Seventh Life Path” é um disco que prova o contrário. Um dos melhores da
carreira do grupo de gothic metal norueguês.
Nota: 9,5/10
Status: Sombrio
Faixas:
1. Seti
2. Serpent
3. Once my Light
4. Elixir
5. Sons of the North
6. Earende
7. Concealed Disdain
8. Insania
9. Contemptuous Quitius
10. The Silver Eye
11. Tragedienne
12. Tragica (Tragedienne spanish version - Bonus Track)