por Rafael Menegueti
Se eu te
perguntar sobre uma banda chamada Serenity, eu aposto que você nunca ouviu
falar. E não é culpa sua. De fato, a banda ainda não tem tanto público por
aqui, mas aos poucos eles estão conquistando seu espaço no cenário do power
metal europeu, de modo que, em breve, eu acredito que eles serão tão famosos
quanto o Kamelot, uma de suas principais influencias.
Os membros do Serenity |
Lembro que
recentemente fiz uma busca pelos discos da banda na famosa Galeria do Rock, no
centro de São Paulo. Entrei em uma loja e mandei: “Vocês tem os CDs do
Serenity?”. O sujeito atrás do balcão me olhou com uma cara de quem havia sido
questionado sobre o significado da vida na Terra. “Acho... que não. Mas vou
olhar...”. Então, o cara olhou em volta, se enfiou debaixo de um dos balcões e,
alguns instantes depois, ele reapareceu com os quatro (!) CDs da banda nas
mãos. “É isso aqui?”, ele me perguntou. “Esses mesmos”, respondi pensando em
“como esses caras não sabem o que eles têm pra vender na própria loja!”
Se eu me
surpreendi com o fato do vendedor não saber que tinha aquilo na loja, não me
causou surpresa que ele não conhecesse a banda. Como já disse, é uma banda que
está crescendo aos poucos, apesar de já ter 12 anos de estrada. Eles são da
Áustria e fazem um som que, apesar de não ser inovador, é bastante potente e
bem inspirado. Por isso eu vou listar aqui cinco motivos para você conhecer
essa promessa do power metal sinfônico austríaco.
1) Os temas
das musicas são simplesmente excelentes. Nos últimos dois trabalhos do grupo,
“Death and Legacy”, de 2011, e “War of Ages”, de 2013, a banda fez suas musicas
baseadas na historia de grandes personalidades da historia da humanidade, mais
especificamente da Europa. Beethoven, Nero, Napoleão Bonaparte, Rei Henrique
VIII, Elizabeth Bathory, Galileu Galilei e Giacomo Casanova estão entre as
figuras homenageadas pela banda em suas composições.
2) O
guitarrista Thomas Buchberger sabe o
que faz com a guitarra. Seus riffs são maciços e entusiasmados, com uma
sonoridade agressiva e ao mesmo tempo bem definida. Em certos momentos ele sabe
dosar o ritmo das músicas com uma pegada mais cadenciada. Ele também sabe fazer
excelentes solos, embora muitas vezes eles aparentem não ser tão próprios
quanto seus riffs.
3) A banda conseguiu uma boa interação entre as partes
sinfônicas e as mais pesadas, mesclando esses dois modelos em suas canções de
maneira a prender o ouvinte aos discos. É bem difícil você sentir vontade de
pular uma música dos álbuns.
4) Os vocais de Georg Neuhauser possuem aquela
característica básica que todo bom vocalista de metal precisa: a dosagem entre
a potencia vocal mais forte e a mais cadenciada. Nas baladas ele leva as
canções com precisão, elevando sua técnica nas faixas mais pesadas para dar
mais peso. Definitivamente um bom vocalista.
5) As participações vocais femininas são outro caso a
parte. A mescla entre os vocais de Georg com as vozes femininas trás um ótimo
contraste as músicas. Nos primeiros discos elas eram proporcionadas por
vocalistas convidadas. Em especial em “Death & Legacy”, que conta com
participações de Ailyn (Sirenia), Charlotte Wessels (Delain) e Amanda
Somerville (Trillium, Kiske/Somerville), que emprestaram suas vozes de maneira
marcante no álbum. Já no mais recente trabalho, “War of Ages”, a banda optou
por contratar uma vocalista em definitivo. Clementine
Delauney conseguiu fazer excelentes participações nas músicas
e deu uma nova cara a banda, que ficou ainda mais interessante com ela
dividindo as atenções com Georg.