quarta-feira, 26 de novembro de 2014

Scott Stapp – Proof of Life (2013):





Por Davi Pascale

No ano passado, Scott Stapp lançou seu segundo álbum solo. Apostando em uma sonoridade mais moderna e mantendo suas letras espirituais, o cantor demonstrava que era capaz de sobreviver sem seus parceiros do Creed.

O Creed durante um tempinho causou um puta estardalhaço na imprensa. Depois do relativamente bem-sucedido My Own Prison, os caras estouraram a boca do balão com Human Clay e Weathered. Suas canções eram executadas a todo momento nas rádios e na MTV, foram capa de tudo quanto é revista, shows lotados, etc. Eram a bola da vez. Na época de seu debut, muitos os acusavam de serem a versão mais pobre do Pearl Jam. No segundo trabalho, criaram uma identidade. Mark Tremonti conseguiu ganhar respeito enquanto musico. Muitos que desciam o cacete na banda, agora acompanham o garoto no Alter Bridge ou em seu projeto Tremonti. Scott Stapp, por outro lado, continua dividindo opiniões.

Aquela velha história. Se você gostava dele no Creed, gostará dele aqui. Se você não ia com a cara dele na época do Creed, não é agora que mudara de opinião. Seu estilo de cantar continua exatamente o mesmo. Suas letras continuam na mesma vibe. Na época do Creed, suas canções tinha uma conotação espiritual. Não era raro vermos jornalistas se dirigindo ao grupo como uma banda cristã. As metáforas continuam aqui. As letras são interessantes porque, por trás das metáforas, existem reflexões sobre as dificuldades que o musico passou nos últimos anos lidando com alcoolismo, vício em drogas, depressão e tentativa de suicídio.

Scott Stapp entrega trabalho honesto com letras que retratam seu período negro

Seu lado cristão aparece mais forte em “Jesus Was a Rockstar”. O arranjo dessa também é bacana porque foge bem de seu estilo. O arranjo um lembra pouco os trabalhos do Kid Rock na fase Rock n Roll Jesus. Aquela ideia de flertar o rock dos dias de hoje com a linguagem do southern rock. Enquanto The Great Divide trazia o cantor querendo reviver a sonoridade de sua ex banda, em Proof Of Life dá um passo adiante. “Only One” lembra um pouco as baladas do Daughtry. “Hit Me More” tem uma linha vocal no refrão que nos remete à Offspring. Seus dias de Creed não foram esquecidos, as duas primeiras faixas nos remetem à sua antiga banda. Especialmente “Who I Am”, que nos recorda “What If”.

Para o instrumental, contou com a ajuda de vários músicos renomados. As baterias foram gravadas por Josh Freesee (A Perfect Circle, Nine Inch Nails) e Kenny Aronoff (John Fogerty, Elton John). Entre os guitarristas estão Phil X (Bon Jovi) e Tim Pierce (Joe Cocker, Rod Stewart). O baixo ficou por conta de Paul Bushnell (Phil Collins, Elton John). Os teclados e produção do disco ficaram por conta de Howard Benson. O rapaz já trabalhou desde grupos radiofônicos como Seether e Kelly Clarkson até bandas mais pesadas como Motorhead e Sepultura. Nada mal, né?

Em Proof Of Life, Scott Stapp entrega um disco de rock alternativo honesto. Mantém suas influências do passado, ao mesmo tempo em que busca por novos caminhos. Se você não tem problema em ouvir rock comercial, o disco é uma ótima pedida.

Nota: 8,0/10,0
Status: Honesto

Faixas:
      01)   Slow Suicide
      02)   Who I Am
      03)   Proof of Life
      04)   New Day Coming
      05)   Only One
      06)   Break Out
      07)   Hit Me More
      08)   Jesus Was a Rock Star
      09)   What Would Love Do
      10)   Crash
      11)   Dying to Live