Por Davi Pascale
No ano passado, Scott Stapp lançou seu segundo álbum solo. Apostando em
uma sonoridade mais moderna e mantendo suas letras espirituais, o cantor demonstrava
que era capaz de sobreviver sem seus parceiros do Creed.
O Creed durante um tempinho causou um puta estardalhaço na imprensa.
Depois do relativamente bem-sucedido My
Own Prison, os caras estouraram a boca do balão com Human Clay e Weathered. Suas
canções eram executadas a todo momento nas rádios e na MTV, foram capa de tudo
quanto é revista, shows lotados, etc. Eram a bola da vez. Na época de seu
debut, muitos os acusavam de serem a versão mais pobre do Pearl Jam. No segundo
trabalho, criaram uma identidade. Mark Tremonti conseguiu ganhar respeito enquanto
musico. Muitos que desciam o cacete na banda, agora acompanham o garoto no
Alter Bridge ou em seu projeto Tremonti. Scott Stapp, por outro lado, continua
dividindo opiniões.
Aquela velha história. Se você gostava dele no Creed, gostará dele aqui.
Se você não ia com a cara dele na época do Creed, não é agora que mudara de
opinião. Seu estilo de cantar continua exatamente o mesmo. Suas letras
continuam na mesma vibe. Na época do Creed, suas canções tinha uma conotação
espiritual. Não era raro vermos jornalistas se dirigindo ao grupo como uma
banda cristã. As metáforas continuam aqui. As letras são interessantes porque,
por trás das metáforas, existem reflexões sobre as dificuldades que o musico
passou nos últimos anos lidando com alcoolismo, vício em drogas, depressão e
tentativa de suicídio.
Scott Stapp entrega trabalho honesto com letras que retratam seu período negro |
Seu lado cristão aparece mais forte em “Jesus Was a Rockstar”. O arranjo
dessa também é bacana porque foge bem de seu estilo. O arranjo um lembra pouco
os trabalhos do Kid Rock na fase Rock n
Roll Jesus. Aquela ideia de flertar o rock dos dias de hoje com a linguagem
do southern rock. Enquanto The Great
Divide trazia o cantor querendo reviver a sonoridade de sua ex banda, em Proof Of Life dá um passo adiante. “Only
One” lembra um pouco as baladas do Daughtry. “Hit Me More” tem uma linha vocal
no refrão que nos remete à Offspring. Seus dias de Creed não foram esquecidos,
as duas primeiras faixas nos remetem à sua antiga banda. Especialmente “Who I
Am”, que nos recorda “What If”.
Para o instrumental, contou com a ajuda de vários músicos renomados. As baterias foram gravadas por Josh Freesee (A Perfect Circle, Nine
Inch Nails) e Kenny Aronoff (John Fogerty, Elton John). Entre os guitarristas estão Phil X (Bon Jovi) e
Tim Pierce (Joe Cocker, Rod Stewart). O baixo ficou por conta de Paul Bushnell
(Phil Collins, Elton John). Os teclados e produção do disco ficaram por conta
de Howard Benson. O rapaz já trabalhou desde grupos radiofônicos como Seether e
Kelly Clarkson até bandas mais pesadas como Motorhead e Sepultura. Nada mal,
né?
Em Proof Of Life, Scott Stapp entrega um disco de rock alternativo
honesto. Mantém suas influências do passado, ao mesmo tempo em que busca por
novos caminhos. Se você não tem problema em ouvir rock comercial, o disco é uma
ótima pedida.
Nota: 8,0/10,0
Status: Honesto
Faixas:
01)
Slow
Suicide
02)
Who I Am
03)
Proof of
Life
04)
New Day
Coming
05)
Only One
06)
Break Out
07)
Hit Me
More
08)
Jesus Was
a Rock Star
09)
What Would
Love Do
10)
Crash
11)
Dying to
Live