Por Davi Pascale
Kings of Leon chega ao seu sétimo
álbum de inéditas. Trabalho apresenta canções bacanas, mantém o estilo, mas
peca por mixagem magra.
O Kings of Leon foi uma das
bandas mais interessantes, surgida nos últimos tempos, no cenário mainstream. Bons músicos, repertório bacana, som com
personalidade. Até agora acho que lançaram apenas um trabalho que considero abaixo
da média, o razoável Come Around
Sundown. Esse novo disco não frustra, mas deixa com um gostinho de esperava
mais.
As músicas, em sua maior parte,
são boas. “Over”, “Muchacho” e “Walls” foram as únicas que considerei
chatinhas. Muito arrastadas, sem brilho. Derrubam um pouco o nível do álbum.
Nas demais, o que derrubou foi a mixagem. O som está muito magro, de um modo geral.
Essas músicas, certamente, crescerão nas apresentações.
A jogada deles continua a mesma.
Algumas pessoas irão reclamar de falta de inovação. O que, de certa forma, é
uma verdade. Todas essas brincadeiras, já haviam feito antes de um modo ou de
outro. Mas acredito que essas críticas ficarão mais por conta dos críticos
musicais. Os fãs não irão se incomodar com isso.
A guitarra àla Strokes de “King
of Rodeo” volta a aparecer em “Eyes On You”. Os o-o-o de “Use Somebody” surgem
novamente em “Waste a Moment”. O baixo marcado continuamente surge tanto na já
citada faixa de abertura, quanto em “Reverend”. Inserem algumas músicas mais
agitadas, mais suingadas como no caso de “Around The World”. Dessa vez,
entretanto, nenhuma faixa mais suja como ocorria em faixas como “Charmer”. Como
curiosidade, vale citar a linha de guitarra de “Conversation Peace”, claramente
chupada de “No Surprises” do Radiohead. É um álbum que, de certa forma, remete
à um mix entre Aha Shake Heartbreak
e Only By The Night.
Não dá para dizer que o álbum é
ruim. Pelo contrário, como disse, a maior parte das composições são boas, mesmo
que apresentem alguns clichês (algo que nem sempre é negativo, na minha
opinião. Prefiro 1.000 vezes ouvir um trabalho mais do mesmo bem feito do que
ouvir um álbum inovador que só o artista entende). Agora, é de se lamentar a
mixagem final. Até porque eles já tiraram bons sons no passado. Bumbo da
bateria falta grave, a guitarra está muito magrinha. O que é uma pena, porque o
trabalho deles, enquanto músico, foi bom. Com bastante linhas interessantes que
resgatam os tempos de ouro do grupo.
De todo modo, o trabalho merece
ser conferido entre seus admiradores. Como nem todo mundo é chato como eu com
relação à timbragem, mixagem, etc, é capaz que muitos fãs encarem esse trabalho
como um grande disco. Se você curte a banda dê uma checada. Se você nunca ouviu
um álbum deles na íntegra, comece por Youth
and Young Manhood e Only By The
Night.
Nota: 7,0 / 10,0
Status: Boas músicas, mixagem pobre
Faixas:
01)
Waste a Moment
02)
Reverend
03)
Around the World
04)
Finde Me
05)
Over
06)
Muchacho
07)
Conversation Piece
08)
Eyes On You
09)
Wild
10)
Walls