Por Davi Pascale
Reduzido à uma dupla, Goo Goo
Dolls chega à seu 12º álbum tentando se reinventar em mais um trabalho
radiofônico. Álbum começa bem, mas depois vai caindo.
A carreira do Goo Goo Dools pode
ser dividida em três etapas. A fase punk (sim, eles já foram barulhentos), a
fase Replacements, quando faziam um rock alternativo com guitarras em destaque,
e a fase pop rock repleta de baladas predominadas por violões. É para os fãs da
terceira fase que esse disco é mais recomendado.
Ainda que tenham se reinventado,
algo não mudou em relação aos últimos anos do grupo. Os músicos continuam com a
preocupação de criar músicas melódicas com uma sonoridade pronta para invadir
as rádios. Claro, a cena musical dos anos 90 para cá mudou bastante. E os rapazes
parecem estar atentos ao novo cenário.
O grupo tentou adaptar seu pop rock
para o presente. Passou a utilizar sintetizadores, elementos eletrônicos,
palmas, aqueles o-o-o- meio Coldplay, meio Thirty Seconds To Mars. Justamente
por essa razão, o álbum vem dividindo opiniões. Não apenas dos críticos, mas
também dos fãs. Há quem tenha gostado, há quem tenha odiado. Achei um disco
mediano. Acertaram em algumas (poucas) faixas, erram em (muitas) outras.
Grupo tenta se reinventar e perde brilho |
Se levarmos em consideração o que
vêm aprontando desde A Boy Named God, não é algo tão inimaginável. Desde aquele
CD já ficou claro a vontade dos músicos de se manterem no mainstream com um som
mais acessível. Só que senti falta de um pouco mais de guitarra. Mesmo na fase
comercial, suas músicas mais agitadas traziam o instrumento com certo destaque.
Aqui, o maior destaque são as programações.
Não tenho nada contra a banda
querer mudar. Acho bacana o artista querer se reinventar, mas tem que ter um
certo cuidado para que não se torne algo que descaracterize seu trabalho. E isso,
infelizmente, ocorre em algumas faixas. Canções como “Long Way Home”, “Prayer
In My Pocket”, “Lucky One” e “Reverse” não soam como canções do Goo Goo Dolls.
As melhores músicas estão logo no
início do disco. “Over And Over”, “Souls In The Machine”, e “The Pin” trazem
aquilo que deveriam ter feito em todo o disco. Ainda que mantenham o toque de modernidade nos arranjos e mixagem, ainda
tinham seus violões característicos, suas linhas vocais típicas. Infelizmente,
essa lógica não se mantém em The Boxes.
“Free of Me” até começa bem com
um violão/vocal remetendo ao Soul Asylum, mas seu arranjo logo muda
drasticamente, se transformando em uma faixa bem moderna. Para quem quiser ter
uma noção, o grupo está indo para um caminho parecido ao The Script. Se esse
som te atrai, o disco irá te satisfazer. Honestamente, prefiro eles com um som menos moderno.
Agora, é esperar pelo próximo álbum.
Nota: 6,0 / 10,0
Status: Razoável
Faixas:
01)
Over And Over
02)
Souls In The Machine
03)
Flood (c/ Sydney Sierota)
04)
The Pin
05)
Boxes
06)
Free of Me
07)
Reverse
08)
Lucky One
09)
So Alive
10)
Prayer In My Pocket
11)
Long Way Home