segunda-feira, 11 de julho de 2016

Goo Goo Dolls – Boxes (2016):



Por Davi Pascale

Reduzido à uma dupla, Goo Goo Dolls chega à seu 12º álbum tentando se reinventar em mais um trabalho radiofônico. Álbum começa bem, mas depois vai caindo.

A carreira do Goo Goo Dools pode ser dividida em três etapas. A fase punk (sim, eles já foram barulhentos), a fase Replacements, quando faziam um rock alternativo com guitarras em destaque, e a fase pop rock repleta de baladas predominadas por violões. É para os fãs da terceira fase que esse disco é mais recomendado.

Ainda que tenham se reinventado, algo não mudou em relação aos últimos anos do grupo. Os músicos continuam com a preocupação de criar músicas melódicas com uma sonoridade pronta para invadir as rádios. Claro, a cena musical dos anos 90 para cá mudou bastante. E os rapazes parecem estar atentos ao novo cenário.

O grupo tentou adaptar seu pop rock para o presente. Passou a utilizar sintetizadores, elementos eletrônicos, palmas, aqueles o-o-o- meio Coldplay, meio Thirty Seconds To Mars. Justamente por essa razão, o álbum vem dividindo opiniões. Não apenas dos críticos, mas também dos fãs. Há quem tenha gostado, há quem tenha odiado. Achei um disco mediano. Acertaram em algumas (poucas) faixas, erram em (muitas) outras.

Grupo tenta se reinventar e perde brilho 
Se levarmos em consideração o que vêm aprontando desde A Boy Named God, não é algo tão inimaginável. Desde aquele CD já ficou claro a vontade dos músicos de se manterem no mainstream com um som mais acessível. Só que senti falta de um pouco mais de guitarra. Mesmo na fase comercial, suas músicas mais agitadas traziam o instrumento com certo destaque. Aqui, o maior destaque são as programações.

Não tenho nada contra a banda querer mudar. Acho bacana o artista querer se reinventar, mas tem que ter um certo cuidado para que não se torne algo que descaracterize seu trabalho. E isso, infelizmente, ocorre em algumas faixas. Canções como “Long Way Home”, “Prayer In My Pocket”, “Lucky One” e “Reverse” não soam como canções do Goo Goo Dolls.

As melhores músicas estão logo no início do disco. “Over And Over”, “Souls In The Machine”, e “The Pin” trazem aquilo que deveriam ter feito em todo o disco. Ainda que mantenham o toque de modernidade nos arranjos e mixagem, ainda tinham seus violões característicos, suas linhas vocais típicas. Infelizmente, essa lógica não se mantém em The Boxes.

“Free of Me” até começa bem com um violão/vocal remetendo ao Soul Asylum, mas seu arranjo logo muda drasticamente, se transformando em uma faixa bem moderna. Para quem quiser ter uma noção, o grupo está indo para um caminho parecido ao The Script. Se esse som te atrai, o disco irá te satisfazer. Honestamente, prefiro eles com um som menos moderno. Agora, é esperar pelo próximo álbum.

Nota: 6,0 / 10,0
Status: Razoável

Faixas:
      01)   Over And Over
      02)   Souls In The Machine
      03)   Flood (c/ Sydney Sierota)
      04)   The Pin
      05)   Boxes
      06)   Free of Me
      07)   Reverse
      08)   Lucky One
      09)   So Alive
      10)   Prayer In My Pocket 
      11)   Long Way Home