Por Davi Pascale
Linkin Park solta novo trabalho
ao vivo como forma de homenagear Chester Bennington. Novo disco comprova
mudança de sonoridade, além de deixar nítida a diferença que o cantor fazia no
grupo.
No inicio dos anos 2000, tivemos
o que talvez tenha sido o ultimo suspiro do rock n roll invadindo o circuito
mainstream. O sucesso de grupos como Linkin Park, Evanescence e Slipknot ajudaram
a manter a garotada dentro do rock. Hybrid
Theory e Meteora foram trabalhos
marcantes para quem viveu aquele período. Esses trabalhos embalaram diversas
canções nas FM´s e se tornaram trilha sonora dos adolescentes daquele período.
Depois de terem sido acusados de
estarem se repetindo (após o sucesso de Meteora,
os garotos lançaram disco ao vivo, disco de remixes e um disco ao lado do
Jay-z, todos repetindo boa parte do repertório), os caras resolveram chutar o
balde e mudar a direção de sua música. A partir daí, seu publico se dividiu. Há
quem diga que tenham amadurecido enquanto compositores, há quem diga que perderam
a graça.
Seu trabalho mais polêmico foi
justamente o mais recente, One More
Light, onde os músicos abraçaram de vez a sonoridade pop. Para quem curte a
fase mais recente dos caras, o novo ao vivo irá cativá-los. Quem deixou de
acompanhar os meninos e decidiu comprar o CD embalado pelo baque da morte de
Bennington, irá estranhar.
Digo isso por 2 razões. A
primeira é que o Linkin Park decidiu explorar seu mais novo disco no repertório.
Embora não o considere um destaque em sua discografia, acho a jogada
interessante. Gosto quando o artista resolve explorar o disco que está
lançando. É um modo de nos fazer perceber a força de algumas composições que
não notamos em uma primeira audição, além de ajudar a modificar o show de uma
turnê para a outra. Esse é outro motivo que me agrada. A banda já lançou outros
trabalhos ao vivo. É uma forma de sair do mais do mesmo. A outra razão que
disse que irão estranhar é porque o som das guitarras ficaram mais magras e
essa logica se segue mesmo na execução das músicas antigas.
Embora ainda prefira o grupo fazendo
um trabalho mais pesado, não dá para massacrar o disco. Os caras sempre foram
bons de palco e a logica se mantém. O repertório está muito bem executado. E as
faixas escolhidas servem para comprovar, mais uma vez, que Chester era um
diferencial dentro do grupo. Em relação à interpretação vocal, praticamente
leva o show nas costas. Tinha um bom alcance e era bem versátil. Honestamente,
não consigo imaginar a banda sobrevivendo sem ele.
No setlist, além de 7 faixas de
seu mais novo disco, temos alguns dos principais hits sendo relembrados. “In
The End”, “Numb” e “Bleed It Out” estão entre eles, mas para quem quer matar a
saudade de Chester Bennington mesmo, os números mais cativantes acabam sendo “Crawling”
(apenas com piano e voz) e a acústica “Sharp Edges”.
O disco não é o registro de uma única
apresentação. Foram utilizados áudios de diferentes concertos. E também não se
trata de um show na integra. Portanto, para quem está dizendo que faltou muito
som (e faltou mesmo), lembre-se que provavelmente foram executadas, mas não
entraram no disco. De todo modo, trata-se de uma bonita homenagem e merece ser
conferida entre seus admiradores.
Nota: 7,5 / 10,0
Faixas:
01)
Talking To Myself
02)
Bur It Down
03)
Battle Symphony
04)
New Divide
05)
Invisible
06) Nobody
Can Save Me
07) On More Light
08) Crawling
09) Leave Out All The Rest
10) Good Goodbye feat Stormzy
11) What I´ve Done
12) In The End
13) Sharp Edges
14) Numb
15) Heavy
16) Bleed It Out