Por Davi Pascale
Trago hoje essa dica para os
amantes de discos tributo. Lançado em 2012, pela Cleopatra Records, o álbum mistura músicos de diferentes vertentes.
E o mais bacana de tudo, não é um disco de altos e baixos. A qualidade se
mantém.
A Cleopatra Records adora lançar discos tributo. Muitas vezes,
inclusive, lançam trabalhos polêmicos. São deles aquela série onde davam um ar industrial
em discos dedicados à nomes como Guns n´ Roses e Van Halen. Na minha visão,
tentativas frustradas. Contudo, às vezes, acertam o alvo. O tributo Leppardmania (Def Leppard) é bem legal
e deixava de lado essa mania de tentar modernizar o som do artista homenageado.
Pegavam alguns grandes nomes e os colocavam para realizarem suas versões para
os clássicos do conjunto. É, mais ou menos, o que ocorre aqui.
Vieram para a empreitada, músicos
de diferentes universos. KK Downing, guitarrista do Judas Priest. Ian Paice,
baterista do Deep Purple. Joe Elliot, cantor do Def Leppard. Rick Wakeman, tecladista do Yes. Além de Sweet,
Iggy Pop, Joe Lynn Turner, Ginger Baker e, até mesmo, a cantora country
Gretchen Wilson dão as caras por aqui. Com um time estelar desses, se
fizessem um trabalho fraco mereceriam uma medalha.
Existem muitos artistas que
quando vão gravar uma homenagem à seus ídolos, recriam a canção. Mudam a linha
vocal, modificam os arranjos criando outra canção. Um tipo de situação que
também cria polêmicas. Uma parte dos ouvintes, acha curioso e acredita que
reforce elementos da canção original que são poucos perceptíveis. Outros
ouvintes não gostam quando a música é muito descaracterizada. Esse tributo ao
The Who é voltado para quem é um pouco mais conservador, nesse aspecto. Os
artistas, certamente, tentaram deixar sua marca na canção. Contudo, as
mudanças, na maior parte do tempo, são mínimas.
Cantora country faz um dos melhores trabalhos vocais do disco |
Não há nenhuma versão aqui que
seja risível. Entretanto, há duas que me chamaram a atenção além da conta. Uma
é a versão da cantora Gretchen Wilson. A menina é conhecida por seguir uma
carreira country-rock. Imaginava que escolhesse uma canção como “Behind Blue
Eyes”, mais calma, um arranjo com violões. Entretanto, ela veio com uma versão
do clássico “Who Are You”, com uma versão tão rock quanto à original e com um
excelente trabalho vocal. Outra versão matadora é a que fecha o álbum, “The
Seeker”, trazendo Joe Lynn Turner em um momento inspiradíssimo. A que menos me
empolgou foi a versão dos Raveonettes para “The Kids Are Alright”. Essa é a que
está mais distante do original. E, sendo honesto, achei o arranjo estranho.
Uma das marcas registradas do The
Who é a bateria de Keith Moon. Os fãs podem ficar tranquilos. Os músicos envolvidos
foram respeitosos e fizeram um trabalho digno. É claro que não está idêntico,
mas nem teria como. Assim como Neil Peart e John Bonham, é um daqueles músicos que
é impossível de se copiar. Esperar por isso seria o mesmo que esperar o
coelhinho da páscoa, mas a equação foi bem resolvida. Quanto ao repertório? Foi
focado nos clássicos do grupo inglês. Portanto, falar que as músicas são boas é
chover no molhado. Álbum recomendadíssimo!
Nota: 9,0/10,0
Status: Respeitoso e Empolgante
Faixas:
01) Eminence
Front
02) Baba
O´Riley
03) I
Can See For Miles
04)
Love
Reign O´er Me
05)
My
Generation
06)
The
Kids Are Alright
07)
Won´t
Get Fooled Again
08)
Anyway
Anyhow Anywhere
09)
I
Can´t Explain
10)
Behind
Blue Eyes
11)
Magic
Bus
12)
Who
Are You
13)
Pinball
Wizard
14)
Squeeze
Box
15)
Bargain
16)
The
Seeker