segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Detonator – Metal Folclore: The Zoeira Never Ends (2013):



Por Davi Pascale

Personagem mais famoso do Massacration fez álbum solo brincando com o folclore brasileiro. Projeto é bem inteligente e merece ser conferido...

Sim, esse disco saiu já tem um tempinho, eu sei. Mas, somente agora parei para ouvi-lo do início ao fim. E realmente, fiquei bem surpreso. Claro, o disco é um trabalho humorístico. Não é para ser levado à ferro e fogo. Mas, dentro do propósito, ele atende as expectativas.

Sem zoeira, dentro dessa pegada engraçadinha, foi o trabalho mais inteligente que ouvi desde o debut dos Mamonas Assassinas. O álbum foi muito bem pensado. As letras trazem umas sacadas sensacionais. Não tem como não rir em tiradas como as que aparecem em “Curupira”, “Boto” e “Saci” e também está muito bem tocado.

Para que conseguisse uma sonoridade adequada, Bruno Sutter trouxe uma penca de convidados especiais. Músicos como Michel Leme, Edu Ardanuy (Dr. Sin), Thiago Bianchi (Noturnall), Felipe Andreoli (Angra), Rafael Bittencourt (Angra), João Gordo (Ratos de Porão) e Ricardo Confessori (Shaman) emprestam seus dotes. Pelo visto, ao menos entre os músicos, o garoto tem respeito.

O rapaz continua sacaneando o heavy metal indo nos pontos-chave. Fez um trabalho temático, com narração e muita gritaria. Como de se esperar, tudo altamente escrachado. A narração foi feita pelo ator Alexandre Frota. O tema foi o folclore brasileiro, mas não faltam as sacaneadas básicas. Zumbi foi acrescentado por ser o personagem “da moda”, como deixa claro na letra da música, mas a trolada máster foi a inclusão do Saquito. Um mascote criado em 2013 para uma campanha contra o câncer de próstata.

Quem adquire o álbum original, ganha mais algumas tiradas. Uma pelo formato de encarte. Como a galera tem mania de se dirigir à discos, e eu me incluo nessa leva, como álbuns, o livrinho é um álbum de figurinhas. E também tem alguns textos adicionais que te ajudam a entender a sequencia de algumas faixas e a inclusão de algumas referências.

O único senão é a qualidade de gravação que poderia ser um pouquinho melhor. Os discos do Massacration eram mais bem gravados, mas sejamos francos, muita banda séria de metal também entrega discos com gravação meia-bomba. Muitos, inclusive, com uma qualidade bem abaixo da apresentada aqui, sejamos francos.

The Zoeira Never Ends não é muito longo. Em torno de 40 e poucos minutos, então não dá tempo de cansar. Algumas faixas são, na verdade, vinhetas. Algumas passagens instrumentais e algumas interações engraçadinhas entre o filhinho do Deus Metal e Frota. Como disse, o trabalho é bem feito, bem agradável, mas só é recomendado para quem tem bom humor e não leva tudo tão à sério. Se esse for seu caso, vá sem medo.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Inteligente

Faixas:
      01)   Introdução
      02)   Metaleiro
      03)   Uma Grande Tragédia
      04)   Metal Zumbi
      05)   Tadinho Dele
      06)   Curupira
      07)   Boto
      08)   Boitatá
      09)   Mula-Sem-Cabeça
      10)   Cuca
      11)   Saci
      12)   O Pimpolho do Folclore
      13)   Saquito
      14)   Missão Cumprida
      15)   Qual É o Negócio? 
      16)   Mestre do Santuário