Por Rafael Menegueti
As garotas do Thundermother |
Os países escandinavos são referência quando falamos de
metal. A cena lá é muito produtiva quando falamos de bandas de death, black,
power, folk e viking metal, por exemplo. Mas algumas pessoas talvez não saibam que por lá a
cena de hard rock e heavy metal clássico também são muito fortes. Uma das
bandas que vem em rápida ascensão por lá é o Thundermother, da Suécia, que
também conta com integrantes da Itália (a guitarrista Giorgia Carteri) e Irlanda
(a vocalista Claire Cunningham).
Trata-se de um grupo feminino, bem próximo do que suas conterrâneas
do Crucified Barbara apresentam, mas com um pé mais fincado no som clássico,
menos agressivo. Sem falar na obvia e clara influência de AC/DC e até
Aerosmith. A banda acabou de lançar seu segundo disco, “Road Fever”, mas como
seu primeiro disco, que se chama “Rock N’ Roll Disaster”, saiu há pouco tempo
também, no ano passado, eu resolvi falar de ambos de uma vez.
“Rock N’ Roll Disaster” (2014)
A estreia das meninas foi em grande estilo. O nome do
disco funciona como uma grande ironia, já que de desastre o trabalho não tem
nada. Bem cadenciado e com riffs bem elaborados, o disco vai direto numa linha
bem clássica e direta. A guitarrista Filippa Nässil conduz as canções com seus
riffs e pegada à la Angus Young, além de solos bem inseridos no ritmo das
faixas. Os vocais de Claire são excelentes, com um estilo que mistura
influências de classic rock e country. O disco é curtinho, mas preciso na ideia
de fazer rock n’ roll cru e empolgante. Destaques: Man In Blues, Thunderous e Shoot to Kill. Nota: 8,5.
Road
Fever (2015)
Apenas um ano e cinco meses depois de lançarem seu
primeiro trabalho, a banda lançou na última semana “Road Fever”. A proximidade
é justificável, já que a banda assinou com uma nova gravadora, a Despotz
Records, no começo do ano. Tendo ganhado fãs famosos como os caras do In Flames,
Airbourne, Opeth e Zakk Wylde, que cobriram a banda de elogios, nada mais justo
que elas aproveitassem o momento de alta para lançar um novo disco. “Road Fever”
segue uma linha bem parecida com a estreia da banda, mas aqui elas colocaram um
pouco mais de potencia no som.
Ainda bem focado no estilo clássico, é possível perceber
algumas referências mais atuais na sonoridade, ou até mesmo uma pitada de
Motörhead no estilo em alguns momentos. Com solos mais intensos e acelerados e
refrães ainda mais cativantes, o disco é uma evolução e tanto para apenas um
ano de diferença do seu antecessor. Os vocais de Claire estão ainda mais
intensos e um pouco mais agressivos, dando um aspecto ainda mais maduro e
potente ao álbum, e comprovando que essa banda deve crescer ainda mais se
seguir nesse bom ritmo. Imperdível!
Destaques: It’s Just a Tease, Deal With the Devil, Enemy e Rock N’ Roll
Sisterhood. Nota: 9.