Por Davi Pascale
Primeiro vocalista do Danger
Danger lança novo trabalho solo. Cantor mantém a áurea oitentista e deve
agradar quem acompanhou seu antigo grupo na época.
Talvez muitos de vocês digam... ‘Bah,
esse som ficou no passado’. A real é que música não tem prazo de validade e de
tempos em tempos os artistas recorrem aos artistas do passado para criarem seu
estilo. Atualmente, temos uma ótima leva de artistas bebendo na fonte dos anos
70 (caso de Blues Pills e Rival Sons, só para ficar em alguns), mas também
temos vários artistas bebendo na fonte dos anos 80. Especialmente, na região da
Suécia. O cantor não está cometendo nenhum crime. Apenas se mantendo fiel às
suas origens.
O Danger Danger chegou a fazer
bastante sucesso nos seus primeiros álbuns. Nos dois primeiros, o vocalista era
justamente o Ted Poley. Fora da mídia, o rapaz não está preocupado em atualizar
seu som. Apenas fazer o que curte e, quem sabe, manter seus velhos e fieis
seguidores ao seu lado. Trabalho totalmente despretensioso, porém, divertido.
Beyond The Fade é seu primeiro trabalho solo desde Smile (2007). A lógica é mais ou menos
a mesma. Continua resgatando aquela sonoridade anos 80 com vocalização à la
Journey, refrão melódicos e meio chicletes, bateria simples, sem firulas,
aquela sonoridade meio cigarros Hollywood. Sim, os arranjos são repletos de
velhos clichês, mas quem se importa...
Ted Poley mantém veia oitentista em novo trabalho |
O novo álbum é uma parceria com o
selo italiano Frontiers e, conforme
esperado, conta com a produção de Alessandro Del Vechio. Tem lançamentos que
eles acertam bonito, tem lançamentos que erram feio. Nesse álbum, fizeram
bonito. O trabalho é muito mais bem acabado do que Smile. Bateria mais bem gravada, guitarra mais bem timbrada, a veio
AOR correndo solta... Uma diferença em relação ao anterior é que o teclado
ganhou um pouco mais de evidência.
A tríade inicial traz todo o
clima de festa dos anos 80. Teclados de fundo, arranjos extremamente alegres,
solos de guitarra bem para cima. Destaque para a ótima faixa de abertura, “Let´s
Start Something”, e para “Hands of Love”, uma canção perdida de Joe Lynn Tuner
que o cantor resolveu resgatar. “Sirens” e “Higher” também despontam entre os
grandes momentos do disco.
O disco é bem sólido, as
qualidades meio que se mantém, mas os arranjos vão e vem. Ou seja, em meio às
canções festivas, temos as velhas baladas intercaladas. Dentre essas, se destacam “We Are Young” e “Beneath
The Stars”. O único ponto baixo do CD fica por conta de “Perfect Crime”.
A canção é boa, mas perdeu o brilho com a participação de Issa. Honestamente,
achei a voz dela bem chata. Se tivesse ficado só na voz dele, ficaria
sensacional.
Beyond The Fade é um ótimo álbum para quem curte o gênero. Ótimos
arranjos, ótimo trabalho vocal. Faixas bem bacanas. Se você era fã do Danger
Danger ou gosta de bandas como Journey e Bon Jovi (anos 80), vá sem medo!
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Alto-astral
Faixas:
01)
Let´s Start Something
02)
Everything We Are
03)
Hands of Love
04)
The Perfect Crime
05)
Stars
06)
Higher
07)
Where I Lost You
08) You Won´t See Me Crying
09) We Are Young
10) Sirens
11) Beneath the Stars