Por Davi Pascale
Ícone do heavy metal lança novo
trabalho ao vivo. Mesclando músicas de seu mais recente álbum com clássicos
oitentistas, grupo britânico agrada sua legião de fãs. Gravado em diferentes
cantos do mundo, álbum apresenta faixas gravadas aqui no Brasil.
Iron Maiden é aquele caso
clássico: ame ou odeie. Não há meio termo. Assim como também não há meio termo
em suas performances. Mesmo com alguns pontos baixos em sua discografia (algo
normal na trajetória de uma banda longínqua), os músicos nunca fraquejaram em
cima do palco. Os músicos sempre deram 100% de si em suas performances e isso
fica claro durante a audição do novo álbum.
Algo que não podemos deixar de
notar. Não apenas a banda apresenta um gás invejável, como seu vocalista, o
icônico Bruce Dickinson, continua com a voz incrivelmente forte. Nessas horas
que gostaria que o álbum tivesse sido gravado em uma única noite. Assim poderia
constatar se ele ainda mantém a força de sua voz do início ao fim da
apresentação. As músicas são todas incrivelmente altas e ele não é mais um
garotinho... De todo modo, sua performance aqui é irretocável.
Ok. Álbum ao vivo do Iron Maiden
não é mais uma novidade já tem um tempo, mas o fato de ter sido gravado durante
a divulgação de um trabalho de inéditas ajuda a manter um certo frescor.
Afinal, no repertório de 15 sons, 6 vieram de seu novo disco. Dessas, as minhas
preferidas são as 2 primeiras, as empolgantes “If Eternity Should Fail” e “Speed
of Light”.
Como esse é um registro da ultima
gira, sim, você irá ouvir alguns clássicos que já foram gravados inúmeras vezes
como “Wratchild”, “Iron Maiden”, “The Number Of The Beast”, “The Trooper”, mas
a qualidade das composições faz com que sua audição seja satisfatória. Sejamos
francos, canções como “Number” e “The Trooper” são clássicos não apenas da
donzela, mas do heavy metal.
Algo muito bacana é que foram
resgatados alguns daqueles clássicos que seus fãs amam, mas que o ouvinte de ‘greatest
hits’, provavelmente, não manja como “Powerslave” e “Children Of The Damned”.
Outra sacada legal foi eles terem alterado o bis. Sim, “The Number of The Beast”
continua lá abrindo a parte final, mas não temos mais “Hallowed Be Thy Name”,
nem “Running Free” ou “Sancutary”. Essas foram alteradas por “Blood Brothers” e
“Wasted Years”. Gostei da ousadia, agora só falta trocar “Number” de lugar.
Concordo que ela não pode ficar de fora do show, mas que tal abrir um show com
ela?
Já pensou a empolgação da galera?
A banda continua impecável. Não
importa se você faz parte do grupo que os ama ou do grupo que os odeia, mas é
fato que os caras sempre foram extremamente profissionais. Steve Harris
continua seguro como sempre, Nicko McBrain está cada vez mais preciso, o
trabalho de guitarras continua cativante. Tanto Adrian Smith, quanto Dave
Murray são bons de solo.
Os fãs brasileiros foram lembrados,
mais uma vez, pelos músicos. “Fear Of The Dark”, uma das musicas favoritas do
público brasileiro, foi registrada em Porto Alegre, enquanto “Wasted Years”
traz um registro no Rio de Janeiro. Realmente, muito bacana.
Em um primeiro momento, muitos
podem ter uma impressão errada de que 15 músicas é pouco. Não vemos nos
esquecer que estamos falando de uma banda que adora escrever canções de 7, 10,
13 minutos de duração. O show não é muito curto não...
The Book of Souls: Live Chapter mostra uma banda afiada com um
ótimo repertório em mãos. A qualidade de gravação, conforme de se esperar, é
impecável. Para quem é fã dos rapazes, o trabalho é imperdível.
Nota: 9,0 / 10,0
Faixas:
CD 1:
01) If Eternity Should Fail
02) Speed of Light
03) Wratchild
04) Children Of The Damned
05) Death Or Glory
06) The Red And The Black
07)
The
Trooper
08)
Powerslave
CD 2:
01)
The Great Unknown
02)
The Book of Souls
03)
Fear Of The Dark
04)
Iron Maiden
05)
The Number Of The Beast
06)
Blood Brothers
07) Wasted Years
07) Wasted Years