Por Davi Pascale
Existem alguns discos que ninguém
discute qualidade. Caso de
clássicos como Sgt Peppers Lonely Hearts
Club Band ou The Number of The Beast.
Ozzy Osbourne tem alguns desses discos. Tanto na sua fase Sabbath quanto
em sua carreira-solo. Entretanto, existem alguns álbuns que são injustamente
massacrados. Esse é um deles.
Foi realmente um espanto, para
mim, quando comecei a acompanhar alguns sites de publicações internacionais e
reparei que grande parte de seus fãs não curtem os álbuns da fase Jake E Lee.
Particularmente, considero seus 4 primeiros álbuns perfeitos. Pois bem, esse é
exatamente seu quarto disco.
Em 22 de Fevereiro de 1986, o
disco chegava às lojas. O príncipe da escuridão, como é conhecido entre seus
admiradores, estava tentando levar uma vida mais controlada. Depois de chegar
ao final de 1985 (ano em que se apresentou na primeira edição do Rock in Rio), muito acima do peso e
abusando de drogas e álcool, Ozzy estava tentando entrar no eixo. O músico se
trancou na clínica Betty Ford Center,
localizada na California (Estados Unidos), como uma tentativa de abandonar seus
vícios.
Durante esse período, o
guitarrista Jake E Lee e o baixista Bob Daisley começaram a compor o material
do que viria a ser The Ultimate Sin.
Quando Osbourne abandonou a clínica, se deparou com dezenas de canções escritas
pela dupla. Dando uma lapidada no material, nasceu seu quarto LP.
Sharon Osbourne já atuava como
sua empresária. E, para variar, os músicos enfrentaram vários problemas
contratuais com a moça. Jake E Lee bateu o pé e disse que não gravaria enquanto
sua situação não fosse acertada. O músico alegava que havia composto uma boa
parte de do álbum Bark At The Moon e
não havia recebido os devidos créditos. O guitarrista fez questão que seu
contrato antigo fosse rasgado e exigiu um novo acordo.
Se Jake, por um lado, conseguia
ajustar sua situação, Bob, de outro, não conseguia se sentir confortável nas
negociações. Tal situação fez com que o músico fosse afastado da banda. Com
isso, veio Phil Soussan, contratado para ser um músico temporário e registrar
as linhas de baixo do disco. Mesmo assim, o rapaz conseguiu incluir uma faixa
sua no LP, justamente a faixa-título. Aliás, o título foi alterado no ultimo momento
por Ozzy. Inicialmente, o disco se chamaria Killer of Giants, outro nome de canção. Soussan durou pouco. Logo,
Ozzy chamaria Bob de volta para ajuda-lo a terminar as letras. Parceria que fez
com que, pouco tempo depois, o musico fosse chamado de volta ao grupo.
Além de ser o único álbum a
contar com Phil Soussan, The Ultimate
Sin marcava outra alteração no lineup. A entrada do baterista Randy Castillo
no lugar de Tommy Aldridge. Saía um monstro, entrava outro. Realmente, Ozzy
sabe escolher músicos.
Mesmo não figurando os favoritos
dos fãs, o disco foi um enorme sucesso de vendas, batendo a marca de 2.000.000
de cópias vendidas. Na época, o heavy metal estava em alta e tanto “The
Ultimate Sin” quanto “Shot In The Dark” conseguiram destaque nas rádios e na
MTV.
Musicalmente, seguia mais ou
menos a mesma lógica de seu antecessor. As músicas ganhavam uma vibe mais hard
rock, com linhas vocais mais melódicas. A qualidade das músicas era altíssima. Não
tem nenhuma faixa que considere tenebrosa, mas a balada “Killer of Giants” e o
rock “Fool Like You” são as que menos empolgam quando coloco o LP para tocar. As demais? Perfeitas!
Logo, os problemas com o Jake E
Lee retornaram. O músico foi se afastando aos poucos da banda. Não
comparecendo nas festas pós-show ou nos jantares com os músicos, preferindo ficar
trancado no quarto do hotel. E foi assim até que um belo dia, o guitarrista recebeu
um telegrama de Sharon Osbourne dizendo que havia sido demitido, sem dar
maiores explicações. A saída forçada de Jake abriu as portas para que outro
grande nome se juntasse ao madman, o cultuado Zakk Wylde, mas essa fica para a
próxima.
Faixas:
01) The
Ultimate Sin
02) Secret
Loser
03) Never
Know Why
04) Thank
God For The Bomb
05) Never
06) Lightning
Strikes
07) Killer
of Giants
08) Fool
Like You
09) Shot
In The Dark