sábado, 19 de março de 2016

The Cult – Hidden City (2016):





Por Davi Pascale

The Cult volta à atacar. A trupe liderada por Ian Astbury e Billy Duffy, lança seu décimo álbum. Material é responsável por encerrar trilogia e traz uma banda forte remetendo à diferentes fases de sua carreira.

Nunca sabemos o que esperar do The Cult. Os caras podem parar do nada. Podem sair lançando disco atrás de disco. Podem seguir o som de álbum anterior. Podem vir com algo totalmente diferente daquilo que estávamos esperando.

No Brasil, sua fase mais popular é a fase com uma pegada mais hard rock (Electric-Ceremony), mas a discografia dos garotos vai mais além. Já tiveram uma pegada mais gótica, já flertaram com o eletrônico. Já fizeram de tudo um pouco. Hidden City é, provavelmente, seu disco mais variado. Aqui, encerram a trilogia iniciada no (ótimo) Born Into This (2007). Mas o novo álbum é um pouco menos para cima, um pouco mais sombrio, do que seus dois antecessores.

Os grandes destaques continuam sendo as guitarras de Billy Duffy e os vocais de Astbury. Vi algumas pessoas reclamando da voz dele. Não sei como está sua performance nos palcos, mas no disco, achei boa. Está dentro daquilo que esperava.

“Goat” e “Dark Energy” são as duas que trazem um arranjo mais hard, com um ar mais festivo. Nos levam imediatamente ao auge do grupo. “Birds of Paradise” e “In Blood” nos remetem aos anos iniciais, contando com uma forte influência de pós-punk. Enquanto faixas como “Hinterland” nos leva à fase U2. Como disse anteriormente, o álbum tem uma pegada meio sombria. E isso fica evidente em músicas como “No Love Lost”, “Lillies” ou “Sound And Fury” (essa, a mais fraca do CD, na minha opinião). 

Grupo retorna com álbum consistente e variado

O time que está em volta deles é sensacional. Na bateria, temos o monstro John Tempesta (Testament, White Zombie). No baixo, o experiente Chris Wyse (Mick Jagger, Ace Frehley). Na produção, mais uma vez, o lendário Bob Rock. Essa já é a quinta vez que trabalha com os garotos. Tiro certeiro. Sabe exatamente como tirar o melhor da banda. Embora usem referências ao passado, o disco tem um pé no presente. É como se fosse o velho Cult estivesse se adaptando ao hoje. 

Quem colocar Hidden City esperando se deliciar com um ótimo álbum de rock n´ roll, irá se satisfazer. Quem estiver esperando um álbum com uma sonoridade 80´s, algo como um novo Sonic Temple, um novo Electric, poderá se decepcionar. De minha parte, satisfeito! 

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Consistente e variado

Faixas:
      01)   Dark Energy
      02)   No Love Lost
      03)   Dance The Night
      04)   In Blood
      05)   Birds of Paradise
      06)   Hinterland
      07)   Goat
      08)   Deeply Ordered Chaos
      09)   Avalanche of Light
      10)   Lilies
      11)   Heathens  
      12)   Sound and Fury