Por Davi Pascale
Ainda existe muita gente que
acredita que Cowboys From Hell foi o
primeiro álbum do Pantera. Na verdade, não. Foi o primeiro a fazer sucesso, mas
a banda já existia e lançava discos antes disso. Dentre esses, um dos mais
comentados entre os colecionadores é o Power
Metal, trabalho que marcava a estreia de Phil Anselmo.
Existe muita besteira sendo dita
por aí. Muitos dizendo que esse álbum é um trabalho de hair metal, alguns
chamando preconceituosamente de rock gay (tiração de sarro por conta dos
visuais espalhafatosos). Putz, de boa, se alguém diz isso é porque não ouviu o
disco.
Sim, também prefiro os trabalhos
posteriores. Em especial, Vulgar Display
of Power e Far Beyond Driven, que
sempre foram meus preferidos. Mas são poucas as referências das bandas de hard
da época - cena que gosto bastante, por sinal. Diria que está mais presente no
visual deles, com aqueles cabelos volumosos, cheios de spray para não deixar o fio sair do lugar, do que no som.
É bem verdade que a sonoridade é
bem distante da sonoridade clássica do Pantera. Bateria sem aquelas quebradas
de bumbo alucinantes que Vinnie Paul fazia no bumbo duplo. Não há Phil Anselmo
cantando com voz rasgada, nem com gutural. Aliás, é o contrário. Ele canta agudo
o tempo todo, abusando de falsetes, seguindo a escola de Rob Halford e Ralf
Scheepers.
As quebradas de bateria eram mais
simples, mas Vinnie Paul já usava e abusava do bumbo duplo como pode ser
conferido em faixas como “Power Metal” e “Burnnn”. Manja aquela pegada reta,
mas com velocidade na luz que tantos bateras dos anos 80 usavam? É isso aí...
As guitarras de Dimebag já
contavam com bastante peso. Seus riffs e solos velozes faziam a diferença. Uma curiosidade interessantíssima é a faixa “PST88” com o guitarrista
assumindo os vocais. O alcance dele era limitado, mas o resultado final ficou agradável.
As influências de thrash metal
apareciam com força em “Over And Out” com diversos riffs que deixariam James
Hetfielfd e Dave Mustaine orgulhosos. O lado glam metal que muitos se referem
aparece em “Hard Ride” e no refrão de “We´ll Meet Again”. E só! No mais, o
máximo que poderíamos associar à cena são algumas passagens de bateria com
aquela levada dobrando caixa e bumbo que acabou virando marca registrada do
Tommy Lee (Motley Crue), mas honestamente falando, a maior influencia, a que me
salta à vista de cara, é de Judas Priest. Muitas vezes até de maneira direta
como aparecem em “Death Trap”, “Down Below”, além das já citadas “Power
Metal” e “Burnnn”.
Se você deixou de ouvir esse
disco por não curtir aquela cena hard dos 80, pode pegar para ouvir sem
arrependimentos. Não há espaço para teclados encorpados, não há refrão alegre,
nem nada do tipo. As letras trazem alguns clichês, mas estava de acordo com o momento.
Expressões como “Rock The World”, “Proud To Be Loud” e “Pussy tight tonight”
podem soar inocentes hoje, mas animavam a molecada na época. Musicalmente, o
que temos aqui é um heavy metal tradicional com uma pegada meio Priest, meio
Riot. A banda já tocava com um puta punch. Em resumo: é um som clean para
Pantera, mas ainda assim mais pesado do que muito disco por aí...
Nota: 7,0 / 10,0
Status: Pesado e tradicional
Faixas:
01) Rock
The World
02) Power
Metal
03) We´ll
Meet Again
04) Over
And Out
05) Proud
To be Loud
06) Down
Below
07) Death
Trap
08) Hard
Ride
09) Burnnn!
10) Pst88