Por Rafael Menegueti
Draconian - Sovran |
Um erro comum que algumas pessoas cometem às vezes é a
velha confusão de definir algumas bandas sinfônicas como metal gótico. Dentre
as que as vezes são erroneamente colocadas nesse grupo posso citar Nightwish,
Epica, Delain, Within Temptation, entre outras. Nenhuma delas é gothic metal de
fato. Então hoje irei falar de uma banda que realmente se enquadra muito bem
nesse gênero, o Draconian.
Essa banda sueca formada em 1994 está lançando seu sexto
álbum de estúdio, “Sovran”, onde mais uma vez se mostra uma das melhores bandas
do gênero. Nesse disco eles estreiam sua nova vocalista, a sul-africana Heike
Langhans, que tem a difícil tarefa de substituir Lisa Johansson, que desde o
primeiro disco da banda (“Where Lovers Mourn, de 2003) era um dos maiores
pilares da sonoridade e identidade do grupo. E a garota mandou bem.
A fórmula da banda é bem tradicional dentro do gothic
metal. Canções melancólicas, quase sempre com um andamento mais lento, quase
arrastado, vindo da influência com o doom metal que combina tanto com o estilo.
Os vocais são em dupla, com a voz feminina e o gutural masculino, feito por Anders
Jacobsson, mais uma vez se intercalando e criando o contraste de leveza e
agressividade. Nada muito anormal, essa já é uma característica bem comum
dentre as bandas do gênero.
Os membros do Draconian |
As composições, no entanto, estão um pouco mais refinadas
do que o grupo apresentou em seu trabalho antecessor, “A Rose for the
Apocalypse” (2011). Com a maioria das músicas sendo composta por uma sequencia
de riffs simples, carregando um sentimentalismo imenso nas levadas, a atmosfera
de melancolia é o pano de fundo das belas melodias, acentuadas ainda mais pelo
belo trabalho vocal já citado. Um clima sempre sombrio, que dá um ar dramático ao
trabalho. Nada define “gótico” melhor.
As músicas são longas, todas entre 6 e 9 minutos, e
mostram uma boa coesão entre os integrantes. É até difícil apontar as melhores,
visto que todas tem alguma coisa na qual se destacam, mas dentre as que mais me
agradaram estão “Heavy Lies the Crown”, “The Wretched Tide”, “Stellar Tombs”, “Dishearter”
e “The Marriage of Attaris”. Mas a que rouba a cena mesmo é “Rivers Between Us”,
que conta com a participação especial de Daniel Anghede (Astroqueen, Crippled
Black Phoenix) nos vocais limpos interagindo com Heike.
No seu retorno depois de alguns anos, e com uma nova voz
como destaque, o Draconian entregou um excelente disco dentro do que seu gênero
define. Bem alinhada e com um ótimo feeling para composições formadas por belas
melodias sobre angustia e amor, a banda faz jus ao gothic metal como poucas tem
feito. Um prato cheio para os fãs do estilo, que sempre são fieis dentro da
cena.
Nota: 9/10
Status: Sentimental e sombrio
Faixas:
1. Heavy Lies the Crown
2. The Wretched Tide
3. Pale Tortured Blue
4. Stellar Tombs
5. No Lonelier Star
6. Dusk Mariner
7. Dishearten
8. Rivers Between Us
9. The Marriage of Attaris