sexta-feira, 11 de dezembro de 2015

Ugly Kid Joe – Uglier Than They Used To Be (2015):



Por Davi Pascale

Sim, eles ainda estão na ativa. O mundo de hoje é bem diferente daquele de 1991, quando a banda invadiu as rádios e a programação da MTV com o megahit “Everything About You”. Mas os garotos vão muito bem, obrigado.

O novo álbum foi criado através do sistema de crowdfunding (sim, a moda invadiu mundo afora). Em relação à estratégia, meio que remetem ao passado. Primeiro lançaram um EP, o ótimo Stairway to Hell, para somente depois lançarem um full-length. Assim com fizeram nos anos 90. Sim, o menininho todo estropiado continua na capa do disco. O título é uma clara referência ao seu EP de 1991, mas parou por aí...

Os garotos estão com uma postura mais séria e o som está mais pesado. É nítida que as influências são as mesmas, mas são exploradas de outra maneira. Aquela alegria toda que rondava os primeiros álbuns não existe mais. Decisão sábia. Se voltassem exatamente igual ao que eram, seria muito difícil reconquistar seu espaço. Ficariam restritos naquele publico saudosista. E, aparentemente, não é o que desejam. Não me entendam mal. As Ugly As They Wanna Be e America´s Least Wanted ainda são meus álbuns preferidos dos garotos, mas como disse no início do texto, o mundo mudou.

O time que gravou o novo material é formado por Whitfield Crane, Klaus Eichstade, Dave Fortman, Cordell Crockett, Shannon Larkin, Sonny Mayo e Zac Morris. Ou seja, a formação de Motel California com a adição de dois novos integrantes (Sonny e Zac). Como disse, as influências são as mesmas. Ou seja, hard rock, heavy metal e funk. Eles também mantiveram a tradição de resgatar um cover. Bem, nesse caso, dois.

Ugly Kid Joe explora roupagem pesada em novo álbum

Os garotos nunca esconderam sua admiração pelo metal. O trabalho de guitarra da ótima “Bad Seed” não me deixa mentir. Assim, como a participação de Phil Campbell, guitarrista do Motorhead. Banda amada por 90% dos headbangers. A participação, inclusive funcionou bem. A guitarra de Phil ficou bem perceptível em “My Old Man”. Sua pegada rocker se destacou na canção. “Under The Bottom” não é o tipo de faixa que imaginaria Campbell tocando, mas a música é boa. E é claro que eles aproveitaram Phil na sua (boa) versão de “Ace Of Spades”.

“Let The Record Play” explora o lado mais hard rock. “She´s Already Gone” e “Hell Ain´t Hard to Find” apontam para uma pegada mais moderna, enquanto a balada acústica “Mirror of The Man” nos leva de volta aos anos do grunge com uma roupagem bem Alice In Chains. Lembra que eu disse que haviam dois covers? Pois bem, o outro é o clássico dos Temptations “Papa Was a Rolling Stone”. É onde deixam nítida sua influência soul/funk. Claro que fizeram uma roupagem mais pesada, mais rock n´roll. De quebra, trouxeram o cantor australiano Dallas Frasca. Não conhecia o rapaz, mas aparente manda bem.

Os grandes destaques do disco são os trabalhos de guitarra e a voz de Whitfield Crane. Aparentemente, seu gogó está intacto. Continua com o vocal potente e bem melódico. O mundo mudou e Uglier Than They Used To Be acompanhou essas mudanças. Resgataram alguns elementos do passado, mas estão com o pé no presente. Mesmo quem não morria de amores pelo conjunto californiano, vale dar uma checada no novo trabalho.

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Pesado

Faixas:
      01)   Hell Ain´t Hard To Find
      02)   Let The Record Play
      03)   Bad Seed
      04)   Mirror Of The Man
      05)   She´s Already Gone
      06)   Nothing Ever Changes
      07)   My Old Man (c/ Phil Campbell)
      08)   Under The Bottom (c/ Phil Campbell)
      09)   Ace of Spades (c/ Phil Campbell)
      10)   Enemy 
      11)   Papa Was a Rolling Stone (c/ Dallas Frasca)