Por Davi Pascale
Stairway to Hell marca o retorno do grupo Ugly Kid Joe. Depois de
16 anos longe dos holofotes, os californianos retornaram com trabalho pesado e
bem amarrado que deve satisfazer seus velhos fãs.
Ainda lembro quando comprei o
primeiro CD dos rapazes, o EP As Ugly As
They Wanna Be, no longínquo ano de 1991 lá nas Grandes Galerias. Ou como é
mais conhecida, Galeria do Rock. Tudo que tinha escutado até então era o hit “Everything
About You”, cujo clipe passava com bastante freqüência na recém inaugurada MTV
Brasil. O CD foi uma surpresa para mim. Esperava um trabalho bacaninha e me
deparei com um álbum extremamente impactante. Rodou um bom tempo no meu
mini-system. A empolgação se manteve com o sucessor, o ótimo America´s Least Wanted (1993), mas
tudo a começou a ir para água abaixo com Menace
to Sobriety.
1995 foi um ano estranho para o
hard rock. Parece que as bandas queriam se desligar do passado a todo custo. Bon
Jovi veio com um álbum baladeiro. Warrant mergulhou em uma vibe Alice In Chains
Wannabe. Skid Row e Ugly Kid Joe queriam soar mais pesados do que tudo, como se
precisasse demonstrar algo para alguém. Às vezes funcionava (Ultraphobic do Warrant é excelente), às
vezes falhavam miseravelmente. Embora o trabalho desse período seja o mais
pesado de sua carreira, a banda soava descaracterizada. Simplesmente não soavam
como Ugly Kid Joe. Perderam a alegria, aquele ar de festa que considerava tão
bacana.
Em Stairway to Hell algumas das velhas características estão de volta.
Os caras retornaram com o formato EP (mesmo formato de sua estréia), o
garotinho que costumava aparecer nas primeiras capas está de volta (embora com
um ar mais endiabrado) e Crane também está cantando no seu velho estilo.
Noticia que, para quem viveu o auge do grupo, é muito boa. Por incrível que
pareça, a formação que retornou não é a original, mas a de seu último álbum: o
razoável Motel California. Contando
mais uma vez com a presença de Shannon Larkin (Godsmack) nas baterias, o
material não apenas convence, como é seu melhor lançamento desde 1993.
Grupo retornou com trabalho curto, mas maduro |
São apenas 6 músicas. 4 delas bem
pesadas como é o caso da faixa de abertura, a excelente “Devil´s Paradise” cujo
trabalho vocal de Craine, em alguns momentos, me remeteu à Ozzy Osbourne. “I´m
Alright” e “You Make Me Sick” nos jogam de volta ao inicio do grupo, com pontes
e refrões bem pra cima, riffs simples, porém empolgantes. “Another Beer”
responsável por fechar o CD, é uma balada country, o que nos remete à “Record
Man” de America´s Least Wanted. “No
One Survives”, é aquele som que começa lento e depois dá uma crescida, me
remeteu um pouco ao último álbum do grupo. Ainda temos a divertida “Love Ain´t
True” que conta com a participação de Angelo Moore e Dirty Walt do Fishbone.
Em 2013, o EP retornou às lojas
em uma edição de luxo contando com 3 faixas acústicas (entre elas, o velho hit “Cats
In The Cradle”) e um DVD com uma apresentação ao vivo no Download Festival de
2012. Teve ainda uma edição em LP com a capa satirizando a clássica imagem de Highway to Hell (AC/DC). Quem curtiu os
rapazes na época, pode correr atrás que vale a pena.
Nota: 8,0/10,0
Status: Empolgante
Faixas:
01) Devil´s
Paradise
02) You
Make Me Sick
03) No
One Survives
04) I´m
Alright
05) Love
Ain´t True
06) Another
Beer
07)
Cats
In The Cradle Acustica (Versão CD 2013)
08)
Would
You Like To Be There Acustica (Versão CD 2013)
09) No
One Survives Acustica (Versão CD 2013)