Por Davi Pascale
Trio alemão chega ao seu terceiro
disco. Berlin apresenta ótimas
composições e traz arranjos inspirados nos anos 70. Ótimo trabalho que vale a
pena ser conferido.
Estamos vivendo uma retomada do
rock no cenário internacional. Nos últimos anos, tivemos várias bandas bem
interessantes surgindo com bons álbuns e demonstrando que os jovens ainda se
ligam, sim, no bom e velho rock n roll.
Bom... banda nova se inspirando
nos anos 70 já não é mais nenhuma novidade. Praticamente 80% ou mais da galera
que vem se destacando está voltando à essa época como referência. Algo bacana, contudo,
é que os grupos que vem dando o que falar, até agora, possuem personalidade.
Possuem uma característica única que os diferencia dos demais artistas de sua
geração, ainda que bebam na mesma fonte.
O som do Kadavar bebe no stoner e
no hard rock, mas não é uma banda tão pesada. Ao menos não em Berlin (já estou com o Abra Kadavar em mãos, mas ainda não
tive oportunidade de ouvir). As distorções são bem contidas. O lado mais
viajado, mais psicodélico, que grupos como o (ótimo) Blues Pills vêm apostando,
também aparece bem sutil. Para ser exato aparece com destaque somente na faixa
bônus, “Reich Der Träume”.
Formado por Christoph Lindemann
(guitarra, voz), Simon Bouteloup (baixo) e Christoph Bartelt (bateria), o som
do trio se destaca pelos ótimos riffs de Lindemann e pela bateria eficiente de
Bartelt. Ainda que não sejam uma banda porrada, os músicos possuem grande
paixão na execução das canções. O álbum transpira energia.
Faixas como “Last Living Dinosaur”,
“Pale Blue Eyes” e “Circles In My Mind” deixam escancarada a influencia de
Sabbath fase Ozzy. Mas eles não são um clone do grupo de Tony Iommi, não temos
aqui aquelas faixas arrastadas, sombrias, longas. A influencia em questão vocês
sentirão nas construções de alguns riffs.
O trabalho vocal é bacana, bem
resolvido, mas extremamente contido. Christoph não possui o alcance que
vocalistas como Cormac Neeson (The Answer), Elin Larsson (Blues Pills) ou Lzzy
Hale (Halestorm) possuem. Ele canta naquela onda meio Nicke Andersson
(Hellacopters).
Aliás, o som da banda em diversos
momentos me lembrou o Hellacopters. Aquela ideia de resgatar a sonoridade 70´s
de maneira mais crua, em faixas curtas, diretas. Trazendo um 'q' de MC5 e Stooges para seu som. Se tivesse que defini-los, em
poucas palavras, seria exatamente um cruzamento entre Sabbath e Hellacopters.
As faixas são ótimas, o CD é bem
consistente e se torna audição obrigatória entre quem busca novas bandas no
universo do rock. Faixas de
destaque: “Lords of Illusion”, “Filthy Illsuion”, “Pale Blue Eyes”, “Spanish
Wild Rose” e “Into The Night”. Vá de olhos fechados!
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Sonoridade retro e enérgica
Faixas:
01)
Lord Of The Sky
02)
Last Living Dinosaur
03)
Thousand Miles Away From Home
04)
Filthy Illusion
05)
Pale Blue Eyes
06)
Stole Dreams
07)
The Old Man
08)
Spanish Wild Rose
09) Set The World With Your Own Eyes
10) Circles In My Mind
11) Into The Night
12) Reich Der Träume (Bonus)