quinta-feira, 25 de agosto de 2016

Kadavar – Berlin (2015):



Por Davi Pascale

Trio alemão chega ao seu terceiro disco. Berlin apresenta ótimas composições e traz arranjos inspirados nos anos 70. Ótimo trabalho que vale a pena ser conferido.

Estamos vivendo uma retomada do rock no cenário internacional. Nos últimos anos, tivemos várias bandas bem interessantes surgindo com bons álbuns e demonstrando que os jovens ainda se ligam, sim, no bom e velho rock n roll. 

Bom... banda nova se inspirando nos anos 70 já não é mais nenhuma novidade. Praticamente 80% ou mais da galera que vem se destacando está voltando à essa época como referência. Algo bacana, contudo, é que os grupos que vem dando o que falar, até agora, possuem personalidade. Possuem uma característica única que os diferencia dos demais artistas de sua geração, ainda que bebam na mesma fonte.

O som do Kadavar bebe no stoner e no hard rock, mas não é uma banda tão pesada. Ao menos não em Berlin (já estou com o Abra Kadavar em mãos, mas ainda não tive oportunidade de ouvir). As distorções são bem contidas. O lado mais viajado, mais psicodélico, que grupos como o (ótimo) Blues Pills vêm apostando, também aparece bem sutil. Para ser exato aparece com destaque somente na faixa bônus, “Reich Der Träume”.

Formado por Christoph Lindemann (guitarra, voz), Simon Bouteloup (baixo) e Christoph Bartelt (bateria), o som do trio se destaca pelos ótimos riffs de Lindemann e pela bateria eficiente de Bartelt. Ainda que não sejam uma banda porrada, os músicos possuem grande paixão na execução das canções. O álbum transpira energia.

Faixas como “Last Living Dinosaur”, “Pale Blue Eyes” e “Circles In My Mind” deixam escancarada a influencia de Sabbath fase Ozzy. Mas eles não são um clone do grupo de Tony Iommi, não temos aqui aquelas faixas arrastadas, sombrias, longas. A influencia em questão vocês sentirão nas construções de alguns riffs.

O trabalho vocal é bacana, bem resolvido, mas extremamente contido. Christoph não possui o alcance que vocalistas como Cormac Neeson (The Answer), Elin Larsson (Blues Pills) ou Lzzy Hale (Halestorm) possuem. Ele canta naquela onda meio Nicke Andersson (Hellacopters).

Aliás, o som da banda em diversos momentos me lembrou o Hellacopters. Aquela ideia de resgatar a sonoridade 70´s de maneira mais crua, em faixas curtas, diretas. Trazendo um 'q' de MC5 e Stooges para seu som. Se tivesse que defini-los, em poucas palavras, seria exatamente um cruzamento entre Sabbath e Hellacopters.

As faixas são ótimas, o CD é bem consistente e se torna audição obrigatória entre quem busca novas bandas no universo do rock. Faixas de destaque: “Lords of Illusion”, “Filthy Illsuion”, “Pale Blue Eyes”, “Spanish Wild Rose” e “Into The Night”. Vá de olhos fechados!

Nota: 8,0 / 10,0
Status: Sonoridade retro e enérgica

Faixas:
      01)   Lord Of The Sky
      02)   Last Living Dinosaur
      03)   Thousand Miles Away From Home
      04)   Filthy Illusion
      05)   Pale Blue Eyes
      06)   Stole Dreams
      07)   The Old Man
      08)   Spanish Wild Rose
      09)   Set The World With Your Own Eyes 
      10)   Circles In My Mind
      11)   Into The Night

      12)   Reich Der Träume (Bonus)