sábado, 5 de abril de 2014

20 anos sem Kurt Cobain



Por Rafael Menegueti

Foi em um dia 5 de abril como esse, há 20 anos, que Kurt Cobain colocou um ponto final em sua historia. Uma historia repleta de reviravoltas, emoções e muito rock. Kurt viveu intensamente e nos deixou da mesma maneira. Seu suicídio foi um dos momentos mais chocantes da historia da cultura pop, e sua imagem de um músico melancólico, problemático e ao mesmo tempo genial ficou eternizada após esse fato.

Kurt, no entanto, não queria ser exemplo pra ninguém. Ele sempre deixou isso bem claro. De fato, Kurt nunca foi o melhor exemplo de um ídolo para ser imitado. Ele era cheio de defeitos, e errava muito. Seu maior erro foi o cometido há exatos vinte anos. Mas é exatamente aí que reside seu diferencial. Kurt sempre foi um exemplo HUMANO. Uma pessoa suscetível a acertos e erros. O jovem de Aberdeen tinha um potencial incrível para demonstrar suas emoções em suas músicas, mas um péssimo controle sobre essas emoções em sua vida, algo intensificado pelo seu vicio em drogas.

A obra que Kurt Cobain deixou, não é apenas um registro de músicas inspiradas em dilemas pessoais, mas um retrato de como esse mundo pode ser cruel e implacável com pessoas que tem propensão a não se encaixarem. O sucesso que o Nirvana conseguiu rapidamente reside exatamente nisso: a identificação que um grande número de pessoas, que assim como Kurt se sentiam fora de lugar, não pertencendo ao universo que habitavam, teve com as emoções expressadas por Kurt em sua música.

Movimento grunge perdeu a força com a morte de Kurt

 Kurt conquistou assim um enorme número de seguidores, mas não era isso que ele queria. Talvez por não se sentir bom o suficiente para isso, o peso dessa fama foi grande demais para ele. Ele tinha razão em não querer ser o ídolo de uma geração. Ele não era uma pessoa perfeita. Mas quem é? Quem tem controle sobre isso? Como evitar algo tão inevitável para uma pessoa com a criatividade e simplicidade dele?

Após sua morte, o Nirvana acabou. O grunge perdeu força. E a música passou por enormes mudanças. Mas sua imagem permaneceu a mesma. Um rapaz franzino, introspectivo, simples e problemático, mas genial, inteligente e capaz de expor seu universo através de sua arte e tocar multidões. Kurt foi apenas um exemplo de uma pessoa que teve sua genialidade interrompida por seus próprios erros, defeitos e dificuldade do mundo em lidar com alguém como ele. Mas quantos outros “Kurts” não existem por aí?


Uma coisa que eu aprendi ao conhecer a figura e a historia de Kurt Cobain, foi que não existe o ídolo perfeito. Devemos aprender com seus erros e acertos, com seus defeitos e virtudes. Devemos usar seu exemplo não como um modelo de vida, mas como um guia para nos desviar daquilo que pode nos destruir e abraçar as coisas que realmente nos façam ser maiores e melhores. Esse deve ser o legado de Kurt. E que ele continue a nos ensinar por muitos anos mais.