Por Rafael Menegueti
Foi em um dia 5 de
abril como esse, há 20 anos, que Kurt Cobain colocou um ponto final em sua
historia. Uma historia repleta de reviravoltas, emoções e muito rock. Kurt
viveu intensamente e nos deixou da mesma maneira. Seu suicídio foi um dos
momentos mais chocantes da historia da cultura pop, e sua imagem de um músico
melancólico, problemático e ao mesmo tempo genial ficou eternizada após esse
fato.
Kurt, no entanto, não
queria ser exemplo pra ninguém. Ele sempre deixou isso bem claro. De fato, Kurt
nunca foi o melhor exemplo de um ídolo para ser imitado. Ele era cheio de
defeitos, e errava muito. Seu maior erro foi o cometido há exatos vinte anos.
Mas é exatamente aí que reside seu diferencial. Kurt sempre foi um exemplo
HUMANO. Uma pessoa suscetível a acertos e erros. O jovem de Aberdeen tinha um
potencial incrível para demonstrar suas emoções em suas músicas, mas um péssimo
controle sobre essas emoções em sua vida, algo intensificado pelo seu vicio em
drogas.
A obra que Kurt Cobain
deixou, não é apenas um registro de músicas inspiradas em dilemas pessoais, mas
um retrato de como esse mundo pode ser cruel e implacável com pessoas que tem
propensão a não se encaixarem. O sucesso que o Nirvana conseguiu rapidamente
reside exatamente nisso: a identificação que um grande número de pessoas, que
assim como Kurt se sentiam fora de lugar, não pertencendo ao universo que
habitavam, teve com as emoções expressadas por Kurt em sua música.
Movimento grunge perdeu a força com a morte de Kurt |
Após sua morte, o
Nirvana acabou. O grunge perdeu força. E a música passou por enormes mudanças.
Mas sua imagem permaneceu a mesma. Um rapaz franzino, introspectivo, simples e
problemático, mas genial, inteligente e capaz de expor seu universo através de
sua arte e tocar multidões. Kurt foi apenas um exemplo de uma pessoa que teve
sua genialidade interrompida por seus próprios erros, defeitos e dificuldade do
mundo em lidar com alguém como ele. Mas quantos outros “Kurts” não existem por
aí?
Uma coisa que eu
aprendi ao conhecer a figura e a historia de Kurt Cobain, foi que não existe o
ídolo perfeito. Devemos aprender com seus erros e acertos, com seus defeitos e
virtudes. Devemos usar seu exemplo não como um modelo de vida, mas como um guia
para nos desviar daquilo que pode nos destruir e abraçar as coisas que
realmente nos façam ser maiores e melhores. Esse deve ser o legado de Kurt. E
que ele continue a nos ensinar por muitos anos mais.
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