domingo, 21 de fevereiro de 2016

Discografia Comentada: Sonata Arctica

Por Rafael Menegueti

Sonata Arctica: Novo álbum em breve
Recentemente houve a confirmação oficial de que os finlandeses do Sonata Arctica estão trabalhando em um novo álbum. O lançamento do que deve ser o nono trabalho de estúdio da banda deve ocorrer em algum momento no segundo semestre, mas para aquecer e aguentar a espera, irei comentar a discografia dos caras no post de hoje.

Por conta da extensa lista de lançamentos que a banda possui, deixarei de lado EPs, álbuns ao vivo, coletâneas e afins. Mas, apenas pra deixar registrado, a banda lançou três EPs (Sucessor, Orientaton e Takatalvi), três álbuns ao vivo, sendo dois deles em CD e DVD (For the Sake of Revenge e Live In Finland), e um apenas em CD (Songs of Silence – Live In Tokyo). A banda também lançou duas coletâneas oficiais (The End of This Chapter e The Collection) e uma regravação do álbum de estreia, Ecliptica.

Ecliptica (1999)


O álbum de estreia da banda foi lançado em 1999, e nele a banda ainda era um quarteto. Tony Kakko acumulava as funções de vocalista e tecladista, e suas composições tinham uma proposta bem direta. Estruturas típicas do power metal e sem enrolações, Ecliptica segue sendo um dos álbuns favoritos de muitos fãs, pois possui algumas das faixas mais marcantes da banda. Este foi o único álbum com o baixista Janne Kivilahti. Destaques: Fullmoon, Replica, Letter to Dana.


Silence (2001)


O sucesso que a banda teve em seu disco de estreia se repetiu com Silence. A banda dessa vez procurou trazer novos elementos às canções. Entre faixas com andamento mais suave e outras mais velozes e pesadas, o disco agradou pelas temáticas das letras e por mostrar uma banda mais empenhada em fazer um som único dentro de seu estilo. Foi o primeiro álbum com Marko Paasikoski no baixo (ele chegou a ser um segundo guitarrista bem no início da banda) e o único com o tecladista Mikko Härkin. Destaques: Black Sheep, Sing In Silence, Tallulah e Wolf & Raven.


Winterheart’s Guild (2003)


Em seu terceiro disco, a banda deu mais ênfase a velocidade e peso. Winterheart’s Guild é um pouco mais melódico que seus antecessores, e investe bastante em refrães cativantes e memoráveis. Nesse disco é possível notar muita evolução na capacidade da banda em criar riffs e também nos solos de guitarra de Jani Liimatainen, cada vez mais bem elaborados. Algumas músicas também mostram elementos progressivos bem melhores do que em tentativas anteriores. O tecladista Jens Johansson (Stratovarius, Cain’s Offering) contribuiu com os solos de teclado de algumas das faixas. Tony Kakko voltou a ficar encarregado dos teclados no resto. Destaques: The Cage, Gravenimage, Broken, Victoria’s Secret.


Reckoning Night (2004)


Pouco mais de um ano e meio depois, o grupo lançou Reckoning Night, seu quarto disco. Nele, a banda deu ainda mais asas a sua criatividade, explorando elementos cada vez mais progressivos e letras muito envolventes. Nesse disco, as guitarras de Jani estão mais agressivas e as músicas ainda mais atmosféricas. Esse disco traz algumas das melhores composições da banda e ainda mostra uma abertura maior nas influências que o Sonata usa em sua sonoridade. Nesse disco o tecladista Henrik Klingenberg faz sua estreia com a banda em estúdio. Destaques: Don’t Say A Word, Wildfire e White Pearl, Black Oceans…


Unia (2007)


Esse é talvez o disco mais controverso da banda. Ele divide opiniões entre os fãs de maneira extrema. Há quem ame o disco, há quem odeie. O fato é que Unia é o disco onde a banda teve uma abordagem mais experimental, e fugiu um pouco das estruturas que eram características da banda. Isso não agradou os fãs mais antigos, que preferiam a velha formula power metal habitual. Pois bem, a banda mudaria ainda mais dali pra frente. O maior marco desse disco talvez seja o fato de ser o último com o guitarrista original Jani Liimatainen. Destaques: In Black and White, Paid In Full, It Won’t Fade, Caleb, The Vice.


The Days of Grays (2009)


A grande mudança que The Days of Grays traria não ficou apenas na entrada do guitarrista Elias Viljanen. O disco também trouxe pela primeira vez arranjos sinfônicos nas músicas do Sonata Arctica, e a banda abraçou de vez o aspecto progressivo em suas composições. Cada vez mais melódico e apostando uma sonoridade cada vez mais radiofônica, esse disco comprova que a banda buscou evoluir e se distanciar da estrutura convencional que o power metal que eles apresentavam possuía. Com essa sonoridade mais ampla, a banda garantiu ainda mais riqueza ao seu som, mesmo que isso significasse encarar certa desaprovação de alguns fãs mais conservadores. Nesse álbum a cantora Johanna Kurkela fez uma participação especial em duas faixas, sendo a única vez que isso aconteceu em um álbum da banda (exceção de backing vocals). Destaques: Deathaura,The Last Amazing Grays, Juliet, No Dream Can Heal A Broken Heart.


Stones Grow Her Name (2012)


Após a grande evolução apresentada em The Days of Grays, a banda buscou trazer ainda mais elementos novos em seu novo álbum, mesmo que isso significasse fugir completamente daquilo que se estava acostumado. Stones Grow Her Name tem influências no hard rock, metal clássico e outros estilos, e rompeu com algumas das referências que a banda trazia sempre consigo, como as metáforas com lobos, por exemplo. O resultado, embora não tenha ficado ruim, foi algo bem diferente daquilo que se poderia imaginar. Nesse disco o baixista Marko fez sua despedida em estúdio, pois sairia da banda no ano seguinte. Destaques: Only The Broken Hearts (Make You Beautiful), Losing My Insanity, Alone In Heaven e I Have A Right.


Pariah’s Child (2014)



Depois de tanta experimentação, o Sonata Arctica buscou trazer um pouco da velha fórmula de volta. Para provar isso, até o velho logotipo da banda foi resgatado, alem das referências a lobos, e o grupo fez de Pariah’s Child um disco onde vários elementos tradicionais se refaziam. Claro que não foi uma volta as origens especificamente, mas é possível perceber a antiga alma da banda entre as composições. Depois de quase 15 anos do lançamento do debut, seria demais esperar que a banda tivesse folego para mais faixas velozes e alucinantes, mas nesse disco a banda ainda dá uma prova de que sabe fazer power metal competente e com temáticas incríveis. O disco marcou a estreia de Pasi Kauppinen no baixo. Destaques: The Wolves Die Young, Blood, Half A Marathon Man, X Marks the Spot e Larger Than Life.