Por Davi Pascale
Álbum solo de Ron Keel empolga ao
mesclar hard rock com country. Contando com ótimo trabalho vocal e repleto de
excelentes riffs, disco tem de tudo para agradar aos fãs do cantor.
Ron Keel tem uma lista extensa de
contribuições. Seus projetos mais famosos são o cultuado Steeler (que teve em
sua formação músicos renomados como Yngwie Malmsteen e Axel Rudi Pell), Iron
Horse e a banda que levava seu nome, Keel, a mais famosa delas. O rapaz nunca
foi um gigante do rock. Nunca atingiu um status de um Guns n´ Roses ou de um
Van Halen, mas certamente quem curte esse tipo de som, já ouviu falar dele uma
vez na vida. Conseguiu emplacar algumas músicas nas rádios como “Rock n Roll
Animal” e “The Right to Rock”, isso lá pelos anos 80, nos Estados Unidos. No
Brasil, nunca foi muuuuito forte.
O rapaz é mais um dos ídolos do
rock que tem uma aproximação com o country. Nessa cena oitentista, essa
admiração é mais comum do que se imagina. Músicos como Jon Bon Jovi (Bon Jovi)
e Bret Michaels (Poison) nunca esconderam serem fãs do gênero e até arriscaram
gravar algumas coisas nesse universo. Dentro do heavy metal, temos o Rebel
Meets Rebel, que nada mais era do que o Pantera sem o Phil Anselmo, junto com o
cantor country David Allan Coe. A ideia era justamente mesclar heavy metal com
o country, que é o que o título do CD propões.
Aqui, para ser mais exato, Ron
mescla o hard rock com a country music. Seria meio que um amadurecimento do
trabalho que realizava com o Iron Horse. Lá, a idéia já era essa, mas achei a
equação aqui melhor resolvida. Por ser um trabalho solo, não temos uma banda
fixa. Vários músicos participaram da gravação. Entre eles; Frank Hannon (Tesla),
Mike Vanderhule (Y&T) e Gene Arco (Keel).
Musico aposta em feliz mistura entre hard rock e country music |
Temos aqui, guitarras distorcidas
repletas de slide, bateria direta e sólida, a voz forte com sotaque meio
caipira de Ron. Sim, o cara continua mandando bem. “Long Gone Bad”, responsável
por abrir o disco, conta com um criativo trabalho de guitarra e ótima linha
vocal. Certamente, uma das melhores do disco. Outro grande destaque é “What
Would Skynyrd Do?”, com clara referência ao lendário Lynyrd Skynyrd. Não apenas
no título, mas também na construção do refrão, nos backing vocals e no riff de
guitarra. Outros grandes destaques ficam por conta da roqueira “The Last Ride”
e da regravação de “Evil, Wicked, Mean & Nasty”. O clássico do Keel ganhou
um arranjo mais cadenciado, com um vocal menos gritado e a inclusão de uma
gaita. Ficou espetacular!
O rapaz nos entrega ainda duas
(boas) baladas: “The Cowboy Road” e “Just Like Tennessee”. Essa última, com os
violões falando alto, teria se tornado um hit se tivesse sido gravado na década
de 80. Corria altos riscos de entrar na trilha de algum filme ou até mesmo de
algum comercial de cigarro da época. Sem exagero! As músicas que contam com
participações especiais são as que falam mais diretamente com o universo
country, colocando-o à frente do rock n roll, inclusive. A mais bacana é “Singers,
Hookers & Thieves” que conta com o (ótimo) vocalista Paul Shortino (Rough
Cutt, Quiet Riot). O dueto ficou fantástico e a música é deliciosa.
Metal Cowboy mistura na dose certa os dois gêneros. A qualidade de
gravação poderia ser um pouquinho melhor, é verdade, mas a qualidade das
composições compensa. Sem contar que os músicos que estão por trás do projeto
são ótimos. Se você curte southern rock ou é fã do cantor, vá sem medo!
Nota: 9,0 / 10,0
Status: Empolgante
Faixas:
01)
Long Gone Bad
02)
Wild Forever
03)
My Bad
04)
What Would Skynyrd Do?
05)
Just Like Tennessee
06)
The Last Ride
07)
When Love Goes Down
08)
Singers, Hookers & Thieves (c/ Paul
Shortino)
09)
Evil Wicked Mean & Nasty
10)
The Cowboy Road
11)
3 Chord Drinkin´ Song
12)
My Bad (Radio Version)
13)
Just Like Tennessee (Unplugged)
14)
Singers, Hookers & Thieves (Solo Acoustic
Version)