Por Davi Pascale
Joe Holmes. Nome que não é muito
lembrado, mas mereceria ser. Foi ele quem acompanhou Ozzy Osbourne quando esse
fez sua apresentação no Monsters of Rock
1995 aqui no Brasil. Pois bem, o cara reapareceu com nova banda, novo álbum e o
fez em grande estilo.
Farmikos, na realidade, é uma
dupla. O já citado Joe Holmes nas guitarras e o vocalista Robbie Locke (Laid
Law). Os demais instrumentos ficam a cargo de músicos convidados. Robert
Trujillo (Metallica) ficou responsável pelo baixo, enquanto a bateria ficou a
cargo de Brooks Wackerman (Avenged Sevenfold) e Ken Schalk (Candiria). O disco
ainda conta com a participação do guitarrista Brent Hoffort na faixa “King of
Dust” e do cantor Benji Webbe (Skindred) em “Fragile”.
Na época, muitos se frustraram
com o visual do guitarrista. Lembro de ter assistido ao show pela televisão e
ter reparado que o cara subiu no palco com um visual meio grunge, o que fez com
que muitos torcessem o nariz de imediato. Recordo que o madman resolveu apostar
suas fichas nele depois de ter descoberto que o garoto havia sido aluno de
Randy Rhoads. Pois são exatamente essas as influencias que vocês encontrarão
aqui. Um mix de Alice In Chains, Soundgarden e Ozzy Osbourne.
Ozzy sempre foi teve um faro
incrível para escolher guitarristas. Não me lembro de nenhum cara ruim que
tenha trabalhado com ele. E Joe Holmes não é exceção. Antes de dividir os
palcos com o madman na tour de Ozzmosis,
o rapaz havia substituído Jason Becker na banda de David Lee Roth. Tarefa para
poucos. Infelizmente, não fez nenhum registro ao lado do vocal do Sabbath. Gravou apenas “Walk On Water”, faixa
da trilha sonora Beavis and Butt-Head Do
America. E, de boa. O cara está, simplesmente, endiabrado. Criou ótimos riffs, excelentes solos. Mesmo!
Guitarrista reaparece em novo projeto e surpreende |
A influência de grunge aparece,
principalmente, nos vocais de Robbie. Em vários momentos ele lembra o Chris
Cornell (Soundgarden), principalmente quando ataca os vocais para cima. Algumas
linhas vocais também vão em uma onda meio Alice In Chains. Caso de “The Sound
of My Gun”. O álbum tem uma veia 90´s.
Em muitos momentos, lembra a sonoridade clássica do Soundgarden. Pesado. Às vezes,
sombrio, arrastado com uma influência Sabbath (que o grupo de Chris Cornell
também carregava). Às vezes, mais direto, mais agressivo.
O trabalho de guitarra vai bem na
onda dos trabalhos do Ozzy. Guitarra suja, com afinação baixa. Riffs, às vezes
lentos e melódicos, outras, mais rápidas com uma influência de hard rock. Os
solos quase sempre velozes. A influência de Randy Rhoads é sentida em diversos
momentos. Um bom exemplo é o trabalho de guitarra em “Am I One”. Benji Webbe
traz um ar meio Coal Chamber, meio Korn à “Fragile”. Ficou interessante, gosto de ambos os grupos (mais do Korn), mas a música teria funcionado melhor sem ele.
Farmikos é um álbum bem consistente.
Os músicos mantém o nível das composições do início ao fim. Fica até difícil
destacar um som. Sem brincadeira, um dos melhores trabalhos que ouvi nos
últimos anos. Agradabilíssima
surpresa. Vale a pena conferir.
Nota: 9,0 /
10,0
Status:
Empolgante
Faixas:
01) Scapegoat
02) Am I One
03) King Of Dust
04) Spoon and Sun
05) Fragile
06)
The
Sound of My Gun
07)
Ascension
08)
I Was Them
09)
Exit Stencils
10) Facing East
10) Facing East