Por Davi Pascale
Misturando velhos elementos com uma pegada moderna, o
vocalista/guitarrista Michael Sweet lança trabalho inspirado. Disco resgata um
pouco da sonoridade do Stryper, mas não deixa de lado a liberdade artística que
conquistou em sua carreira solo.
Michael Sweet parece empolgado nessa nova fase. Em menos de um
ano, já soltou um álbum com o Stryper, lançou um livro, soltou esse disco solo
e já está preparando mais um DVD de sua banda e um CD em parceria
com o músico George Lynch. E ele nunca foi de ficar lançando disco atrás de
disco como faz um Glenn Hughes ou um Joe Bonamassa da vida. Especialmente em
sua carreira solo, seus trabalhos sempre tiveram uma distância. Feliz de vê-lo
assim nessa retomada.
Ao menos 4 faixas desse novo trabalho poderiam estar em um disco de sua
banda principal que seus fãs não reclamariam. “Unsuspecting” poderia estar em
um álbum como Soldiers Under Command,
enquanto “All That´s Left (For Me To Prove)” poderia facilmente constar em In God We Trust. “Anybody
Else” e “Taking On The World” também poderiam fazer parte do repertório do grupo
californiano. Aliás, em algumas dessas canções, Michael traz seus famosos
agudos de volta. Marco de sua fase inicial.
Seria um erro, contudo, classificar I´m
Not Your Sacrifice como um trabalho que segue a linha do Stryper, mesmo que
conte com a participação de Robert Sweet e Timothy Gaines na bonita balada “How
to Live”. Pelo contrário, Sweet sempre aproveitou essas oportunidades para
explorar sonoridades que não conseguiria experimentar com seu grupo principal.
Seus discos sempre trazem alguma novidade. “The Cause”, “Miles Away” e a
faixa-título apontam para um hard rock mais moderno com vozes e guitarras cheias de efeito.
Disco conta com regravação de Neil Young e participações de músicos do Stryper |
Na última terça, Michael postou na sua página oficial do Facebook, que
embora ame heavy metal, também ama artistas como Carpenters, Bread, Tony
Bennett, John Denver, Keane... Não precisava nem postar. Quem acompanha sua
carreira de perto, sempre soube que admirava alguns artistas mais calmos também.
Esse seu lado mais soft já apareceu em diversos momentos de sua carreira, mais
nitidamente em seus dois primeiros discos solo: Michael Sweet e Real.
Aqui, homenageia um dos seus ídolos não-metálicos. Neil Young é lembrado na
regravação de "Heart of Gold”. Foram gravadas duas versões dessa faixa. Uma é um dueto
com Electa Mustaine, filha de Dave Mustaine, líder do Megadeth.
Outro problema que vários headbangers possuem, e que o cantor nunca teve,
é admitir uma aproximação com as baladas. O cara já gravou várias em sua
carreira. E aqui, obviamente, não seria diferente. “Coming Home” é aquela
balada guiada pelo violão, assim como aconteciam com as faixas do seu disco de
1995. “Strong”, por outro lado, embora tenha uma forte presença de violões, já
possui uma outra abordagem com as guitarras crescendo com volume no refrão. Vale destacar ainda a orquestrada “This Time”.
Fora as já citadas aparições de Electra, Timothy e Robert, o disco conta
ainda com as participações especiais de Kevin Max (do grupo cristão Talk),
Chris Jericho (Fozzy), Doug Aldrich (Whitesnake), além da presença de outro
grande cantor de sua geração, Tony Harnell (TNT). Sem dúvidas, um grande trabalho de um grande
vocalista.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Excelente
Faixas:
01)
Taking On The World - featuring
Tony Harnell
02)
All That´s Left (For Me to
Prove)
03)
The Cause
04)
This Time – featuring Kevin Max
05)
I´m Not Your Suicide
06)
Coming Home
07)
Miles Away
08)
Strong
09)
How to Live – featuring Timothy
Gaines & Robert Sweet
10)
Heart of Gold
11)
Anybody Else – featuring Chris
Jericho & Doug Aldrich
12)
Unsuspecting
13)
Heart of Gold – featuring Electra
Mustaine (Bonus)