Por Rafael Menegueti
Lyriel - 10 |
Os alemães do Lyriel completam em 2015 dez anos do
lançamento de seu primeiro disco, “Prisonworld”. O som da banda evoluiu muito
de lá pra cá. Embora eles sempre tivessem capacidade de lançar músicas
interessantes, foi apenas em seus dois últimos trabalhos (“Leverage”, de 2012,
e “Skin and Bones”, de 2014) que eles atingiram um nível realmente de excelência.
O som que hoje é mais próximo do metal sinfônico com elementos de hard rock
antes era mais voltado ao folk metal. E é exatamente essa fase que a banda
exalta com seu EP “10”, que também acabou sendo o último lançamento com o
guitarrista fundador da banda Oliver Thierjung como membro fixo. Ele
recentemente anunciou que seguirá apenas como compositor e músico de estúdio.
A banda fez uma escolha simples para comemorar seus 10 anos
na estrada. Escolheram 3 faixas de cada um de seus dois primeiros álbuns, “Prisonworld”
(2005) e “Autumntales” (2006), que marcam essa fase inicial do grupo, e as
regravaram buscando manter a essência das músicas, mas acrescentando um pouco
de sua direção atual. A banda, no entanto, ignorou seus três álbuns seguintes, “Paranoid
Circus” (2009) e os já citados “Leverage”
e “Skin and Bones”, até porque eles são mais recentes e já trazem a evolução
que a banda apresentou ao longo dos anos. Portanto, não faria sentido incluí-las
nesse momento.
A faixa escolhida para abrir o EP foi “Surrender In Dance”,
do segundo disco. Uma boa escolha, já que é uma das melhores e mais envolventes
faixas do disco. A banda fez uma execução mais consistente e com um som mais
encorpado. Em seguida veio “Prisonworld”, faixa-título do disco de estreia. Como
vem ocorrendo nos últimos discos, a banda deixou de lado os arranjos de piano
que fazem parte da versão original e preferiu dar uma sonoridade mais pesada a
canção. “Lind E-Huil”, faixa cantada em língua élfica também teve os arranjos
de piano omitidos, priorizando os arranjos de cordas, as guitarras e o
dedilhado de violão das partes mais suaves da semi-balada. “Regen” já é uma
faixa mais animada também tirada do segundo disco, e com letra em alemão.
A faixa do primeiro disco “Crown of the Twilight” é a que
ficou mais diferente da versão original, até porque nela os pianos tinham um
papel importante nos arranjos. O que poderia ter prejudicado a faixa foi superado
pela criatividade da banda, que conseguiu recriar os arranjos sem o uso do
piano deixando ela tão interessante quanto a original. Encerrando a sequencia
de clássicos da banda está “Wild Birds”, uma ótima faixa, bem folk metal, e que
resume bem a sonoridade do grupo, com linhas de guitarras bem elaboradas e boa
interação com o violino e o violoncelo que trazem o folk à canção. Para encerrar
o EP a banda incluiu uma faixa inédita, “The Sailor”, que soa como uma mistura
dos elementos de todas as fases da banda.
As atuações dos músicos são bem consistentes. Os vocais de
Jessica Thierjung sempre fazem bonito, assim como as guitarras que imprimem
peso e melodia na hora certa. A dupla de irmãos Joon e Linda Laukamp segue
dando uma sonoridade única ao som do grupo com sua entrosada união de violino e
violoncelo, respectivamente. E a bateria é precisa e sem rodeios. O Lyriel
continua mostrando que é formada por excelentes músicos e, com esse EP, prova
que sabe acompanhar sua própria evolução com lucidez e sem deixar de lado todos
os bons elementos de sua sonoridade. Mais um ótimo lançamento dessa boa e ainda
desconhecida banda alemã.
Nota 9/10
Status: Competente
Faixas:
1. Surrender in Dance
2. Prisonworld
3. Lind E-Huil
4. Regen
5. Crown of the Twilight
6. Wild Birds
7. The Sailor