quinta-feira, 20 de abril de 2017

Vinnie Vincent – Euphoria (1996):



Por Davi Pascale

Em 1996, Vinnie Vincent lançou um EP que hoje é disputado à tapas entre seus fãs. Existem duas prensagens desse disco. Uma com o nome de The EP. E outra com o nome de Euphoria. O material é o mesmo. O CD era vendido apenas por correio e servia como um aperitivo do álbum que estava por vir, o nunca lançado Guitarmageddon.

Parece incrível que já se passaram 21 anos desse lançamento. Lembro que na época tentei comprar o CD, que inclusive vinha autografado pelo musico, e não consegui. O numero de telefone do anuncio nunca atendia. Coisas de Vinnie Vincent. Quem conhece sua história, sabe o quão enrolado esse cara é...

Musicalmente, segue a mesma cartilha de seus dois álbuns lançados pelo Vinnie Vincent Invasion. Mesmo tipo de som. E, inclusive, com o vocal original. As vozes desse EP foram gravadas pelo ex-Journey, Robert Fleischman. O mesmo cara que gravou o debut de 1986. Os solos de guitarra também seguem a mesma logica. Ou seja, os famosos shredders, ou seja, aqueles solos extremamente técnicos e velozes.

Embora seja uma pessoa extremamente complicada e egocêntrica, Vincent é muito respeitado por sua musicalidade. Não apenas por sua técnica, mas também pelo lado de compositor. Quem conhece a história do Kiss, sabe que ele teve participação direta na criação de quase todo o repertório do álbum Lick It Up (1983).

Aqui no disco ficou responsável pela produção do disco, pelas gravações de todas as guitarras e também da linha de baixo. No encarte, vinha a citação de V Meister como baterista. Na verdade, é uma piada. Esse é um termo designado para se referir à bateria eletrônica. E é exatamente isso o que encontramos aqui. A bateria é toda programada. O que é uma pena. Com um baterista de verdade, esse material ficaria ainda mais destruidor. Daria mais peso.

“Euphoria” segue a linha de “Ashes to Ashes” (All Systems Go) e é um dos grandes destaques do disco. Aqui, já ficava nítido que Flesichman havia realizado um trabalho tão bom quanto no álbum de estreia. Atacando a voz lá para cima o tempo todo. Haja fôlego! “Wild Child” também é extremamente empolgante. “Get The Led Out” merecia uma atenção maior no arranjo da bateria. Achei que a batida escolhida soou embolada nos versos. “Full Shreddd” é a típica canção de metal oitentista (embora o disco tenha sido lançado nos anos 90, a sonoridade da década anterior foi mantida) começando com uma introdução lenta e crescendo depois.

Não há previsão para que o álbum completo chegue às lojas, o que é uma pena. As musicas apresentadas aqui demonstravam que o material seria tão forte quanto os discos anteriores. Também não há nenhuma previsão para que Vinnie retorne à estrada. O que também é uma pena. Embora seja uma pessoa difícil de lidar, o garoto é talentoso. A última informação que tive é de que Vincent estaria vivendo em Nova Iorque, em um bairro afastado, e se escondendo de tudo e todos. Espero que, em algum momento, o rapaz coloque sua cabecinha no lugar, reformule sua banda e nos brinde com mais alguns ótimos álbuns de heavy metal. Vinnie Vincent, estamos esperando seu retorno.

Nota: 9,0 / 10,0
Status: Excelente

Faixas:
      01)   Euphoria
      02)   Get The Led Out
      03)   Wild Child
      04)   Full Shredd