quarta-feira, 1 de junho de 2016

Last In Line – Heavy Crown (2016):



Por Davi Pascale

Last In Line nada mais é do que a primeira formação de Dio sem o falecido vocalista. Aliás, a ideia era justamente homenagear o cantor. Quando Vivian Campbell, Vinny Appice, Jimmy Bain e Claude Schnell caíram na estrada em 2013, a ideia era reviver o repertório que gravaram ao lado do baixinho. Ou seja, faixas da época de Holy Diver, The Last In Line e Sacred Heart. Em 2014 começaram a gravar seu primeiro álbum de inéditas, justamente esse que comentamos hoje.

O futuro dos rapazes é incerto. Infelizmente, Jimmy Bain faleceu no início do ano, vítima de câncer. Não conseguiu, sequer, ver esse disco sendo lançado. Os músicos caíram na estrada para divulgar o álbum ao lado de Phil Soussan. O responsável pelo baixo de The Ultimate Sin (Ozzy Osbourne). Mas não se sabe se a decisão é temporária ou definitiva. Também tem o problema de Vivian Campbell com um câncer que vai e volta. A situação é extremamente delicada.

Aliás, o guitarrista é um dos grandes destaques desse álbum. Já tinha anos e anos que o rapaz não fazia um som sujo desse, mas seu trabalho é irrepreensível. Excelentes riffs, excelentes solos. Performance simplesmente brilhante. Outro grande destaque é o vocalista Andrew Freeman. O rapaz já esteve envolvido em vários projetos como figurante. Chegou até a tocar guitarra com o Offspring. Quem acompanha a cena hard rock de perto, contudo, irá se lembrar dele no Hurricane e em uma curta passagem no Lynch Mob. Ambos, no posto de vocalista. A escolha é certeira. O cara tem um ótimo alcance, um timbre animal. Fez um belo trabalho no disco.

Disco é o último trabalho do falecido Jimmy Bain

“Devil In Me” é uma das que mais remetem ao som que faziam nos anos 80. Inclusive, a linha vocal. Mas não se preocupem. Não se trata de um clone de Ronnie James Dio. O rapaz tem personalidade. A galera que os acompanhou nos anos 80, também irá encontrar semelhanças nos arranjos de “Starmaker” e de “Already Dead”. Essa última, com um riff bem na cola de “Stand Up And Shout”. Já os fãs de Sabbath, abrirão um sorrisão de orelha à orelha com o riff de “Blame It On Me”.

A sonoridade de Heavy Crow nada mais é do que um heavyrock com uma pegada bem 80´s. As velhas características são mantidas. Músicas pesadas e arrastadas, músicas velozes, canções que começam com um dedilhado para depois crescer. Som de bateria seco, voz forte. Tudo aqui. Contudo, nem sempre soam como Dio ou Sabbath. Há uma forte e bem vinda influência de hard rock em diversos momentos, o que faz com que a banda perca aquela cara de nostalgia.

Andrew rouba a cena em “Martyr” e “I Am The Revolution”. Vivian Campbell apresenta riffs bem criativos e impactantes. Jeff Pilson, conhecido por seu o baixista do Dokken, ficou a cargo da produção do disco. Como já havia trabalhado com Dio no passado, sabe exatamente o que tirar. Guitarra está com um puta som. Vocal está bem na cara. Do jeito que os fãs old school gostam. Até agora é o melhor disco de 2016.

Nota: 10,0 / 10,0
Status: Álbum do ano

Faixas:
      01)   Devil In Me
      02)   Martyr
      03)   Starmaker
      04)   Burn This House Down
      05)   I Am Revolution
      06)   Blame It On me
      07)   In Flames (Bonus Track)
      08)   Already Dead
      09)   Curse The Day
      10)   Orange Glow 
      11)   Heavy Crown 
      12)   The Sickness