terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Malta – Supernova (2014):





Por Davi Pascale

Banda vencedora do reality Superstar soltou recentemente seu debut. Bem produzido e bem tocado, álbum peca por excesso de baladas. 

Tenho lido muitas críticas negativas em relação à banda. Gente reclamando que o álbum é muito comercial, que o grupo não tem personalidade, etc. O grupo é bem competente. Conta com excelentes músicos, bom cantor. Realmente o trabalho é bem comercial, mas isso já esperava. Posso até estar sendo preconceituoso, mas não consigo imaginar a Rede Globo de Televisão apoiando um grupo de heavy metal.

O grande problema, na minha visão, é o excesso de baladas mesmo. Não tenho nada contra uma banda gravar composições mais lentas. Ontem mesmo resenhei uma coletânea do Queen que era focado nas canções românticas do conjunto. Mas um grupo que é vendido como uma banda de rock fazer seu trabalho de estréia tendo o foco principal em baladas, acho meio estranho. É possível fazer um álbum de rock comercial. Artistas como Foo Fighters, Lenny Kravitz e Alanis Morissette fazem isso muito bem.

As composições não são ruins, contudo. Os arranjos são bem resolvidos e o disco é bem gravado. Apostam em uma fórmula que tem um publico grande no Brasil e não tem representantes por aqui, o que ajuda a explicar um pouco o fenômeno (além, claro, da exposição na principal emissora do país). Sua sonoridade me remete à uma mistura de Daughtry e Nickelback. São artistas que curto. Acho a sacada bacana. Mas como disse, falta um pouco de sujeira. Falta mais composições no pique de “Nova História”, por exemplo. Os próprios artistas citados possuem canções mais diretas, mais sujas, mais rock n´ roll em seus discos.

Revelação do Superstar lança seu debut apostando em liguagem radiofônica

Percebi que 90 % das composições são de Bruno Boncini, cantor do grupo. Talvez uma sacada para deixar o grupo mais coeso seria, em um segundo álbum, os demais integrantes começarem a compor mais, dar mais a cara para bater. Com cada musico trazendo suas influencias, talvez começasse a aparecer um pouco da malícia que parte dos ouvintes sentiu falta. As letras falam sobre amor, na maior parte do tempo. Não vejo problemas nisso. Afinal, sou fã do Bon Jovi...

Em resumo, o disco não é uma obra prima, não é um clássico. Mas também não é digno de todo esse ataque que andam recebendo. Há ótimos momentos como “Memórias”, “Diz Pra Mim” e “Como Tudo Deve Ser”. É um trabalho bacana para se ouvir no carro, um fim-de-semana na praia. Agora... que falta aquele som que te faz colocar o CD player no ultimo volume e sair pulando em cima da cama, ah isso faz...

Nota: 7,0 / 10,0
Status: comercial

Faixas:
      01)   Entre Nós Dois
      02)   Memórias
      03)   Diz Pra Mim
      04)   Lendas
      05)   Mais Que o Sol
      06)   Vai Ser Assim
      07)   Tudo Outra Vez
      08)   Baby
      09)   Supernova
      10)   Alguém
      11)   Cala a Tua Boca Na Minha
      12)   Nova História
      13)   Como Tudo Deve Ser