Por Davi Pascale
Grupo sueco chega à seu décimo
álbum. Novo trabalho mantém a pegada hard rock com influência setentista de
seus trabalhos anteriores, deixando cada vez mais afastado seus dias de visual
exagerado e arranjos comerciais. Recomendado até mesmo para quem odeia o som
que os rapazes faziam em seus dias de glória.
Talvez muitos de você se recordem
do grupo de Joey Tempest apenas pelo megahit “The Final Countdown”. Talvez
alguns se lembrem de canções como “Carrie” e “Open Your Heart”. A verdade é que
desde que retornaram à ativa em 2004, os músicos contam com outra sonoridade e
outra postura. Ficaram para trás as coreografias àla “You Give Love a Bad
Name”, os teclados diminuíram de volume e ficaram mais encorpados, os vocais
não contam mais com tonalidades exageradas, seus arranjos ganharam mais peso.
Ou seja, é literalmente outra banda.
O Europe ainda precisa lidar com
esse fantasma. Não que seu passado seja uma vergonha. Pelo contrário, gosto
muito dos discos que lançaram nos anos 80. Canções como “Superstitious”, “Let
The Good Times Rock”, “Ready Or Not”, “Halfway to Heaven” e “Bad Blood” sempre
estiveram em meu CD player, e mais recentemente no Ipod que me acompanha no
carro. O problema é que os grupos dessa cena sempre foram tratados com desdém
pela imprensa (dita) especializada e muitos ainda olham com o mesmo desdém, por
simplesmente não se darem ao trabalho de ouvir o que andam fazendo, em uma
época onde é possível ouvir discos de graça em programas como Spotify ou até
mesmo no Youtube. Realmente uma pena!
Grupo chega à seu décimo álbum mantendo a veia hard de seus últimos discos |
War Of Kings segue a mesma lógica de Bag of Bones, Last Look At Eden e Secret
Society. Arranjos altamente influenciados por grupos como Uriah
Heep, Led Zeppelin e até mesmo Deep Purple tomam conta do disco. John Norum,
quem considero um dos grandes guitarristas da década de 80, continua roubando a
cena não apenas com ótimos riffs, mas também com solos inspiradíssimos. Embora
as referências sejam, em sua maioria, vinda dos anos 70, o álbum conta com uma
mixagem mais moderna. A escolha do produtor, Dave Cobb (Rival Sons), foi mais
do que acertada.
A influência Zeppelin aparece em
faixas como “Light It Up” e “Rainbow Bridge” (a levada de Ian Haugland em “Light
It Up” é quase uma homenagem à Bonham). A faixa título traz aquele arranjo mais
pesado e, de certa forma, mais sombrio nos remetendo aos tempos de Secret Society. “Praise You”, por outro
lado, nos leva de volta ao (ótimo) Bag
of Bones com sua levada bluesy. “California 405” e “Days of Rock n´ Roll”
trazem riffs no melhor estilo Ritchie Blackmore. Essa última, a dobrada de
guitarra com teclado me remeteu bastante ao Rainbow. “The Second Day” é a
famosa balada rocker, dona de um ótimo refrão.
Joey Tempest, John Norum, Mic
Michaeli, John Levén e Ian Haugland continuam nos entregando discos de
excelente qualidade. Bem tocado, bem cantado e bem escrito. Tenho certeza de
que aqueles que pararem para ouvir essa nova fase dos rapazes, mudarão sua
visão sobre o grupo. Se você ainda enxerga eles como um Bon Jovi que não deu
certo, dê uma nova chance ao grupo. Se você continuou acompanhando os músicos,
não há razão para não adquirir o novo CD. Trabalho inspiradíssimo.
Nota: 8,0 / 10,0
Status: Explosivo
Faixas:
01) War
of Kings02) Hole In My Pocket
03) The Second Day
04) Praise You
05) Nothin´ To Ya
06) California 405
07) Days Of Rock n´ Roll
08) Children Of The Mind
09) Rainbow Bridge
10) Angels (With Broken Hearts)
11) Light It Up
12) Vasastan