terça-feira, 25 de outubro de 2016

Elvis Presley – Elvis Sings... (2015):



Por Davi Pascale

Coletânea demonstra ecletismo e habilidade musical do rei do rock. Álbum foi lançado no Brasil e dá um bom panorama de sua qualidade artística.

Elvis Presley é dono de uma das discografias mais difíceis de se colecionar. Contando a discografia básica, material ao  vivo, e álbuns póstumos com material inédito acredito que dê mais de cem itens. Claro que ouvir todos os seus discos, é uma escola musical incrível, mas nem todas as pessoas possuem essa condição. Para esses, uma boa saída é recorrer às inúmeras coletâneas criadas com material do rapaz. Dentre essas, minhas favoritas sempre foram os box sets King of Rock n Roll, From Nashville to Memphis e Walk a Mile In My Shoes. A coletânea que chega agora ao mercado, não traz nada de novo, mas foge do óbvio.

Tenho visto muita gente fazer confusão esse disco, por conta da capa. Muitos acham que vão encontrar as versões dos artistas estampados na capa. Como se fosse uma compilação da galera que o inspirou. Outros acreditam que foram criados duetos com esse pessoal. Nem uma coisa, nem outra.

Elvis Presley era basicamente um interprete. O grande x da questão é que cada vez que ele gravava alguma musica, ele tomava aquilo para ele. Várias músicas ficam na cabeça das pessoas como a musica do Elvis, mesmo que literalmente, a realidade não seja essa. Os nomes estampados na capa, referem-se à alguns artistas que o garoto de Tupelo gravou durante os anos. Artistas que vocês verão sendo “homenageados” aqui.

Como disse, mesmo se tratando de uma coletânea, ela foge um pouco do óbvio. Não se trata de mais um greatest hits com canções como “Blue Suede Shoes”, “Hound Dog”, “Love Me Tender”, “That´s All Right”, “Suspicious Minds”, “Burning Love”, “It´s Now Or Never”… Portanto, se você tem pouca coisa do rei do rock, o álbum acaba sendo uma ótima pedida.

Durante sua trajetória, Elvis Aaaron Presley, apostou em diferentes caminhos. Gravou rocks, baladas, blues, country, gospel... E você conseguirá notar um pouco desse ecletismo. Até porque boa parte do repertório vem dos anos 60 e 70. Fase em que ele mais ousou.

O mais impressionante de tudo é que ele conseguia manter a qualidade do material. Muito artista quando sai de sua área principal, costuma passar uma certa vergonha. Acaba sendo respeitado mais pela iniciativa, pela ousadia, pela coragem, do que pelo produto em si. Elvis, não. Sua fase gospel é tão boa quanto seu inicio rock n roll. Parte disso vem pela qualidade dos arranjos e de seus músicos, mas boa parte vem por conta de seu domínio vocal. Pela sua afinação e por sua versatilidade vocal.

Há versões onde as versões definitivas ocorrem em sua interpretação. Outras, não supera, mas mantém o (alto) padrão. Preste atenção nas gravações de músicas como “What´d I Say”, “You´ve Lost That Love Feelin´”, “Got My Mojo Working/Keep Your Hands Off Of It”, “Proud Mary”, “Words”, “My Way” e tire suas próprias conclusões. Não costumo adquirir coletâneas, mas esse disco é bem legal. Recomendadíssimo!

Nota: 10,0 / 10,0
Status: Fantástico

Faixas:
      01)   Promised Land
      02)   What´d I Say
      03)   Early Mornin´ Rain
      04)   You´ve Lost That Lovin´ Feelin´
      05)   My Babe
      06)   Don´t Think Twice, It´s All Right
      07)   Got My Mojo Workin / Keep Your Hands Off Of It
      08)   Bridge Over Troubled Water
      09)   Help Me Make It Through The Night
      10)   Gentle On My Mind
      11)   Funny How Time Slips Away
      12)   Sweet Caroline
      13)   You Don´t Have To Say You Love Me
      14)   Proud Mary
      15)   I Got a Woman
      16)   Words
      17)   Something
      18)   You Don´t Know Me
      19)   I´m So Lonesome I Could Cry
      20)   Danny Boy
      21)   My Way
      22)   Tomorrow Is A Long Time
      23)   Only The Strong Survive