Por Davi Pascale
Coletânea demonstra ecletismo e
habilidade musical do rei do rock. Álbum foi lançado no Brasil e dá um bom
panorama de sua qualidade artística.
Elvis Presley é dono de uma das
discografias mais difíceis de se colecionar. Contando a discografia básica,
material ao vivo, e álbuns póstumos com
material inédito acredito que dê mais de cem itens. Claro que ouvir todos os
seus discos, é uma escola musical incrível, mas nem todas as pessoas possuem
essa condição. Para esses, uma boa saída é recorrer às inúmeras coletâneas
criadas com material do rapaz. Dentre
essas, minhas favoritas sempre foram os box sets King of Rock n Roll, From
Nashville to Memphis e Walk a Mile
In My Shoes. A coletânea que chega agora ao mercado, não traz nada
de novo, mas foge do óbvio.
Tenho visto muita gente fazer
confusão esse disco, por conta da capa. Muitos acham que vão encontrar as
versões dos artistas estampados na capa. Como se fosse uma compilação da galera
que o inspirou. Outros acreditam que foram criados duetos com esse pessoal. Nem
uma coisa, nem outra.
Elvis Presley era basicamente um
interprete. O grande x da questão é que cada vez que ele gravava alguma musica,
ele tomava aquilo para ele. Várias músicas ficam na cabeça das pessoas como a
musica do Elvis, mesmo que literalmente, a realidade não seja essa. Os nomes
estampados na capa, referem-se à alguns artistas que o garoto de Tupelo gravou
durante os anos. Artistas que vocês verão sendo “homenageados” aqui.
Como disse, mesmo se tratando de
uma coletânea, ela foge um pouco do óbvio. Não se trata de mais um greatest hits com canções como “Blue Suede Shoes”,
“Hound Dog”, “Love Me Tender”, “That´s All Right”, “Suspicious Minds”, “Burning
Love”, “It´s Now Or Never”… Portanto, se você tem pouca coisa do rei do
rock, o álbum acaba sendo uma ótima pedida.
Durante sua trajetória, Elvis
Aaaron Presley, apostou em diferentes caminhos. Gravou rocks, baladas, blues,
country, gospel... E você conseguirá notar um pouco desse ecletismo. Até porque
boa parte do repertório vem dos anos 60 e 70. Fase em que ele mais ousou.
O mais impressionante de tudo é
que ele conseguia manter a qualidade do material. Muito artista quando sai de
sua área principal, costuma passar uma certa vergonha. Acaba sendo respeitado
mais pela iniciativa, pela ousadia, pela coragem, do que pelo produto em si.
Elvis, não. Sua fase gospel é tão boa quanto seu inicio rock n roll. Parte
disso vem pela qualidade dos arranjos e de seus músicos, mas boa parte vem por
conta de seu domínio vocal. Pela sua afinação e por sua versatilidade vocal.
Há versões onde as versões definitivas
ocorrem em sua interpretação. Outras, não supera, mas mantém o (alto) padrão. Preste atenção nas gravações de
músicas como “What´d I Say”, “You´ve Lost That Love Feelin´”, “Got My Mojo
Working/Keep Your Hands Off Of It”, “Proud Mary”, “Words”, “My Way” e tire suas
próprias conclusões. Não costumo adquirir coletâneas, mas esse disco é
bem legal. Recomendadíssimo!
Nota: 10,0 / 10,0
Status: Fantástico
Faixas:
01)
Promised Land
02)
What´d I Say
03)
Early Mornin´ Rain
04) You´ve Lost That Lovin´ Feelin´
05) My Babe
06) Don´t Think Twice, It´s All Right
07) Got My Mojo Workin / Keep Your Hands
Off Of It
08) Bridge Over Troubled Water
09) Help Me Make It Through The Night
10) Gentle On My Mind
11) Funny How Time Slips Away
12) Sweet Caroline
13) You Don´t Have To Say You Love Me
14) Proud Mary
15) I Got a Woman
16) Words
17) Something
18) You Don´t Know Me
19) I´m So Lonesome I Could Cry
20) Danny Boy
21) My Way
22) Tomorrow Is A Long Time
23) Only The Strong Survive