E eis que o Steel Panther chega ao seu terceiro álbum. Contrariando
todas as expectativas, o grupo vem em uma crescente, mesmo apostando em uma
sonoridade que não está mais em evidência. O bom humor dos rapazes parece ter
conquistado uma nova geração de roqueiros.
Steel Panther não é um grupo sério. É uma sátira. Os músicos apostam em
letras humorísticas e usam nome fictícios. A ideia é parecida com a do
Massacration. A diferença é que enquanto o grupo de Detonator faz uma sátira de
metal em geral, a banda de L.A. foca na cena que foi tão popular em sua cidade (e
no resto do mundo) nos anos 80, o hair metal.
Na década de 80 tivemos vários movimentos fortes. A cena pop
popularizando nomes como Madonna, Cyndi Lauper e Prince. A cena metal lançando
diversos grupos que hoje são ícones como Metallica, Slayer e Megadeth. O
pós-punk do Echo & The Bunnymen, o gótico do Sisters of Mercy e, é claro, o
famoso hair metal que nada mais era do que bandas de hard rock que utilizavam
visual extravagante e contavam com refrões pegajosos. Bandas populares na
época? Inúmeras! Poison, Firehouse, Dokken, Warrant...
Grupo trabalha com sátira à cena hair metal |
Os músicos mantiveram também o visual da época. Os cabelos volumosos, as
roupas coloridas, shows coreografados. Outra diferença em relação ao grupo
formado pelos humoristas da MTV, é que os garotos de L.A. são músicos profissionais e
alguns deles já tiveram envolvimento com nomes conhecidos. Satchel é na verdade
Russ Parish, músico de estúdio que já chegou a excursionar ao lado de Paul
Gilbert (Mr. Big). Michael Starr é o codinome de Ralph Saenz, conhecido por
interpretar David Lee Roth no Atomic Punk (banda cover do Van Halen) e por sua
participação no grupo L.A. Guns (um dos grupos que fizeram parte da cena
oitentista) com quem gravou o (ótimo) Ep Wasted.
Não é raro escutarmos o rapaz dando os gritinhos de Diamond Dave durante o
álbum. “Gangbang At The Old Folks Home” bebe na fonte do Van Halen em termos de
arranjo. Tirando o refrão alegrinho, o resto da música poderia ser parte de
alguma canção do grupo Eddie Van Halen. Tanto a linha vocal dos versos quanto o
trabalho de guitarra nos remetem ao grupo. Em “The
Burden of Being Beautiful” nos levam direto ao Def Leppard fase Hysteria.
As letras têm um ponto em comum com o movimento da época. Tratam, na
maior parte do tempo, sobre farrear com garotas. A diferença é que aqui as
letras são totalmente escrachadas. Desde “Gloryhole”, onde descreve uma “experiência”
em uma boate da França onde recebia sexo oral com alguém que estava do outro
lado da parede, sem se preocupar sobre quem estava realizando a tarefa, até a já
citada “Gangbang At The Oldfolks”, onde narra uma entrega de pizza onde o
pagamento foi uma experiência sexual com senhoras da terceira idade. Como já notaram,
quem quiser se divertir com o disco, terá que deixar os pudores de lado e
encarar tudo isso como uma grande piada, uma grande diversão. Até porque é
disso que se trata mesmo...
Nota: 8,5 / 10,0
Status: Hilário
Faixas:
01)
Pussywhipped
02)
Party Like Tomorrow Is The End
Of The World
03)
Gloryhole
04)
Bukkake Tears
05)
Gangbang At The Old Folks Home
06)
Ten Strikes You´re Out
07)
The Burden Of Being Wonderfuk
08)
Fuckin´ My Heart In The Ass
09)
B.V.S.
10)
You´re Beautiful When You Don´t
Talk
11)
If I Was The King
12)
She´s On The Rag