Por Davi Pascale
O sempre problemático Liam
Gallagher acaba de soltar seu primeiro álbum solo e garante que se não vender
bem, não irá gravar mais. O garoto voltou com seu estilo fanfarrão de sempre.
Cara de enfezado, dizendo bobagens na mídia. A que marca o retorno do garoto
enxaqueca é uma declaração que deu à revista Magnet dizendo que: “o som da guitarra de Brian May soa como se ele
tivesse enfiado ela no traseiro” e ainda que se sente ofendido em ser associado
ao Britpop, uma vez que ele fazia rock e não um popzinho alegre estúpido...
É... O Cartman do rock n roll
realmente é bom de marketing. Depois dessa entrevista, seu nome voltou a ficar
falado como nunca, mas o que esperar de seu novo álbum? Embora goste de se dar um valor
maior ao que tem, não dá para negar que o menino é talentoso. Bom cantor,
timbre característico, carismático e bom compositor. Sua estreia solo (duvido
que ele vá parar, independente de vendas) é bem interessante.
Somente um ponto ficou latejando na
minha cabeça. Pro cara dar uma declaração como essa sobre o lendário Brian May
(Queen), esperava um disco com bastante guitarra, um pouco de distorção, como
acontecia nos primeiros álbuns do Oasis (Definitely
Maybe e What´s The Story Morning
Glory) e esse é um dos pontos baixos do álbum. Faltou volume nas guitarras.
Sinto Liam, mas esse é seu álbum mais pop.
Liam Gallagher chega à seu primeiro álbum solo |
“Wall of Sound” inicia com uma gaita e
uma guitarra em crescente, mas assim que a música explode, a bateria repleta de
efeitos eletrônicos passa a ser o foco principal da canção. Há mais espaço para
violões e pianos do que para as guitarras. A exceção talvez seja “I Get By”. O
que faz com que a situação não fique feia para o Joselito da Inglaterra é que o
repertório é bom.
“Bold” e “For What It´s Worth” são as
famosas baladas beatle que o garoto sempre gostou de fazer. Essa última poderia
ter sido gravada, inclusive, por sua ex banda. Outro momento que trará uma
certa nostalgia aos fãs do Oasis é o refrão de “Greedy Soul”. Mais uma canção
pop com direito às velhas palmas. Os
grandes destaques, contudo, ficam por conta de “Come Back To Me” e “You Better
Run”, onde apresenta uma letra com diversas referências à Beatles, Stones e
Hendrix.
A fórmula é a que vem usando desde
sempre. Canções calcadas em boas melodias, refrão bem construído e influência
do rock britânico dos anos 60 transpirando nos alto falantes. Não tão
experimental quanto o Primal Scream, não tão alegre quanto o Blur, não tão rock
n roll quanto o Oasis, mas com uma produção de primeira, As You Were é um trabalho bacana que mostra um bom início de uma
nova fase. Vá em frente, Liam. A nova fase promete. Só tome cuidado para não
ficar dizendo muita bobagem por aí. Se o senhor continuar assim, te
recomendarei para ser comentarista da Multishow. Não diga que não te avisei.
Nota: 8,0 / 10,0
Faixas:
01)
Wall of Glass
02)
Bold
03)
Greedy Soul
04)
Paper Crown
05) For What It´s Worth
06) When I´m In Need
07)
You Better Run
08) I Get By
09) Chinatown
10) Come Back To Me
11) Universal Gleam
12) I´ve All I Need