Por Davi Pascale
Guitarrista do Def Leppard brilha
em álbum de estreia de seu mais novo grupo, Delta Deep. Com convidados de peso,
novo álbum surpreende por caminho trilhado e, principalmente, pela qualidade
das composições. Discaço!
Phil Collen (guitarrista do Def
Leppard), Robert De Leo (baixista do Stone Temple Pilots), Debbi Blackwell-Cook
(backing vocal do Michael Bublé) e Forrest Robinson (baterista de estúdio, mais
conhecido por seu trabalho com o trio feminino TLC) decidiram criar um grupo
juntos e gravaram um disco. Com um time desses o que você esperaria? Aposto que
milhares de caminhos passam por sua cabeça. Porém, acredito que poucos
imaginariam um álbum de blues. Pois é exatamente isso que temos aqui: um álbum
de blues rock. E o resultado é absurdamente bom!
Debbi Blackwell se destaca com
sua voz forte. Assim como grande parte das cantoras negras americanas, coloca
toda sua alma na interpretação. Soa como uma versão moderna de Tina Turner. Uma
judiação que tenha trilhado a carreira de backing vocal. A mulher canta mais do
que 90% das cantoras atuais. Collen se
destaca com um belíssimo trabalho de guitarra, repleto de riffs e solos
inspirados. Também se sai bem quando se arrisca nos vocais. Não é segredo para
ninguém que grandes músicos ganham a vida fazendo gravações e acompanhando
artistas pop em turnê. Portanto, podem esperar um trabalho extremamente preciso
por conta de Robinson.
Músicos de diferentes vertentes se juntam e lançam disco de blues rock |
As surpresas não param por aí. O
disco conta com algumas participações especiais. São elas: Simon Laffy (Girl), Paul Cook (Sex
Pistols), David Coverdale (Whitesnake) e Joe Elliot (Def Leppard). Ok,
tirando David Coverdale, todos os outros músicos fazem parte da história
musical de Phil. O rapaz tocava no Girl, toca no Def Leppard e Paul Cook tocou
com ele no Manraze. Só que, mais uma vez, tirando Coverdale, os outros nomes
não consigo associar ao blues de imediato.
“Bang The Lead” abre o álbum com
altas influências de 70´s e uma guitarra explodindo nos alto-falantes explorando
o slide ao máximo. O lado mais porrada reaparece na ótima “Down In The Delta” e
na razoável “Shuffle Sweet”. O lado blues mais sutil, mais calmo, mais desnudo
aparece com força em “Whiskey”, “Private Number” (essa contando com uma boa
performance de Mr. Coverdale) e “Treat Her Like a Candy”. O lado mais swingado
surge com força na releitura de “Black Coffee” (versão Black Crowes total) e em
“Miss Me”. Certeza que se Richie Kotzen ouvir esse som, ele grava. Joe Elliot
manda bem no vocal de “Mistreated” (não, eles não regravaram com Coverdale). O
ponto baixo fica por conta da fraquíssima “Feelit”. Uma tentative frustrada e
desnecessária de soar mais moderno. Música dispensável e soa meio perdida. Não
tem muito a ver com o resto do disco.
Delta Deep é uma volta ao
passado. Um álbum que segue a tradição dos álbuns clássicos. Não muito longo,
com sonoridade direta, trabalho de guitarra inspirado, vocal forte e uma forte
influência do blues por todo o disco, sem a pretensão de soar pop e com
diversas faixas memoráveis. Para quem curte rock n roll em sua forma mais crua,
audição indispensável!
Nota: 9,0/10,0
Status: Inspirado
Faixas:
01)
Bang The Lid
02)
Whiskey
03)
Down In The Delta
04)
Treat Her Like a Candy
05)
Miss Me
06)
Burnt Sally
07) Private
Number (feat David Coverdale)
08) Shuffle Sweet
09) Black Coffee (feat Paul Cook, Simon
Laffy)
10) Feelit
11) Mistreated (feat Joe Elliot)