Por Davi Pascale
Grupo de New Jersey lança seu primeiro trabalho longe do seu
velho parceiro Richie Sambora. Disco não empolga e deve agradar somente aos fãs
mais novos da banda.
Saída de um integrante é sempre
problemático. Ainda mais de um integrante desse porte. Guardadas as devidas
proporções, é como se o Rolling Stones tivesse perdido o Keith Richards ou o
Aerosmith tivesse perdido o Joe Perry. O baque é enorme. Sambora era um
diferencial na banda. A dupla era a força motora.
Estava com uma enorme expectativa
nesse álbum. Afinal, considero Jon Bon Jovi um grande cantor. Tive a
oportunidade de assisti-los ao vivo ainda nos anos 90, mas já tem um tempinho
que os caras vêm entregando discos mornos. Não vou dizer ruim porque os discos
sempre foram muito bem gravados e os músicos são excelentes, mas já tem tempo
que não entregam um trabalho empolgante. Esperava que isso mudasse agora, que a
nova formação trouxesse os músicos sangue nos olhos, mas não foi isso o que
aconteceu.
This House Is Not For Sale aposta, mais uma vez, em um pop/rock
moderno. Faltam solos inspirados (aliás, são poucos os solos nos discos),
teclados mais encorpados, riffs mais cativantes. Sim, Jon ainda canta muito bem.
Mas são musicas feitas para tocar no rádio. Quase todas seguindo a fórmula que
já vêm apresentando desde Have a Nice
Day. Aliás, se tivesse que definir a sonoridade desse disco diria que é uma
mistura de Have a Nice Day com The Circle.
“Labor of Love”, a primeira
balada do disco, passa longe de canções como “I´ll Be There For You”, “Bed of
Roses” ou “Always”. Uma faixa para baixo, arrastada, com algumas passagens de
guitarra que remetem à “Wicked Game” (Chris Isaak). O lado country, que exploram
desde seus tempos de Slippery When Wet,
dá as caras em “Scars On This Guitar”. Só que não tem o lado rocker aqui,
poderia ter entrado no Lost Highway.
Das mais lentas, a melhor é “Come On Up To Our House”, que conta com um bonito
refrão.
A faixa-título, responsável por abrir
o disco, é um dos pontos altos desse novo trabalho. Outro destaque é o rock “The
Devil´s In Temple” com um riff meio Led. Precisaria de mais faixas nesse pique no disco. “God Bless With This
Mess” e “Living With The Ghost” agradam. “We Don´t Run” deveria estar na
versão standard. Além de ser uma canção bacana, é a que tem a maior chance de
se tornar um hit.
Em resumo, This House Is Not for Sale está mais bem resolvido que o (fraco) What About Now, mas ainda é pouco perto
do que esses caras fizeram no passado. Também é pouco para ser um disco meio
que de volta, de estreia da nova formação... Honestamente, esperava mais.
Nota: 6,5 /
10,0
Status:
Morno
Faixas:
01) This House Is Not For Sale
02) Living With The Ghost
03) Knockout
04) Labor of Love
05) Born Again Tomorrow
06) Roller Coaster
07) New Year´s Day
08) The Devil´s The Temple
09) Scars On This Guitar
10) God Bless This Mess
11) Reunion
12) Come On Up To Our House
13) Real Love
14) All Hail The King
15) We Don´t Run